Porque razão ao espanhol, ou melhor, ao castelhano é dada tão pouca importância, quando se trata da língua falada pelos nossos únicos vizinhos?
Há razões históricas mas nas actuais circunstâncias há muita cegueira em não ver a relevância desta língua a nível internacional e, no caso de Ponte de Lima, a sua importância pelas razões que a proximidade determina.
Não estamos a falar de árabe, mais próprio talvez para os algarvios, de mandarim, talvez importante para os ribatejanos, mas do velho e hoje revitalizado, sempre presente, castelhano.
O castelhano foi a nossa língua oficial ainda na primeira dinastia. Mas, dada a tendência sempre manifestada por Castela em assumir uma centralidade que Portugal sempre rejeitou, nós viramos-lhe as costas e criamos a nossa identidade virando-nos para o mar.
Nós em Ponte de Lima, aqui tão perto, durante séculos não tivemos quaisquer relações, que não fossem esporádicas, com os falantes dessa língua. Acresce ainda a este problema o uso do galego, mais próximo do nosso português, pelos habitantes da nossa fronteira mais imediata.
Portugal e Espanha integraram-se ao mesmo tempo na Comunidade Europeia. As relações comerciais cresceram exponencialmente entre nós. As nossas relações turísticas, embora muito sazonais, são agora também bastante fortes.
Se outro tipo de relações não acompanha esta dinâmica é porque ainda há um grande desconhecimento recíproco. Mas a verdade é que, dada a tendência daquelas relações mais viradas para a economia para mais se reforçarem, é inevitável o desenvolvimento das outras não menos importantes.
A nossa ignorância da língua espanhola é um factor que em muito tem contribuído para a lentidão do relacionamento cultural. O ensino é um outro domínio em que o nosso relacionamento deveria ser muito mais activo e proveitoso.
Mas se o Estado já compreendeu isto, parece que em Ponte de Lima a necessidade de fazer algo neste domínio é ignorada. Por exemplo, o espanhol deveria ser ensinado a partir do 7º ano, ou seja desde o início do 3º ciclo de estudos, como é imperioso.
Nenhuma das Escolas tomou qualquer iniciativa para incentivar este ensino. E ainda mais reprovável é a apatia da Escola António Feijó, na qual se matricularam 16 alunos, pelos vistos sem sucesso. Não podemos aceitar esta situação.
Estes alunos seriam, com certeza, somente alguns dos que estariam interessados nesta língua e a Escola diz-se privada de meios de gestão que lhe permitam implementar o ensino desta nova mas essencial disciplina.
Nós não queremos acreditar que a Direcção da Escola sobrepunha os interesses corporativos acima dos interesses dos alunos que, neste caso, até coincidem em absoluto com o interesse geral.
A apreensão dos professores de francês não pode ser impeditivo do desenvolvimento de novas possibilidades. O francês não deixará de ter a sua importância, mas não pode ter o monopólio. Tem de haver um maior equilíbrio na oferta educativa.
Reconhecida a maior preponderância que deve ser dada ao estudo do inglês é evidente que cada vez mais o espanhol deve ser colocado em pé de igualdade com as outras línguas tradicionais no nosso ensino.
Mudar custa sempre, mas há tanta coisa a mudar no nosso ensino, que ontem já era tarde. Os agentes do ensino têm de compreender isto e colaborar com o governo e a sociedade que isto exige.
Vejamos que o 3º ciclo é constituído por três anos e os alunos que não puderem frequentar aulas de espanhol no primeiro, não mais vão ter essa possibilidade. Mesmo que venha a ser implementado para o ano lectivo 2007/2008 para estes alunos já é tarde.
Se o Instituto Britânico de Ponte de Lima pretende dar aulas de espanhol muito bem. Mas não resolve este grave problema que se está a criar no ensino oficial. Problema que tem alguma dificuldade mas que tem solução.
Com boa vontade, com esforço, com mobilização da sociedade civil e dos agentes políticos, podem ser criadas as condições para que se não perca mais um ano no caminho da modernização do ensino e da sua adequação às novas realidades.
Há razões históricas mas nas actuais circunstâncias há muita cegueira em não ver a relevância desta língua a nível internacional e, no caso de Ponte de Lima, a sua importância pelas razões que a proximidade determina.
Não estamos a falar de árabe, mais próprio talvez para os algarvios, de mandarim, talvez importante para os ribatejanos, mas do velho e hoje revitalizado, sempre presente, castelhano.
O castelhano foi a nossa língua oficial ainda na primeira dinastia. Mas, dada a tendência sempre manifestada por Castela em assumir uma centralidade que Portugal sempre rejeitou, nós viramos-lhe as costas e criamos a nossa identidade virando-nos para o mar.
Nós em Ponte de Lima, aqui tão perto, durante séculos não tivemos quaisquer relações, que não fossem esporádicas, com os falantes dessa língua. Acresce ainda a este problema o uso do galego, mais próximo do nosso português, pelos habitantes da nossa fronteira mais imediata.
Portugal e Espanha integraram-se ao mesmo tempo na Comunidade Europeia. As relações comerciais cresceram exponencialmente entre nós. As nossas relações turísticas, embora muito sazonais, são agora também bastante fortes.
Se outro tipo de relações não acompanha esta dinâmica é porque ainda há um grande desconhecimento recíproco. Mas a verdade é que, dada a tendência daquelas relações mais viradas para a economia para mais se reforçarem, é inevitável o desenvolvimento das outras não menos importantes.
A nossa ignorância da língua espanhola é um factor que em muito tem contribuído para a lentidão do relacionamento cultural. O ensino é um outro domínio em que o nosso relacionamento deveria ser muito mais activo e proveitoso.
Mas se o Estado já compreendeu isto, parece que em Ponte de Lima a necessidade de fazer algo neste domínio é ignorada. Por exemplo, o espanhol deveria ser ensinado a partir do 7º ano, ou seja desde o início do 3º ciclo de estudos, como é imperioso.
Nenhuma das Escolas tomou qualquer iniciativa para incentivar este ensino. E ainda mais reprovável é a apatia da Escola António Feijó, na qual se matricularam 16 alunos, pelos vistos sem sucesso. Não podemos aceitar esta situação.
Estes alunos seriam, com certeza, somente alguns dos que estariam interessados nesta língua e a Escola diz-se privada de meios de gestão que lhe permitam implementar o ensino desta nova mas essencial disciplina.
Nós não queremos acreditar que a Direcção da Escola sobrepunha os interesses corporativos acima dos interesses dos alunos que, neste caso, até coincidem em absoluto com o interesse geral.
A apreensão dos professores de francês não pode ser impeditivo do desenvolvimento de novas possibilidades. O francês não deixará de ter a sua importância, mas não pode ter o monopólio. Tem de haver um maior equilíbrio na oferta educativa.
Reconhecida a maior preponderância que deve ser dada ao estudo do inglês é evidente que cada vez mais o espanhol deve ser colocado em pé de igualdade com as outras línguas tradicionais no nosso ensino.
Mudar custa sempre, mas há tanta coisa a mudar no nosso ensino, que ontem já era tarde. Os agentes do ensino têm de compreender isto e colaborar com o governo e a sociedade que isto exige.
Vejamos que o 3º ciclo é constituído por três anos e os alunos que não puderem frequentar aulas de espanhol no primeiro, não mais vão ter essa possibilidade. Mesmo que venha a ser implementado para o ano lectivo 2007/2008 para estes alunos já é tarde.
Se o Instituto Britânico de Ponte de Lima pretende dar aulas de espanhol muito bem. Mas não resolve este grave problema que se está a criar no ensino oficial. Problema que tem alguma dificuldade mas que tem solução.
Com boa vontade, com esforço, com mobilização da sociedade civil e dos agentes políticos, podem ser criadas as condições para que se não perca mais um ano no caminho da modernização do ensino e da sua adequação às novas realidades.