O programa de televisão Prós e Contras só reforçou a nossa ideia de que Defensor Moura não tem qualquer razão na sua teimosa e obsessiva luta contra um inimigo que não existe. Esperemos ao menos dele uma atitude louvável de cumprir o prometido de se afastar se o “Sim” ganhar. Só que me não espantará se ele tentar renascer. Infelizmente a nossa vida autárquica está cheia de dinossauros que não querem ser afastados, parece haver um vírus que os ataca e os mantêm presos a esta vida boa.
Narciso Miranda, Valentim Loureiro e muitos mais são daquelas pessoas que se não tiverem uma capa de autarca que os vista se sentem nus, demasiados expostos, com um tratamento diferente da parte da comunicação social, sem qualquer motivo de interesse para aparecerem nas revistas e serem entrevistados. Podiam ao menos dedicar-se a escrever memórias e sobre a maneira como conseguiram subir na vida, que sempre podiam ensinar algo a alguém.
A escola autárquica é tremendamente deficitária em termos da propagação dos bons exemplos de gestão. Cada qual segura-se no seu povo, procura uma qualquer identificação com ele que lhe garanta a permanência máxima no lugar. Não existe um modelo que seja capaz de ser implementado por várias pessoas com diferentes perspectivas e que persista para além delas. Em muitos municípios a burocracia continua a ter uma peso desmedido, a corrupção existe às escancaras, as facilidades vendem-se como se de dificuldades se tratasse, mas não era este o modelo que interessava divulgar.
Sendo o poder autárquico aquele que mais próximo está das pessoas deveria ser o exemplo mais acabado da eficácia, da transparência, da participação popular. Embora muitos de nós ainda façamos um balanço favorável ao poder local em face do poder nacional, ou melhor dos vários poderes nacionais, o certo é que a imprensa fala muitos mais da prepotência dos autarcas, do seu carácter mesquinho e interesseiro do que de quem ocupa outros patamares do poder.
Mas quando alguém chama a atenção para o que se passa em casa do vizinho em vez de se defender a si próprio, de se justificar perante os seus eleitores, alguma coisa de errado se passa na sua casa. O que se esperaria dos autarcas é uma atitude de chamar a atenção para a clareza que preside à sua tomada de decisões e não atacar-nos com revistas auto elogiosas, cheias de fotografias e texto laudatórios.
A imprensa faz o seu papel de chamar a atenção para os aspectos melhores ou mais condenáveis da personalidade, do modo de agir, das opções típicas de cada um. O que a imprensa não pode, o que lhe está vedado por múltiplos motivos, é a imiscuir-se em aspectos da vida privada, é abordar aspectos da personalidade que muito teriam a dizer sobre as razões que determinam os autarcas a tomarem as decisões que tomam.
A democracia americana tem a grande vantagem de que cada candidato a um qualquer cargo público tem que passar por uma triagem perfeitamente arrasadora. Tem outras desvantagens, como o papel do financiamento na ascensão e queda desses candidatos, mas por cá também este aspecto vai atingindo dimensões que afastam muita gente honesta de se envolver neste mundo um pouco baço e obscuro.
Os nossos autarcas ainda agem como proprietários dos seus apoios, senhores das estruturas que são chamados a simplesmente orientar no sentido da sua política sufragada, decisores solitários e inimputáveis. No entanto os autarcas tem obrigação de se desligarem daqueles apoios, de não violentarem as estruturas herdadas, de fazerem participar todos nas suas decisões importantes. E se não conseguirem melhor façam um testamento
Narciso Miranda, Valentim Loureiro e muitos mais são daquelas pessoas que se não tiverem uma capa de autarca que os vista se sentem nus, demasiados expostos, com um tratamento diferente da parte da comunicação social, sem qualquer motivo de interesse para aparecerem nas revistas e serem entrevistados. Podiam ao menos dedicar-se a escrever memórias e sobre a maneira como conseguiram subir na vida, que sempre podiam ensinar algo a alguém.
A escola autárquica é tremendamente deficitária em termos da propagação dos bons exemplos de gestão. Cada qual segura-se no seu povo, procura uma qualquer identificação com ele que lhe garanta a permanência máxima no lugar. Não existe um modelo que seja capaz de ser implementado por várias pessoas com diferentes perspectivas e que persista para além delas. Em muitos municípios a burocracia continua a ter uma peso desmedido, a corrupção existe às escancaras, as facilidades vendem-se como se de dificuldades se tratasse, mas não era este o modelo que interessava divulgar.
Sendo o poder autárquico aquele que mais próximo está das pessoas deveria ser o exemplo mais acabado da eficácia, da transparência, da participação popular. Embora muitos de nós ainda façamos um balanço favorável ao poder local em face do poder nacional, ou melhor dos vários poderes nacionais, o certo é que a imprensa fala muitos mais da prepotência dos autarcas, do seu carácter mesquinho e interesseiro do que de quem ocupa outros patamares do poder.
Mas quando alguém chama a atenção para o que se passa em casa do vizinho em vez de se defender a si próprio, de se justificar perante os seus eleitores, alguma coisa de errado se passa na sua casa. O que se esperaria dos autarcas é uma atitude de chamar a atenção para a clareza que preside à sua tomada de decisões e não atacar-nos com revistas auto elogiosas, cheias de fotografias e texto laudatórios.
A imprensa faz o seu papel de chamar a atenção para os aspectos melhores ou mais condenáveis da personalidade, do modo de agir, das opções típicas de cada um. O que a imprensa não pode, o que lhe está vedado por múltiplos motivos, é a imiscuir-se em aspectos da vida privada, é abordar aspectos da personalidade que muito teriam a dizer sobre as razões que determinam os autarcas a tomarem as decisões que tomam.
A democracia americana tem a grande vantagem de que cada candidato a um qualquer cargo público tem que passar por uma triagem perfeitamente arrasadora. Tem outras desvantagens, como o papel do financiamento na ascensão e queda desses candidatos, mas por cá também este aspecto vai atingindo dimensões que afastam muita gente honesta de se envolver neste mundo um pouco baço e obscuro.
Os nossos autarcas ainda agem como proprietários dos seus apoios, senhores das estruturas que são chamados a simplesmente orientar no sentido da sua política sufragada, decisores solitários e inimputáveis. No entanto os autarcas tem obrigação de se desligarem daqueles apoios, de não violentarem as estruturas herdadas, de fazerem participar todos nas suas decisões importantes. E se não conseguirem melhor façam um testamento
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