A evolução não se faz sem sobressaltos. Os períodos negativos apresentam-se-nos com uma inevitabilidade que nos entorpece e paralisa. Mesmo em períodos de progresso sofremos as consequências dos efeitos perversos, o que nos leva a fazer pensar se os benefícios compensam os prejuízos que podem advir.
Mas quando decidimos avançar, quando nada podemos fazer para suavizar essas consequências, para diminuir ao grau de perversidade que está subjacente às acções a empreender, ainda temos uma solução minimizadora.
Actuar preventivamente, aumentar as resistências nas pessoas que possam vir a ser vítimas desses efeitos nefastos. É um pouco a teoria de que o mal deve estar presente no mundo para que seja visível e evitável. A não estar presente na paisagem deve estar presente na mente das pessoas.
Os drogados que parasitam pelos locais de estacionamento fazem mais pelo combate à droga de que cem campanhas de sensibilização. As crianças de hoje, sujeitas a este espectáculo degradante, adquirem resistências que os actuais drogados não têm. E afastamos a necessidade de o verem mais tarde.
Como vítimas de um processo de auto-destruição que sucessivas gerações têm tolerado ou incentivado, a sua emersão numa sociedade hedonista tem de ser combatida com essa imagem capaz de provocar uma emoção forte e ser memorizada pelas gerações vindouras.
Este método tem sido usado com algum sucesso noutros domínios o que só prova que nada se deve esconder e deitar para baixo do tapete para que se não veja. Mas em consequência da proliferação de imagens fortes também elas vão perdendo o seu efeito.
O mundo de hoje exige cada vez mais clareza, que se vá para além do efeito imediato que a imagem pode provocar. Exige-se que o fenómeno que deu origem à imagem destinada a causar aversão se investigue, se explique.
É por esta via que as pessoas podem ter cada vez mais resistências próprias àquilo que é intrinsecamente mau, mesmo sem curar de saber qual o melhor caminho, que a escolha deste o devemos deixar ao nosso espaço de liberdade. Mesmo sem esta consideração a verdade é que a indicação de um caminho se mostra cada vez menos capaz de produzir um efeito positivo.
O uso vulgarizado da imagem vai mesmo fazendo que o seu efeito se perca mais rapidamente. A tal ponto que as pessoas, em vez de resistirem àquilo que com a imagem se quer mostrar, podem ganhar resistência à própria imagem. È o que acontece a alguns muçulmanos que, em vez de aderir à condenação do holocausto, negam a veracidade das suas imagens.
Quer dizer que, mostrada a imagem, nos não podemos convencer que ela revela tudo, antes devemos aproveitar o efeito pretendido, quando ocorra, para conseguir uma adesão mais fácil a uma explicação que nunca se pode ficar por aí. Se uma imagem, como uma referência breve, não produz esse efeito então nós temos de ir desde logo mais longe à procura duma explicação convincente.
Somos um País em que vivemos muito da imagem. Pagamos para aparecer na televisão, seja num concurso foleiro, seja na Praça da Alegria, seja até no programa Fátima. Só que não seleccionamos as imagens no sentido de lhes atribuir um objectivo definido. Tudo passa à mesma velocidade. A imagem aqui é o que prejudica a clareza da comunicação.
Misturamos tudo, aquilo que são maus exemplos são mostrados conjuntamente e ao mesmo nível dos bons exemplos. Sem invocar juízos apriorísticos, antes apresentando-os como resultado de uma opção pessoal, os maus exemplos devem ser mostrados com a carga depreciativa a que se devem associar.
Em Portugal cria-se a ideia de que tudo é indiferente, e embora só já em sonhos, ambicionamos ter alguém capaz de cortar a direito e nos venha dizer claramente aquilo que é permitido e aquilo que não o é. O sebastianismo moral é uma das suas características. Enquanto desbundamos.
E parece que nós temos gosto em vivermos neste pântano. Quando conversamos com alguém, quando nos vemos atrapalhados, isto é, pairamos na incoerência, na indefinição e na indecisão há uma estratégia adoptada quase unanimemente: Promovemos a confusão, lançamos imagens isoladas, com conexões contraditórias, efeitos antagónicos de modo a não haver conclusões.
Ou então simplificamos exageradamente, localizamos o mau num espaço demasiado restrito como se pudesse ser imputável. É esta visão redutora que historicamente tem dado origem a regimes ditatoriais, mas principalmente no século vinte deu origem ao comunismo e ao nazismo.
Por isso a tão fraca qualidade das nossas conversas, e em consequência dos nossos escritos. Não podemos andar à procura de pessoas com muitas afinidades connosco e falar só sobre assuntos específicos. As nossas conversas devem ser amplas mas sem deslizar para a generalidade e a indefinição.
Por outro lado temos de ter a consciência de que as pessoas facilmente põem os seus interesses imediatos, mesmo quando eles não estão em causa, à frente de qualquer outra consideração. E quando assim é não há conversa que resista, com facilidade se desconversa.
Também os assuntos de interesse nacional são discutidos muitas vezes nesta base. Confundem-se perspectivas, imediatas ou de futuro, planos pessoais e colectivos, locais e nacionais A gravidade desta situação é que, por ser muito geral, contribui para a indecisão e a paralisia dos órgãos do Estado.
Mas quando decidimos avançar, quando nada podemos fazer para suavizar essas consequências, para diminuir ao grau de perversidade que está subjacente às acções a empreender, ainda temos uma solução minimizadora.
Actuar preventivamente, aumentar as resistências nas pessoas que possam vir a ser vítimas desses efeitos nefastos. É um pouco a teoria de que o mal deve estar presente no mundo para que seja visível e evitável. A não estar presente na paisagem deve estar presente na mente das pessoas.
Os drogados que parasitam pelos locais de estacionamento fazem mais pelo combate à droga de que cem campanhas de sensibilização. As crianças de hoje, sujeitas a este espectáculo degradante, adquirem resistências que os actuais drogados não têm. E afastamos a necessidade de o verem mais tarde.
Como vítimas de um processo de auto-destruição que sucessivas gerações têm tolerado ou incentivado, a sua emersão numa sociedade hedonista tem de ser combatida com essa imagem capaz de provocar uma emoção forte e ser memorizada pelas gerações vindouras.
Este método tem sido usado com algum sucesso noutros domínios o que só prova que nada se deve esconder e deitar para baixo do tapete para que se não veja. Mas em consequência da proliferação de imagens fortes também elas vão perdendo o seu efeito.
O mundo de hoje exige cada vez mais clareza, que se vá para além do efeito imediato que a imagem pode provocar. Exige-se que o fenómeno que deu origem à imagem destinada a causar aversão se investigue, se explique.
É por esta via que as pessoas podem ter cada vez mais resistências próprias àquilo que é intrinsecamente mau, mesmo sem curar de saber qual o melhor caminho, que a escolha deste o devemos deixar ao nosso espaço de liberdade. Mesmo sem esta consideração a verdade é que a indicação de um caminho se mostra cada vez menos capaz de produzir um efeito positivo.
O uso vulgarizado da imagem vai mesmo fazendo que o seu efeito se perca mais rapidamente. A tal ponto que as pessoas, em vez de resistirem àquilo que com a imagem se quer mostrar, podem ganhar resistência à própria imagem. È o que acontece a alguns muçulmanos que, em vez de aderir à condenação do holocausto, negam a veracidade das suas imagens.
Quer dizer que, mostrada a imagem, nos não podemos convencer que ela revela tudo, antes devemos aproveitar o efeito pretendido, quando ocorra, para conseguir uma adesão mais fácil a uma explicação que nunca se pode ficar por aí. Se uma imagem, como uma referência breve, não produz esse efeito então nós temos de ir desde logo mais longe à procura duma explicação convincente.
Somos um País em que vivemos muito da imagem. Pagamos para aparecer na televisão, seja num concurso foleiro, seja na Praça da Alegria, seja até no programa Fátima. Só que não seleccionamos as imagens no sentido de lhes atribuir um objectivo definido. Tudo passa à mesma velocidade. A imagem aqui é o que prejudica a clareza da comunicação.
Misturamos tudo, aquilo que são maus exemplos são mostrados conjuntamente e ao mesmo nível dos bons exemplos. Sem invocar juízos apriorísticos, antes apresentando-os como resultado de uma opção pessoal, os maus exemplos devem ser mostrados com a carga depreciativa a que se devem associar.
Em Portugal cria-se a ideia de que tudo é indiferente, e embora só já em sonhos, ambicionamos ter alguém capaz de cortar a direito e nos venha dizer claramente aquilo que é permitido e aquilo que não o é. O sebastianismo moral é uma das suas características. Enquanto desbundamos.
E parece que nós temos gosto em vivermos neste pântano. Quando conversamos com alguém, quando nos vemos atrapalhados, isto é, pairamos na incoerência, na indefinição e na indecisão há uma estratégia adoptada quase unanimemente: Promovemos a confusão, lançamos imagens isoladas, com conexões contraditórias, efeitos antagónicos de modo a não haver conclusões.
Ou então simplificamos exageradamente, localizamos o mau num espaço demasiado restrito como se pudesse ser imputável. É esta visão redutora que historicamente tem dado origem a regimes ditatoriais, mas principalmente no século vinte deu origem ao comunismo e ao nazismo.
Por isso a tão fraca qualidade das nossas conversas, e em consequência dos nossos escritos. Não podemos andar à procura de pessoas com muitas afinidades connosco e falar só sobre assuntos específicos. As nossas conversas devem ser amplas mas sem deslizar para a generalidade e a indefinição.
Por outro lado temos de ter a consciência de que as pessoas facilmente põem os seus interesses imediatos, mesmo quando eles não estão em causa, à frente de qualquer outra consideração. E quando assim é não há conversa que resista, com facilidade se desconversa.
Também os assuntos de interesse nacional são discutidos muitas vezes nesta base. Confundem-se perspectivas, imediatas ou de futuro, planos pessoais e colectivos, locais e nacionais A gravidade desta situação é que, por ser muito geral, contribui para a indecisão e a paralisia dos órgãos do Estado.