Tenho imensa satisfação em ser bem recebido em qualquer lugar. Não por aquela forma estudada de receber, de adequar os procedimentos de modo a agradar e obter vantagens de quem chega.
Eu gosto que os locais passem tão despercebidos quanto eu. Gosto pois de ser recebido pela forma natural de quem vê no visitante um amigo, um igual, um ser que se respeita e que é respeitador do que cá está e da sua forma de viver.
Como é evidente, referimo-nos a receber no espaço público, espaço que por ser público não é selvagem. Mas sempre há quem, entre os que nos visitam, que entenda que o espaço público é aquele em que tudo é permitido.
Se entendem que para haverem regras na utilização do espaço tem de haver autoridade competente para as definir; Se entendem que para as regras serem exigíveis é necessário que haja autoridade competente que as faça cumprir; Então há uma clara diferença entre nós e quem nos visita.
Para nós a utilização correcta do espaço público é aquela cujos contornos anos e anos de convívio permanente foram definindo. Para os outros, libertos de constrangimentos, num espaço que lhes é estranho, tudo é permitido, a não ser que directa e expressamente interditado.
Ora esta lógica tem de ser corrigida. Não se trata de definir espaços públicos como condomínios municipais à semelhança de condomínios privados. Não se trata de sacralizar um espaço que por natureza é profano, aberto a todos e em que todas as posturas não ofensivas são permitidas.
Trata-se sim de não possibilitar a primazia de comportamentos desopilantes (mais bonito que libertadores do stress), desregrados, que no fundo acabam por fazer a regra e submergem a postura mais civilizada de quem cá está.
Para isto não é sequer necessário definir aquilo que é ou não permitido em termos comportamentais. Não nos cabe esse pretensioso papel de moralistas, numa sociedade que se quer heterogénea e suficientemente permissiva.
O que se torna necessário é criar a possibilidade de não haver acesso selvagem a todo o lado, de não contribuir para a formação de grupos predominantemente de cultura suburbana no ambiente urbano.
Têm que ser defendidas as margens do rio, interditos os acessos à zona interior da circular aos autocarros de passageiros, a não ser para cargas e descargas dos mesmos.
Tem que ser interditado o acampamento selvagem e a confecção de refeições em qualquer sítio. Tem que ser incentivada a construção de parques privados para acampamento e piqueniques preparados no local.
Mas temos também o direito de nos manifestarmos o quão indesejável é o “pessoal” que julga que aqui se pode comportar de qualquer maneira. E isso pode ser feito com placares e outras formas publicitárias.
Tem que se pôr termo a divertimentos e brinquedos que favoreçam comportamentos exibicionistas, alacridade alarve e conflituosidade entre formas de estar antagónicas mas de correcção diferente.
O “nível”, se assim podemos falar, dos turistas que nos visitam está a decair de dia para dia porque o mau escorraça o bom. Principalmente na época baixa, a baixa de nível é preocupante.
A geleira, novo substituto do velho garrafão, sobrepõe-se a tudo que seja apreciação da beleza. São turistas que nem se preocupam em conhecer quem cá está, em se certificar da sua maneira de viver e estar.
Parece que a televisão já deu todo o conhecimento aos nossos visitantes. Ou nos tratam à moda de umas “Lauras”, desmioladas e exibicionistas ou como figuras de jardim zoológico, espécies em vias de extinção.
Mas o que eu acho é que efectivamente eles nem nos vêm, ou deliberadamente nos ignoram. Só conhecem o Daniel Campelo, o do queijo limiano. Só que o Senhor não está cá a toda a hora para se fazer respeitar.
Eu gosto que os locais passem tão despercebidos quanto eu. Gosto pois de ser recebido pela forma natural de quem vê no visitante um amigo, um igual, um ser que se respeita e que é respeitador do que cá está e da sua forma de viver.
Como é evidente, referimo-nos a receber no espaço público, espaço que por ser público não é selvagem. Mas sempre há quem, entre os que nos visitam, que entenda que o espaço público é aquele em que tudo é permitido.
Se entendem que para haverem regras na utilização do espaço tem de haver autoridade competente para as definir; Se entendem que para as regras serem exigíveis é necessário que haja autoridade competente que as faça cumprir; Então há uma clara diferença entre nós e quem nos visita.
Para nós a utilização correcta do espaço público é aquela cujos contornos anos e anos de convívio permanente foram definindo. Para os outros, libertos de constrangimentos, num espaço que lhes é estranho, tudo é permitido, a não ser que directa e expressamente interditado.
Ora esta lógica tem de ser corrigida. Não se trata de definir espaços públicos como condomínios municipais à semelhança de condomínios privados. Não se trata de sacralizar um espaço que por natureza é profano, aberto a todos e em que todas as posturas não ofensivas são permitidas.
Trata-se sim de não possibilitar a primazia de comportamentos desopilantes (mais bonito que libertadores do stress), desregrados, que no fundo acabam por fazer a regra e submergem a postura mais civilizada de quem cá está.
Para isto não é sequer necessário definir aquilo que é ou não permitido em termos comportamentais. Não nos cabe esse pretensioso papel de moralistas, numa sociedade que se quer heterogénea e suficientemente permissiva.
O que se torna necessário é criar a possibilidade de não haver acesso selvagem a todo o lado, de não contribuir para a formação de grupos predominantemente de cultura suburbana no ambiente urbano.
Têm que ser defendidas as margens do rio, interditos os acessos à zona interior da circular aos autocarros de passageiros, a não ser para cargas e descargas dos mesmos.
Tem que ser interditado o acampamento selvagem e a confecção de refeições em qualquer sítio. Tem que ser incentivada a construção de parques privados para acampamento e piqueniques preparados no local.
Mas temos também o direito de nos manifestarmos o quão indesejável é o “pessoal” que julga que aqui se pode comportar de qualquer maneira. E isso pode ser feito com placares e outras formas publicitárias.
Tem que se pôr termo a divertimentos e brinquedos que favoreçam comportamentos exibicionistas, alacridade alarve e conflituosidade entre formas de estar antagónicas mas de correcção diferente.
O “nível”, se assim podemos falar, dos turistas que nos visitam está a decair de dia para dia porque o mau escorraça o bom. Principalmente na época baixa, a baixa de nível é preocupante.
A geleira, novo substituto do velho garrafão, sobrepõe-se a tudo que seja apreciação da beleza. São turistas que nem se preocupam em conhecer quem cá está, em se certificar da sua maneira de viver e estar.
Parece que a televisão já deu todo o conhecimento aos nossos visitantes. Ou nos tratam à moda de umas “Lauras”, desmioladas e exibicionistas ou como figuras de jardim zoológico, espécies em vias de extinção.
Mas o que eu acho é que efectivamente eles nem nos vêm, ou deliberadamente nos ignoram. Só conhecem o Daniel Campelo, o do queijo limiano. Só que o Senhor não está cá a toda a hora para se fazer respeitar.