É tal o apego de certos autarcas ao poder que a única forma de o qualificar é mesmo com a existência de uma sedução, partindo do princípio de que esta permite uma certa desculpabilização dos políticos que exercem essas funções. Deixam-se seduzir, mais do que agem voluntariamente.
Que o poder traz uma dada satisfação às pessoas é evidente, mas também, reconheça-se, nada mais legítimo. Não há nada no poder e no maior ou menor entusiasmo com que ele é vivido que permita dizer que existe alguma injustiça no seu exercício. Injustiça poder haver na sua obtenção.
Na organização social, no cruzamento das forças que se criam, no emaranhado de relações que se geram há sempre quem controle os nós, quem accione as agulhas, os interruptores, quem encaminhe os direitos e as penas, quem em suma detenha poder, algum ou muito poder, com menor ou maior grau de arbitrariedade.
É normal dizer-se que o poder corrompe, mas é evidente que ele não tem culpa. Quando muito o poder inebria, pode entusiasmar ao ponto de extasiar a pessoa, de a desinibir, de contribuir para que se estabeleça uma relação directa entre a pessoa e o poder, ignorando quem contribuiu e continua a contribuir para ele. A pessoa isola-se e altera todos os valores e relações, se necessário, para fazer prevalecer a sua vontade
Há gente obcecada pelo poder, especialmente pelo mais arbitrário, há pessoas de tal modo a ele afeitas que já não podem viver sem ele, sequer querem vê-lo diminuído. O que é mais dramático é que há pessoas que recebem um poder para o exercerem com regras e procedimentos adequados e que, uma vez ele adquirido, tudo fazem para o tornar mais absoluto, desregrado, sem limitações.
A nossa democracia está cheia destes dinossauros, destes sapos que só se vêem a si como destinados a um caminho ascensional e estão constantemente a aumentar o fato para não arrebentarem. Este nunca lhes serve, estão sempre a reclamar que lhes atribuam mais poder, mais e mais poder. Os exemplos são tantos, estão tanto à frente dos nossos olhos, que às vezes até nos sobra a vergonha e nos falte a frontalidade.
Por outro lado se não se põe o nome às coisas até parece que todos sofrem do mesmo mal. Na verdade as tentações aparecem a todos, mas nem todos se deixam tentar. Precavendo porém, as leis deveriam ser mais adequadas à prevenção e não se preocuparem tanto com a penalização. Mas isso é um mal geral de que o nosso País enforme, de que a nossa jurisprudência padece.
Em boa verdade na democracia não há lugar para o poder pessoal, é uma afronta falarmos em imprescindíveis, é uma humilhação termos poderes perpétuos. Esta constatação chegou ao poder autárquico mas, com uma manobra do lobby respectivo no sentido de atrasar a publicação da Lei, a maioria dos nossos pré-históricos ainda se vai poder candidatar nas próximas eleições.
É bom que quando as pessoas exercem o poder o façam com entusiasmo mas também com espírito solidário. O papel dos analistas deve ser pronunciar-se tendo em vista a defesa de valores sociais, mas infelizmente uma das formas de critica mais eficaz passa por atacar o moral das pessoas envolvidas, conseguir furar a sua carapaça de indiferença e desfaçatez.
O problema reside em que o quadro dos valores prevalecentes no momento actual da sociedade não é sólido, talvez porque se não realçam os bons exemplos. A condenação de alguns modos de agir, como o de Defensor Moura, não é eficaz hoje, porque os valores que podemos invocar são muito voláteis face à sua sedução pelo poder. Talvez um dia seja caso de estudo e se descubra nos traços da sua personalidade algo que justifique o seu comportamento político autista.
Que o poder traz uma dada satisfação às pessoas é evidente, mas também, reconheça-se, nada mais legítimo. Não há nada no poder e no maior ou menor entusiasmo com que ele é vivido que permita dizer que existe alguma injustiça no seu exercício. Injustiça poder haver na sua obtenção.
Na organização social, no cruzamento das forças que se criam, no emaranhado de relações que se geram há sempre quem controle os nós, quem accione as agulhas, os interruptores, quem encaminhe os direitos e as penas, quem em suma detenha poder, algum ou muito poder, com menor ou maior grau de arbitrariedade.
É normal dizer-se que o poder corrompe, mas é evidente que ele não tem culpa. Quando muito o poder inebria, pode entusiasmar ao ponto de extasiar a pessoa, de a desinibir, de contribuir para que se estabeleça uma relação directa entre a pessoa e o poder, ignorando quem contribuiu e continua a contribuir para ele. A pessoa isola-se e altera todos os valores e relações, se necessário, para fazer prevalecer a sua vontade
Há gente obcecada pelo poder, especialmente pelo mais arbitrário, há pessoas de tal modo a ele afeitas que já não podem viver sem ele, sequer querem vê-lo diminuído. O que é mais dramático é que há pessoas que recebem um poder para o exercerem com regras e procedimentos adequados e que, uma vez ele adquirido, tudo fazem para o tornar mais absoluto, desregrado, sem limitações.
A nossa democracia está cheia destes dinossauros, destes sapos que só se vêem a si como destinados a um caminho ascensional e estão constantemente a aumentar o fato para não arrebentarem. Este nunca lhes serve, estão sempre a reclamar que lhes atribuam mais poder, mais e mais poder. Os exemplos são tantos, estão tanto à frente dos nossos olhos, que às vezes até nos sobra a vergonha e nos falte a frontalidade.
Por outro lado se não se põe o nome às coisas até parece que todos sofrem do mesmo mal. Na verdade as tentações aparecem a todos, mas nem todos se deixam tentar. Precavendo porém, as leis deveriam ser mais adequadas à prevenção e não se preocuparem tanto com a penalização. Mas isso é um mal geral de que o nosso País enforme, de que a nossa jurisprudência padece.
Em boa verdade na democracia não há lugar para o poder pessoal, é uma afronta falarmos em imprescindíveis, é uma humilhação termos poderes perpétuos. Esta constatação chegou ao poder autárquico mas, com uma manobra do lobby respectivo no sentido de atrasar a publicação da Lei, a maioria dos nossos pré-históricos ainda se vai poder candidatar nas próximas eleições.
É bom que quando as pessoas exercem o poder o façam com entusiasmo mas também com espírito solidário. O papel dos analistas deve ser pronunciar-se tendo em vista a defesa de valores sociais, mas infelizmente uma das formas de critica mais eficaz passa por atacar o moral das pessoas envolvidas, conseguir furar a sua carapaça de indiferença e desfaçatez.
O problema reside em que o quadro dos valores prevalecentes no momento actual da sociedade não é sólido, talvez porque se não realçam os bons exemplos. A condenação de alguns modos de agir, como o de Defensor Moura, não é eficaz hoje, porque os valores que podemos invocar são muito voláteis face à sua sedução pelo poder. Talvez um dia seja caso de estudo e se descubra nos traços da sua personalidade algo que justifique o seu comportamento político autista.
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