Outrora qualquer pretexto era válido para começar uma guerra. Das rosas ao chã, do ópio ao alecrim. Na realidade havia muitas razões para que ela acontecesse, mas nem sempre vinham ao de cima. No Alto Minho sempre houve pequenas guerras, paroquiais e pouco mais, mas que corroeram o seu espírito porque o verdadeiro motivo foi sempre o egoísmo com forte dose de inveja.
Acho que quem vive os dias de hoje até reforçará a ideia de que nunca houve laços especiais entre nós e que isto de gostarmos da nossa identidade é mais para uso externo do que interno. O minhoto, e talvez mais o alto minhoto, é glorificado em Lisboa, no Brasil e no Estrangeiro em geral, mas não se atribui a si próprio o valor que deve ter na sua terra. Gosta de ser bem visto e chega.
Ainda cultivamos a ideia que as nossas guerras são nossas e nelas ninguém se deve meter, no prolongamento da velha ideia de família, fechada, impermeável e intransponível. Por isso eu me acho no direito de opinar sobre o que se passa na casa do vizinho concelhio e até penso que de fora do Alto Minho alguém nos devia puxar as orelhas a ver se tínhamos juízo.
O património esteve e deve continuar intimamente ligado a nós. Não que defenda a ideia de que seria pela defesa do património que o homem se veria valorizado. Na realidade só o inverso é verdadeiro: Nada é mais importante do que valorizar o homem para que ele possa e saiba defender o património.
Se o homem não estabelecer a sua relação correcta com o património será um figurante e não a razão e o destino do património. Por mais longínquo que este seja alguma ligação terá connosco, mas será caricato que a não estudemos e nos deixemos levar por aparências. Por isso terá o seu lugar saber se o biscoito de milho é de V.N. de Cerveira ou de Paredes de Coura.
Não que houvesse um problema de maior se o biscoito fosse dos dois. Mas porque assim até se poderá esclarecer que o biscoito de milho amarelo é de um e o de milho branco é de outro. Uma coisa é inquestionável: O biscoito de milho é nosso, seja quem for que o tenha urdido primeiro. O melhor que teremos a fazer é partilhar o biscoito como se tratasse do mais perfeito manjar do mundo.
É que partilhado este biscoito, nós podemos partilhar todos os outros valores que dêem razão à ideia que do exterior de nós fazem e que nós nos encarregamos de desmentir no dia a dia. Uns mais duros que outros, os biscoitos vão continuar a existir enquanto, por força das comidas mais suaves, nós não tenhamos perdido a dentição que criamos durante séculos para os morder.
Não podemos é estar permanentemente com este ar de desconfiados com medo que só nos dêem a nós o biscoito mais duro. Quem desempenha bem este papel são os políticos que lideram os dois concelhos charneira do Alto Minho: Viana do Castelo e Ponte de Lima. São demasiado fechados, olham só para os seus territórios, não têm uma visão solidária, minhota e antes que alguém tenha sequer tempo para lhes oferecer um biscoito já o estão a apelidar de intragável.
Não se trata de insuficiência pessoal, não acho as pessoas desprovidas de valores éticos, pessoais e sociais mas de deficiente formação política. Só esta nos permite distinguir claramente entre o capricho e a decisão política. Defensor Moura diz que os partidos não servem para este efeito. Efectivamente o partido não o preparou como decisor político. No entanto foi o PS que lhe deu guarida e o alcandorou a este estado em que se julga a estrela, lhe possibilitou o capricho.
A vida poder-lhe-ia ter dado algum ensinamento mas o médico é um decisor de natureza diferente do político. No entanto há uns anos deu à generalidade dos médicos um frenesim de todos quererem ser políticos. Nada aconselharia que assim fosse até porque precisamos mais de médicos que políticos. E os médicos não fazem a diferença na política. Já têm um ego demasiado grande quando querem transitar de uma actividade sem contestação para outra em que se têm que sujeitar a uma permanente avaliação.
Acho que quem vive os dias de hoje até reforçará a ideia de que nunca houve laços especiais entre nós e que isto de gostarmos da nossa identidade é mais para uso externo do que interno. O minhoto, e talvez mais o alto minhoto, é glorificado em Lisboa, no Brasil e no Estrangeiro em geral, mas não se atribui a si próprio o valor que deve ter na sua terra. Gosta de ser bem visto e chega.
Ainda cultivamos a ideia que as nossas guerras são nossas e nelas ninguém se deve meter, no prolongamento da velha ideia de família, fechada, impermeável e intransponível. Por isso eu me acho no direito de opinar sobre o que se passa na casa do vizinho concelhio e até penso que de fora do Alto Minho alguém nos devia puxar as orelhas a ver se tínhamos juízo.
O património esteve e deve continuar intimamente ligado a nós. Não que defenda a ideia de que seria pela defesa do património que o homem se veria valorizado. Na realidade só o inverso é verdadeiro: Nada é mais importante do que valorizar o homem para que ele possa e saiba defender o património.
Se o homem não estabelecer a sua relação correcta com o património será um figurante e não a razão e o destino do património. Por mais longínquo que este seja alguma ligação terá connosco, mas será caricato que a não estudemos e nos deixemos levar por aparências. Por isso terá o seu lugar saber se o biscoito de milho é de V.N. de Cerveira ou de Paredes de Coura.
Não que houvesse um problema de maior se o biscoito fosse dos dois. Mas porque assim até se poderá esclarecer que o biscoito de milho amarelo é de um e o de milho branco é de outro. Uma coisa é inquestionável: O biscoito de milho é nosso, seja quem for que o tenha urdido primeiro. O melhor que teremos a fazer é partilhar o biscoito como se tratasse do mais perfeito manjar do mundo.
É que partilhado este biscoito, nós podemos partilhar todos os outros valores que dêem razão à ideia que do exterior de nós fazem e que nós nos encarregamos de desmentir no dia a dia. Uns mais duros que outros, os biscoitos vão continuar a existir enquanto, por força das comidas mais suaves, nós não tenhamos perdido a dentição que criamos durante séculos para os morder.
Não podemos é estar permanentemente com este ar de desconfiados com medo que só nos dêem a nós o biscoito mais duro. Quem desempenha bem este papel são os políticos que lideram os dois concelhos charneira do Alto Minho: Viana do Castelo e Ponte de Lima. São demasiado fechados, olham só para os seus territórios, não têm uma visão solidária, minhota e antes que alguém tenha sequer tempo para lhes oferecer um biscoito já o estão a apelidar de intragável.
Não se trata de insuficiência pessoal, não acho as pessoas desprovidas de valores éticos, pessoais e sociais mas de deficiente formação política. Só esta nos permite distinguir claramente entre o capricho e a decisão política. Defensor Moura diz que os partidos não servem para este efeito. Efectivamente o partido não o preparou como decisor político. No entanto foi o PS que lhe deu guarida e o alcandorou a este estado em que se julga a estrela, lhe possibilitou o capricho.
A vida poder-lhe-ia ter dado algum ensinamento mas o médico é um decisor de natureza diferente do político. No entanto há uns anos deu à generalidade dos médicos um frenesim de todos quererem ser políticos. Nada aconselharia que assim fosse até porque precisamos mais de médicos que políticos. E os médicos não fazem a diferença na política. Já têm um ego demasiado grande quando querem transitar de uma actividade sem contestação para outra em que se têm que sujeitar a uma permanente avaliação.
1 comentário:
Nem sempre se reparte o biscoito, até porque andam todos à procura do "milho"
Enviar um comentário