Quando duas vilas se geminam assumem projectos comuns, intercâmbios que proporcionam relacionamentos proveitosos para ambas.
Apesar da diferença de meios, da diferente estruturação do poder local em Portugal e França, Arcoselo e Martres de Veyre prosseguem na sua atitude de fortalecimento dos laços que já as unem.
Com este propósito deslocou-se a Martres de Veyre uma delegação da Vila de Arcoselo, tendo sido assinado, pelas respectivas Associações de Geminação, um protocolo para a área da educação que pretende desenvolver o intercâmbio juvenil.
Estas duas vilas têm uma dimensão territorial e populacional, estruturas sociais e educacionais semelhantes e, como seria de esperar algumas características diferentes.
Se é verdade que em Arcoselo a agricultura nunca foi actividade exclusiva e deixou de ser dominante há uns trinta anos, em Martres de Veyre, estando na zona de influência da industrial Clermont-Ferrand, a viticultura, como sua actividade preponderante, já há muito foi abandonada.
Se é verdade que Arcoselo tem uma zona histórica que integra a Zona Histórico de Ponte de Lima e mais alguns lugares com características urbanas, Martres de Veyre tem uma Zona Histórica própria, muito antiga e concentrada.
Tem uma particular beleza as suas ruas floridas e os seus “impasses”, ruelas sem continuidade que constituem bonitos recantos, aconchegados para o Inverno, acolhedores no Verão.
Os portugueses que demandaram estas paragens, muitos há quatro décadas, estão perfeitamente integrados nesta vila, nesta sociedade tolerante e receptiva às diferenças culturais, característica francesa que tem aqui um expoente dificilmente ultrapassável.
Nota-se que há uma conjugação de esforços para que a comunidade portuguesa, estando bem integrada, não seja assimilada e para que não perca as suas próprias idiossincrasias, antes para que as preserve e valorize.
Esta ligação a Arcoselo é vital para manter aquele vínculo às suas origens, aos usos e costumes que os franceses não rejeitam e até a alguns dos quais, de bom grado, aderem. A sua alegria em participar numa festa dos portugueses, realizada no decorrer desta visita, foi evidente.
Vital também é que as gerações futuras continuem a falar português. Se isso está garantido aqui na segunda geração, já será mais problemático a partir da terceira, sendo esta já, em muito, resultado de ligações matrimoniais entre elementos das duas comunidades. Além do querer será necessário apoio.
Também nas escolas públicas francesas o espanhol já suplantou o português. Há pois que fazer grandes esforços para que comunidades como esta, que tão arreigadamente querem manter os seus laços à terra e usar a sua língua, o possam fazer.
Estas viagens, como a desta delegação da Associação de Geminação Arcoselo - Martres de Veyre, não são um desperdício, mas antes mais um contributo válido para manter viva a chama de portugalidade que os franceses também se empenham em que seja mantida acesa no seu seio.
Martres de Veyre não é Paris mas brilha no coração da França, tão perto do Puy-de-Dôme, nesta região do maciço central francês onde a alma francesa tem a sua manifestação mais profunda. Aqui tão perto, em Gergovie, neste vale do Allier, foi onde, pela primeira vez, os gauleses comandados por Vercingétorix venceram as hostes romanas de Júlio César.
O vale do Allier, afluente do Loire, é de uma beleza surpreendente que se pode desfrutar dos vários montes circundantes, muitos de origem vulcânica, e destaca-se pelo multicolorido dos seus campos de trigo, das suas vinhas e pomares de árvores de fruto, em particular nogueiras, das suas vilas dispersas.
Martres de Veyre, como Arcoselo, não se pode dissociar da beleza que a rodeia. Também neste aspecto, ambas são locais privilegiados, usufrutuários de paisagens magníficas e deslumbrantes, cuja contemplação liberta a alma para a sua verdadeira função: a espiritualidade.
Neste relacionamento entre Arcoselo e Martres de Veyre é a comunhão espiritual que prevalece. Não existe qualquer artificialidade, antes parece que já nos conhecemos há séculos e que esta amizade perdurará enquanto em Martres de Veyre houver algum sangue arcoselense.
E, a avaliar pela determinação e empenho dos que vivem em Martres de Veyre, que também são de Paredes de Coura, Viana do Castelo, Santo Tirso, Póvoa do Lanhoso e doutras terras, o sangue português nesta linda terra de França não se prevê que deixe de existir.
Se estes portugueses são os “ponta de lança” da nossa maneira de ser e da nossa cultura, nós não os podemos nunca atraiçoar, antes temos de constituir para eles um esteio bem forte, a fonte e que mereça continuar a ser o destino dos seus sentimentos mais nobres.
Apesar da diferença de meios, da diferente estruturação do poder local em Portugal e França, Arcoselo e Martres de Veyre prosseguem na sua atitude de fortalecimento dos laços que já as unem.
Com este propósito deslocou-se a Martres de Veyre uma delegação da Vila de Arcoselo, tendo sido assinado, pelas respectivas Associações de Geminação, um protocolo para a área da educação que pretende desenvolver o intercâmbio juvenil.
Estas duas vilas têm uma dimensão territorial e populacional, estruturas sociais e educacionais semelhantes e, como seria de esperar algumas características diferentes.
Se é verdade que em Arcoselo a agricultura nunca foi actividade exclusiva e deixou de ser dominante há uns trinta anos, em Martres de Veyre, estando na zona de influência da industrial Clermont-Ferrand, a viticultura, como sua actividade preponderante, já há muito foi abandonada.
Se é verdade que Arcoselo tem uma zona histórica que integra a Zona Histórico de Ponte de Lima e mais alguns lugares com características urbanas, Martres de Veyre tem uma Zona Histórica própria, muito antiga e concentrada.
Tem uma particular beleza as suas ruas floridas e os seus “impasses”, ruelas sem continuidade que constituem bonitos recantos, aconchegados para o Inverno, acolhedores no Verão.
Os portugueses que demandaram estas paragens, muitos há quatro décadas, estão perfeitamente integrados nesta vila, nesta sociedade tolerante e receptiva às diferenças culturais, característica francesa que tem aqui um expoente dificilmente ultrapassável.
Nota-se que há uma conjugação de esforços para que a comunidade portuguesa, estando bem integrada, não seja assimilada e para que não perca as suas próprias idiossincrasias, antes para que as preserve e valorize.
Esta ligação a Arcoselo é vital para manter aquele vínculo às suas origens, aos usos e costumes que os franceses não rejeitam e até a alguns dos quais, de bom grado, aderem. A sua alegria em participar numa festa dos portugueses, realizada no decorrer desta visita, foi evidente.
Vital também é que as gerações futuras continuem a falar português. Se isso está garantido aqui na segunda geração, já será mais problemático a partir da terceira, sendo esta já, em muito, resultado de ligações matrimoniais entre elementos das duas comunidades. Além do querer será necessário apoio.
Também nas escolas públicas francesas o espanhol já suplantou o português. Há pois que fazer grandes esforços para que comunidades como esta, que tão arreigadamente querem manter os seus laços à terra e usar a sua língua, o possam fazer.
Estas viagens, como a desta delegação da Associação de Geminação Arcoselo - Martres de Veyre, não são um desperdício, mas antes mais um contributo válido para manter viva a chama de portugalidade que os franceses também se empenham em que seja mantida acesa no seu seio.
Martres de Veyre não é Paris mas brilha no coração da França, tão perto do Puy-de-Dôme, nesta região do maciço central francês onde a alma francesa tem a sua manifestação mais profunda. Aqui tão perto, em Gergovie, neste vale do Allier, foi onde, pela primeira vez, os gauleses comandados por Vercingétorix venceram as hostes romanas de Júlio César.
O vale do Allier, afluente do Loire, é de uma beleza surpreendente que se pode desfrutar dos vários montes circundantes, muitos de origem vulcânica, e destaca-se pelo multicolorido dos seus campos de trigo, das suas vinhas e pomares de árvores de fruto, em particular nogueiras, das suas vilas dispersas.
Martres de Veyre, como Arcoselo, não se pode dissociar da beleza que a rodeia. Também neste aspecto, ambas são locais privilegiados, usufrutuários de paisagens magníficas e deslumbrantes, cuja contemplação liberta a alma para a sua verdadeira função: a espiritualidade.
Neste relacionamento entre Arcoselo e Martres de Veyre é a comunhão espiritual que prevalece. Não existe qualquer artificialidade, antes parece que já nos conhecemos há séculos e que esta amizade perdurará enquanto em Martres de Veyre houver algum sangue arcoselense.
E, a avaliar pela determinação e empenho dos que vivem em Martres de Veyre, que também são de Paredes de Coura, Viana do Castelo, Santo Tirso, Póvoa do Lanhoso e doutras terras, o sangue português nesta linda terra de França não se prevê que deixe de existir.
Se estes portugueses são os “ponta de lança” da nossa maneira de ser e da nossa cultura, nós não os podemos nunca atraiçoar, antes temos de constituir para eles um esteio bem forte, a fonte e que mereça continuar a ser o destino dos seus sentimentos mais nobres.