sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A dignidade, quem a pode sustentar

Somos levados por vezes a pensar que há conceitos que já não são aplicáveis nos dias de hoje. No caso da dignidade é um conceito tão em desuso, parece-nos tão gasto e sem valor, com tão pouca gente a reclamar ser merecedora do seu conteúdo, que nos esquecemos que existe. A dignidade talvez ainda pulse com o mesmo vigor doutros tempos e nós não estaremos actualizados sobre a sua caracterização? A dignidade será já pouco e teremos direito a reclamar muito mais? Alguns casos recentes de apelo à defesa da dignidade humana fizeram-nos pensar que não.
Habituamo-nos a apelar à dignidade somente em casos extremos. Aparentemente a dignidade só é posta em causa esporadicamente, o que leva a que nos esqueçamos dela e a perdermos a noção da sua importância. Somos mesmos levados a questionar o benefício em termos da estreiteza ou largueza dessa noção basilar em termos civilizacionais. Temos um conceito mais vasto da dignidade, sem que achemos que ela deva ser invocada a propósito de tudo ou nada. Dar dignidade à dignidade é o nosso propósito.
Porém é manifesto aos nossos olhos que muita gente vive sem uma defesa eficaz da sua dignidade A fuga de muitos é para a defesa de uma espécie de dignidade grupal que foge à noção mais elementar de dignidade e permite que elementos isolados se não preocupem com a sua defesa, mas queiram beneficiar dela. Essa intenção de esconder o indivíduo não é correcta. Por outro lado o pertencermos a um grupo é às vezes uma condenação, não um handicap. Nesse caso contribuir para a dignidade do grupo também é virmos a beneficiar com isso.
A dignidade faz parte do nosso património intelectual. Há muito que sentimos a necessidade de defendermos uma série de direitos que nos emprestam essa qualidade. A dignidade é uma qualidade atribuída e, na sua pureza é uma qualidade pessoal que preservamos, mas que certos grupos desvalorizam. Só a sociedade na sua asserção mais vasta é capaz de aferir os valores que façam parte integrante da dignidade do indivíduo, beneficiário ou não da sua integração social.
Todos, mesmo sem a reclamarem, aceitam a dignidade como um atributo insubstituível na vida em sociedade. Não se confirma que a dignidade natural exista. Sem estruturas sociais a dignidade esvai-se. A dignidade convive mal com a selvajaria. A dignidade pertence ao domínio do social, do civilizacional. Porém à dignidade só podemos atribuir um valor absoluto se houvesse consenso social sobre a sua caracterização mínima.
Sabemos distinguir aqueles que têm dignidade face àqueles que a não têm e mais ainda sabemos distinguir as pessoas que possuem mais dignidade de outras que só fazem o mínimo por a merecer. Afinal a dignidade pesa-se ou não? Presunção e água benta cada qual toma a que quer, dirá quem não dá real valor a conceitos que se referem à afirmação pessoal, mesmo que concedidos pelos outros. Será que este conceito já não nos faz falta? Aceitar um sim seria aceitar a indignidade.
Todos queríamos um mínimo de dignidade respeitada nos países mais miseráveis e nas situações mais degradantes. Será que as pessoas vivendo essas situações são incapazes de definir uma dignidade básica que façam respeitar por todos? Estas situações dão-nos a noção da relatividade do conceito, mas não nos podem fazer depender a relatividade das circunstâncias e da condição social de cada um. Todos mereceríamos à partida uma dignidade que não seria mínima nem máxima mas igual. Para garantir essa dignidade seria necessário garantir condições em que as pessoas seriam incentivadas a fazer o quanto baste para o merecer.
Aparentemente a sociedade em geral não está hoje em situação de poder facultar as condições mínimas que garantam a dignidade, mesmo a que dependa do merecimento de cada um. Se a indignidade se reduzisse somente àqueles que rejeitam aquelas condições já não estaríamos mal e colocar-se-ia então à sociedade a sua dificuldade em dar ao conceito um carácter cada vez mais absoluto.
Partindo do princípio que as condições estejam criadas, será mais fácil definir pela negativa. A indignidade seria então a recusa a ter um comportamento humano, seria o aviltamento da condição humana, a perfídia constante e perseverante, a reiterada perversão. Mas se este conceito satisfaz, as formas de indignidade que mais nos apoquentam não se reduzem àquelas atitudes que vitimizam pessoas determinadas escolhidas intencional ou ocasionalmente.
Os comportamentos indignos são hoje maioritariamente de outra natureza e criam vítimas aleatórias, à distância, indeterminadas. As vítimas não vemos olhos nos olhos aqueles que ferem a sua dignidade. A indignidade campeia-se assim com a liberdade de quem sabe que pode agir impunemente. As pessoas desistem de procurar as razões do seu aviltamento.
A dignidade das pessoas é um assunto íntimo, uma questão pessoal, uma qualidade intransmissível. A dignidade foge às nossas convicções, vai para além das razões que possamos encontrar para o nosso comportamento. Não haverá dúvidas que temos dificuldade em não lhe deixar distorcer os contornos. Sabemos que temos a nossa, que tudo fazemos para a preservar e fortalecer. Mas quem pode ser hoje o fiel depositário de um valor tão importante na nossa sociedade?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A humildade é a base da dignidade humana

Ter algumas ideias a expressar sobre qualquer assunto que se aborda intempestivamente mesmo pode dar jeito, mas pode ser problemático perante uma assistência mais preparada. Ninguém gosta de estar em branco, seja sobre que assunto for. Um incómodo, uma sensação de vazio causam um desagrado que nos preocupamos em que não transpareça. De tal modo que, para não dar sinais de fraqueza, caímos na tentação de falar de trivialidades, de tirar conclusões por verosimilhança ou por outro método qualquer.
Quando esta prática se torna habitual é porque caímos no erro de acreditar que temos um método intelectual eficaz para responder a todas as interrogações e mesmo para deixar os outros embasbacados e submissos. As nossas posições passam a ter a categoria de posições de princípio, inquestionáveis, quando muito complementáveis. Quanto menos lacunas do nosso conhecimento se revelarem melhor. A verdade é que socialmente estas posições rígidas rendem e quem o pode fazer estrutura mesmo a sua vida e os seus relacionamentos nesta base egocêntrica. Que os outros nos digam: Este indivíduo sabe, é o nosso maior prazer.
Na retórica social também tem muito importância o que nós dizemos sobre a nossa disponibilidade para andarmos sempre a aprender. No entanto essa afirmação não é tão generosa e genuína como à primeira vista pode parecer. Poucos afirmam peremptoriamente que nada sabem sobre um determinado assunto. Poucos se prontificarão a fazer tábua rasa do seu conhecimento anterior, quando até sabem que só tem uns laivos de conhecimento recolhidos aqui e ali, sem sistematização e sem assimilação. Convencer os outros que já sabemos quase tudo, e mesmo assim estamos prontos para aprender, não é tarefa fácil.
Perante quem nos pode ensinar qualquer coisa, e aqui também não devemos ter ideias feitas sobre o valor dos outros, só devemos ter uma atitude que passa pela humildade de nos colocarmos com toda a abertura de espírito, com a predisposição para aceitar a visão patrocinada pelos outros e para a partilhar, se for caso disso. Porém muitas vezes o nosso ego é demasiado grande para admitir uma coisa dessas. Ou então quem já se não terá fartado de ser humilde, se os outros lhe não dão valor? O drama reside que aquele pouco que possamos saber sobre um assunto pode ser o impedimento para ficarmos a saber mais alguma coisa quando definimos esse saber como uma posição de princípio.
Não confundamos humildade com o resultado de uma qualquer humilhação. Sermos humildes intelectualmente será mais fácil se o também formos na vida prática, mas os problemas que podem surgir são imprevisíveis. A humildade tem que resultar de uma atitude consciente perante os outros, apostando em que estes serão capazes de assumir ou vir a assumir uma atitude semelhante e a não se aproveitarem da humildade alheia. Porém muitos de nós renuncia conscientemente a atribuir a muitas atitudes a validade que elas mereciam e fica-se somente pelo cariz moral, desligando-as da vida corrente.
Ficando-nos sob o ponto de vista intelectual, constatamos que são imensas as pessoas que simulam ter conhecimentos que não têm e que só reconhecem aqueles que procedem como eles. Entre pares é mais fácil fazer compromissos e a vida é um mundo de compromissos. Muitos de nós, só pelo facto de não integrarmos um grupo manipulador, chegamos ao ponto de não nos empenharmos em fazer valer os conhecimentos que temos. Tal atitude assume uma especial importância quando estudamos, porque então há necessidade de termos uma participação activa para aprendermos.
Na vida prática está nas nossas mãos a possibilidade de fazermos alguma coisa para não conviver e mesmo para não pactuarmos com pessoas desonestas. No estudo isso é mais problemático. Temos que assumir compromissos de natureza diferente. Nesta situação há necessidade de associarmos mais intensamente a humildade de quem estuda à honestidade de quem ensina. É o desrespeito deste princípio que tem levado aos maiores equívocos. Quem estuda não tem em geral a força suficiente para pôr em causa a honestidade de quem trabalha, já que é pressuposto que o estudante o não faça. Quem ensina não raro confunde humildade com submissão, o que seria pressuposto não acontecer.
Fora deste mundo difícil da transmissão do conhecimento também podemos fazer alguma coisa para a melhoria do clima intelectual. Podemos clarificar as condições em que aquilo que resta da vida intelectual seja assumido com a dignidade que se impõe. Em termos intelectuais não é bom pressupor que devemos colaborar ou competir, a não ser que o nosso trabalho seja incluído num contexto específico. Apenas devemos contribuir para a dignificação da pessoa humana, com base no desenvolvimento de ideias próprias, suficientemente suportadas no conhecimento histórico e no conhecimento prospectivo.
Perante a impossibilidade de definir regras que a todos obriguem, tenhamos a capacidade de sermos humildes. Não é fácil abstrairmo-nos que vivemos num mundo em que a defesa dos bens materiais está de longe em primeiro lugar, mesmo quando com falsidade o não aceitamos. Constantemente estamos mergulhados na defesa de situações imediatas que exigem respostas que não estamos certos respeitar os princípios que defendemos. Esta também é a razão porque confiamos muitas vezes em pessoas que julgamos estar para além deste envolvimento imediato. É a estes que devemos exigir mais humildade.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O apego dos Limianos às suas Feiras Novas

Quando tentamos averiguar o motivo da vinda de tanta gente às Feiras Novas é vulgar não encontrarmos uma resposta precisa e decisiva. As Feiras Novas têm muitas constituintes, mas tem em especial uma parte religiosa, outra comercial e outra lúdica. A parte religiosa já terá tido mais relevância no conjunto desta iniciativa, mas que dá ainda o seu contributo para que na segunda-feira, um, dia não feriado, haja uma afluência significativa, em especial à tarde, de pessoas.
As Feiras Novas são um imenso mercado aproveitado por vários sectores comerciais para fazer os seus negócios. É nas Feiras Novas que se encontram aqueles artigos que não se vêm nas restantes feiras do ano. Entre aquilo que se espera e o inesperado, a novidade, de tudo se encontra, o que é necessário é procurar, dar uma volta pelo areal e pelas alamedas, que por todo o lado aparece quem nos queira vencer algo.
As Feiras Novas são um imenso parque de diversões que atrai a mocidade para utilizar velhos e novos divertimentos. Também nas Feiras Novas há eventos para todas as idades. Para os mais velhos há os cortejos e os grupos musicais, os bombos e as concertinas. No entanto, por mais esmero que ponham na realização das Feiras Novas, o atractivo maior continua a estar no ambiente, no clima festivo, na confraternização.
Muitas pessoas dizem que não seria necessário que a comissão de festas se preocupasse com achar novos números para preencher o tempo festivo que as pessoas viriam de igual modo. O essencial seria o bom tempo, que mesmo o mau tempo ainda permite que as festas sejam grandiosas. Não será tanto assim, uns atractivos fazem sempre falta, mas não haverá dúvidas de que o ar festivo surge com uma espontaneidade que surpreende todos.
Um desafio que se apresenta é manter o carácter genuíno que ainda subsiste nestas festas. Elas ainda ligam um mundo rural em permanente extinção a um mundo urbano constituído pelos antigos senhores das terras que mantiveram a elas as sua ligações, e tudo fizeram para que esse mundo rural subsistisse intocado e intocável, e a um mundo suburbano que mistura tudo, faz a amálgama de realidades diferentes e acaba que destruir aquilo que podia ser conservado e conserva somente aquilo que é caricato.
Talvez não cheguemos a acordo sobre aquilo que nas Feiras Novas é genuíno, mas decerto que sobre aquilo que não é genuíno o acordo será mais geral. Numa localidade vizinha foi chamada a atenção para o uso de ténis e calças de ganga nos vários desfiles alegóricos. Efectivamente concordamos que é aberrante ver um camponês ataviado à maneira da cintura para cima e vê-lo desfilar com o conforto duns ténis modernaços e policromáticos. Também não é espectáculo digno ver imensa gente de copo de plástico cheio de cerveja espalhando encanto por todo o recinto festivo.
Valores mais altos se levantarão. Não será fácil arranjar participantes para os cortejos de entre gente habituada a outros meios obrigando-os a adornar os seus delicados pés com toscas chancas de madeira. Não será fácil arranjar patrocínios tão valiosos como os que são facultados pelas marcas de cerveja. Porém tudo deve ser feita para manter o enquadramento em que as festas sempre decorreram com adaptações à modernidade, mas sem cedências ao mau gosto e aos poderes comerciais.
A crítica não será suficiente para desvalorizar o esforço que é feito para realizar estas tão grandiosas festas. Porém era bom que, aqui que ninguém nos houve, se reconhecesse que não chega a ser crítica todo o esforço que possa ser feito para que as festas não sejam adulteradas. Quando esse tipo de crítica é feita entre amigos, entre aqueles que gostam das festas e a elas aderem com entusiasmo, isso não passa para os estranhos, para aqueles para os quais teríamos que adoptar outra linguagem. É aqui estaremos entre amigos.
Nos seus 100 anos o Cardeal Saraiva também é uma referência nas Feiras Novas. Realcemos o seu contributo para as difundir, mas principalmente para manter entre os imigrantes o enorme apego que todos eles, como todos os limianos, dedicam às suas Festas.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Novas ousadias se impõe a Portugal

Mais de oitocentos anos de história consolidaram uma língua, delimitaram um território, definiram um povo. Fomos capazes de mudanças, assimilamos contributos de várias proveniências, aproveitamos da cultura de gente variada. Fomos capazes de algumas ousadias que ajudaram a entrelaçar os nossos caminhos. Aproveitamos bem as nossas virtualidades. Só não demos a consistência precisa às nossas conquistas. Tivemos sempre uma sensação de vazio, de inacabado, de saudade.
Temos estado permanentemente em risco porque outros maiores nos têm afrontado. Não podemos sustentar uma guerra constante e frontal contra adversários tão poderosos. Quando o tentamos baqueamos. É verdade que humilhados também nunca fomos. No nosso passado existiram porém algumas temeridades, impensadas ousadias. Para não nos andarmos a martirizar a toda a hora pelo que estragamos do que havíamos conseguido precisamos de ter plena consciência dos nossos limites.
Se houve outros mais pequenos que nós, nossos antagonistas ou não, que fizeram mais, deixemo-los com os seus feitos porque muitos mais foram os que fizeram manifestamente menos. Não nos podemos deixar levar por ideias megalómanas, deslocadas da realidade. Consciencializemo-nos que não podemos ser bons em tudo e se formos os melhores em algumas coisas já é suficiente para alimentar a nossa auto-estima. A arrogância e o pretensiosismo não são bons conselheiros.
No meu tempo de juventude surgiam ideias, não decerto patrocinadas por gente responsável, mas largamente difundidas, que nos davam como tendo um exército capaz de se bater com russos e americanos. Ora, além de termos um exército que, aos olhos de hoje, muitas vezes não passava de um exército de maltrapilhos, já à altura não tínhamos armamento capaz para um conflito mediano. Só a curtez de vista da maioria e a manipulação de alguns justificava tais asserções.
Já passaram séculos para que possamos visualizar situações em que tenhamos estado em pé de igualdade com os nossos conflituantes. Eram tempos em que a destruição do Império Romano tinha levado à instalação de Estados fracos. Alguns feitos alardeados e aumentados pela História oficial e com grande difusão na escola primária levaram à formação de visões distorcidas. Sem culpa aliás dos professores, inocentes úteis ao dispor da bravata nacional.
Humildemente temos o nosso valor, mas ainda não nos convencemos que não dominamos as regras do jogo. Deslumbramo-nos com o convite para jogar no palco principal, a União Europeia, mas subestimamos as dificuldades que iríamos encontrar no confronto mais aberto com os outros. Tentamos equilibrar com contratações que se revelaram caras. Os milagreiros que prometeram colocar-nos na frente da Europa falharam.
Não tivemos em consideração os enormes poderes que se foram formando. As forças centrípetas entraram em acção cada vez mais fortes. Ainda por cima lançou-se a confusão entre esse processo descontrolado e o federalismo. A resposta em alguns países tem sido suicidária. Os pequenos países fundadores da Comunidade Europeia viraram-se para um processo de desagregação interna, devido à sua impotência perante aquelas forças centralizadoras que progridem nos maiores países.
Em Portugal valha-nos a solidez do Ser Português, para garantir a unidade interna, mas nada está garantido para o futuro. Um Ser Português que continua a ser defensável nesta conflitualidade que se mantém a nível de Estados. A este nível a regionalização não trará benefícios. Substituir o Estado por regiões seria fazer a vontade das forças cujo poder está na união e na dimensão. Regiões cada vez mais dominantes em confronto directo com outros poderes cada vez mais ciosos e coesos não teriam a força negocial dum Estado. Só o federalismo poderá constituir um travão ao processo desagregador que pode eclodir.
Só o Estado, se mantiver a coesão que o tem caracterizado em oito séculos de história, mesmo perdendo alguma soberania a nível de um Estado Federal, conseguirá conservar o poder decisivo em assuntos nevrálgicos para o futuro europeu. Numa Europa Federal poderemos continuar esta saga aventureira do Ser Português. O Ser Europeu é a mais valia que nos faltava para sermos o complemento doutros europeus. Não entramos para a Europa com o objectivo de a pulverizar.
O facto de termos partido para este projecto com um deficit excessivo, essencialmente a nível do aparelho produtivo, mas também educativo e profissional, não é de molde a inviabilizá-lo. Impõem-se que não sejamos titubeantes e que nos não sentemos diminuídos. Sem necessidade de sermos “bons alunos”, impõe-se que nos empenhemos decisivamente. A nossa oportunidade de sermos audazes pode surgir a qualquer momento.
O facto do neo-liberalismo ter tomado conta dos destinos europeus não é de molde a que nos desmoralizemos. O nosso destino está na Europa e é na Europa que devemos lutar por um projecto solidário, como foi sonhado pelos seus fundadores. No entanto forças poderosas dominam agora os orgãos políticos da Europa, na penumbra, mas controlando os políticos cinzentos a quem a vaidade faz com que ocupem cargos a que não sabem dar a consistência precisa, o poder efectivo.