Muitas serão as razões que poderia invocar para solicitar a cedência de algum espaço neste Jornal. Mas escrever aqui será uma tarefa assaz arriscada, quando não tenho qualquer intenção de beliscar o seu carácter, como é evidente.
Este Jornal é feito e dirige-se a pessoas que por vicissitudes várias tiveram destinos diferentes mas que tem em comum a sua origem e vivências de alguns ou muitos anos. Num Jornal que pretende agregar pessoas, das quais eu conheço poucas, que posso eu dizer?
Precisamente o que me atrai é a condição de grupo que tem suficientes ligações para se distinguir com nitidez de outros, mesmo geograficamente próximos. E de grupo que está disposto a lutar por manter muitas características distintivas e identificadores.
Preservar os trilhos espirituais antigos é tarefa decerto mais complexa e estimulante que preservar os trilhos da natureza, malgrado a importância destes. A maneira como as pessoas se relacionam, em face das investidas do mundo exterior a este espaço, sofrem alterações inevitáveis, mas acho que há suficiente empenho em aguentar esse património.
O tempo tem um efeito corrosivo tal, que praticamente a civilizações inteiras que deram o seu contributo para a civilização geral, se deixou de reconhecer o seu rasto. Mas não faltam exemplos de grupos restritos terem conseguido que a sua herança se mantenha viva.
Os Soajeiros, por sua própria iniciativa alteraram em muito as suas condições económicas com reflexos inevitáveis nos seus modos de vida. Também a politica e a economia que se praticam no exterior vão influenciando a sua vivência social.
Estamos pois já longe do doce remanso que em tempos idos caracterizaria uma existência quase idílica. O Soajo não é uma comunidade fechada pois veja-se a contribuição que os seus naturais vão dando em tantas paragens para diferentes grupos civilizacionais.
O Soajo, ao tornar-se uma comunidade tão alargada, sujeitou-se a influências múltiplas que terão tido repercussão na coesão do grupo dos Soajeiros. Alguns se terão “perdido” nos vastos caminhos do universo mas decerto se lembrarão dos velhos trilhos da montanha.
Além desta herança “vadia”, que decerto terá servido para alicerçar uma boa integração noutros meios, há um núcleo, chamemos-lhe “duro”, que há-de constituir o reservatório das mais genuínas tradições, dos mais lídimos sentimentos, das mais legítimas aspirações.
Desculpem-me … a intrusão, mas não é necessário a unanimidade para se reconhecer um património comum e agora que, além do material, tanto relevo se dá ao património imaterial, decerto haverá poucos espaços em que estes dois aspectos da questão estejam tão interligados, com um forte inter-conexão.
As diferenças têm que ser suavizadas pela adopção de perspectivas comuns quanto ao futuro, porque, se não se estiver de acordo quanto a isso, todo o passado se esboroará, quando ao cimento que o liga for sendo retirada a consistência pelo estado de banho-maria criado pela indefinição.
Este Jornal é feito e dirige-se a pessoas que por vicissitudes várias tiveram destinos diferentes mas que tem em comum a sua origem e vivências de alguns ou muitos anos. Num Jornal que pretende agregar pessoas, das quais eu conheço poucas, que posso eu dizer?
Precisamente o que me atrai é a condição de grupo que tem suficientes ligações para se distinguir com nitidez de outros, mesmo geograficamente próximos. E de grupo que está disposto a lutar por manter muitas características distintivas e identificadores.
Preservar os trilhos espirituais antigos é tarefa decerto mais complexa e estimulante que preservar os trilhos da natureza, malgrado a importância destes. A maneira como as pessoas se relacionam, em face das investidas do mundo exterior a este espaço, sofrem alterações inevitáveis, mas acho que há suficiente empenho em aguentar esse património.
O tempo tem um efeito corrosivo tal, que praticamente a civilizações inteiras que deram o seu contributo para a civilização geral, se deixou de reconhecer o seu rasto. Mas não faltam exemplos de grupos restritos terem conseguido que a sua herança se mantenha viva.
Os Soajeiros, por sua própria iniciativa alteraram em muito as suas condições económicas com reflexos inevitáveis nos seus modos de vida. Também a politica e a economia que se praticam no exterior vão influenciando a sua vivência social.
Estamos pois já longe do doce remanso que em tempos idos caracterizaria uma existência quase idílica. O Soajo não é uma comunidade fechada pois veja-se a contribuição que os seus naturais vão dando em tantas paragens para diferentes grupos civilizacionais.
O Soajo, ao tornar-se uma comunidade tão alargada, sujeitou-se a influências múltiplas que terão tido repercussão na coesão do grupo dos Soajeiros. Alguns se terão “perdido” nos vastos caminhos do universo mas decerto se lembrarão dos velhos trilhos da montanha.
Além desta herança “vadia”, que decerto terá servido para alicerçar uma boa integração noutros meios, há um núcleo, chamemos-lhe “duro”, que há-de constituir o reservatório das mais genuínas tradições, dos mais lídimos sentimentos, das mais legítimas aspirações.
Desculpem-me … a intrusão, mas não é necessário a unanimidade para se reconhecer um património comum e agora que, além do material, tanto relevo se dá ao património imaterial, decerto haverá poucos espaços em que estes dois aspectos da questão estejam tão interligados, com um forte inter-conexão.
As diferenças têm que ser suavizadas pela adopção de perspectivas comuns quanto ao futuro, porque, se não se estiver de acordo quanto a isso, todo o passado se esboroará, quando ao cimento que o liga for sendo retirada a consistência pelo estado de banho-maria criado pela indefinição.