Um leve exercício conjuntural é a melhor forma de balizar expectativas. É tão grave não termos ilusões como, tendo-as em demasia, acarretarmos com a desilusão inevitável.
Há sempre momentos mais marcantes na vida que uma mera data de calendário, momentos significantes em que nos é dado fazer revisões de objectivos e sua calendarização.
Não é pois disso que em principio se trata, sendo que este ano se vão acentuar os efeitos da alteração que, presumo e acredito, se está a operar no panorama nacional no sentido de uma politica de verdade. Só isto nos fará repensar a razoabilidade de algumas das ambições que a imaginação nos traz e a que uns resistem melhor que outros.
A crise orçamental que despoletou uma série de reformas geradoras de incompreensões e conflitos atingirá o ponto ómega no final de 2007, altura em que será possível avaliar a validade e a suficiência das medidas adoptadas.
Acreditando que sim, mas nunca com carácter definitivo, e porque então estaremos a meio de um ciclo eleitoral, sem especulações a propósito de qualquer possível intencionalidade prévia, esperamos uma inversão temporária da tendência de estagnação que nos atormenta há anos.
Mas cada vez mais se impõe uma atenção redobrada, que não nos deixemos cair na tentação de pensar que tudo está feito e que não possa até haver reversão de algumas medidas anunciadas. Não podemos acreditar cegamente em ninguém, nem em sindicatos que falam em solidariedade mas praticam o egoísmo mais feroz, o que não deixa de estar na sua natureza.
Também no panorama local nos não podemos demitir das responsabilidades no exercício de uma política transparente. Mesmo fraca tem de ser levada a sério a opinião pública, os direitos e obrigações dos órgãos deliberativos que com o seu carácter colectivo possam assegurar mais clareza.
Além de se pugnar para que as coisas deixem de ser feitas em cima do joelho, que não apareçam soluções como resultado de actos de mágica, tem que se envolver a sociedade, em especial os eleitos, na definição do futuro.
As decisões têm que ser explicitadas, sejam tomadas por órgãos unipessoais ou colectivos. Não podem provir de poderes insondáveis. Neste caso escamoteiam-se os propósitos, celebra-se o efémero e institucionaliza-se a veneração. Coloca-se a demissão e a subserviência no lugar da dignidade.
Carregam-se os cartuxos no silêncio dos gabinetes porque em 2008/9 será preciso deitar alguns foguetes. Quem está condenado a só deitar fogo rasteiro são as juntas de freguesia, cada vez mais impotentes e inoperantes.
As aldeias estiolam perante a decadência do mundo rural, mantido artificialmente há muitos anos, mas que agora está no estertor final. À medida que os velhos morrem ou se debilitam, os novos procuram trabalhos economicamente viáveis.
A própria paisagem sofre a adulteração de se verem as vinhas transformadas em silvados, os campos em tojeiras, as boiças em amontoados de lenha queimada. As casas velhas não são recuperadas porque já não correspondem aos requisitos de hoje. Os processos burocráticos dificultam cada vez mais qualquer reabilitação.
Entidades várias assentam a sua mão sobre o território, criando espartilhos de que os fracos se não livram. Os poderosos torneiam a lei, aproveitam a informação privilegiada, as alterações feitas à medida das conveniências, todas as fontes de corrupção, clientelismo e suborno.
De algum modo acreditamos no declínio dos processos chantagiosos, no fortalecimento da opinião pública e no poder da crítica. Acreditamos que se venha a ter satisfação em ser honesto, em ser humilde e em adquirir sabedoria.
Acreditamos que os espíritos se iluminem com a mesma luz clara e resplandecente e que, ao iluminar os outros, com a sua força se suavizem as suas fúrias e se amenize o seu viver.Acreditamos que a miséria regredirá e que o belo e o sublime serão cada vez mais visíveis e ao alcance de mais pessoas. A desgraça deixará cada vez mais o seu lugar na evidência dos nossos espíritos ao estado de graça. A verdade emergirá brilhante do seu esconderijo de restolho e lama.
Há sempre momentos mais marcantes na vida que uma mera data de calendário, momentos significantes em que nos é dado fazer revisões de objectivos e sua calendarização.
Não é pois disso que em principio se trata, sendo que este ano se vão acentuar os efeitos da alteração que, presumo e acredito, se está a operar no panorama nacional no sentido de uma politica de verdade. Só isto nos fará repensar a razoabilidade de algumas das ambições que a imaginação nos traz e a que uns resistem melhor que outros.
A crise orçamental que despoletou uma série de reformas geradoras de incompreensões e conflitos atingirá o ponto ómega no final de 2007, altura em que será possível avaliar a validade e a suficiência das medidas adoptadas.
Acreditando que sim, mas nunca com carácter definitivo, e porque então estaremos a meio de um ciclo eleitoral, sem especulações a propósito de qualquer possível intencionalidade prévia, esperamos uma inversão temporária da tendência de estagnação que nos atormenta há anos.
Mas cada vez mais se impõe uma atenção redobrada, que não nos deixemos cair na tentação de pensar que tudo está feito e que não possa até haver reversão de algumas medidas anunciadas. Não podemos acreditar cegamente em ninguém, nem em sindicatos que falam em solidariedade mas praticam o egoísmo mais feroz, o que não deixa de estar na sua natureza.
Também no panorama local nos não podemos demitir das responsabilidades no exercício de uma política transparente. Mesmo fraca tem de ser levada a sério a opinião pública, os direitos e obrigações dos órgãos deliberativos que com o seu carácter colectivo possam assegurar mais clareza.
Além de se pugnar para que as coisas deixem de ser feitas em cima do joelho, que não apareçam soluções como resultado de actos de mágica, tem que se envolver a sociedade, em especial os eleitos, na definição do futuro.
As decisões têm que ser explicitadas, sejam tomadas por órgãos unipessoais ou colectivos. Não podem provir de poderes insondáveis. Neste caso escamoteiam-se os propósitos, celebra-se o efémero e institucionaliza-se a veneração. Coloca-se a demissão e a subserviência no lugar da dignidade.
Carregam-se os cartuxos no silêncio dos gabinetes porque em 2008/9 será preciso deitar alguns foguetes. Quem está condenado a só deitar fogo rasteiro são as juntas de freguesia, cada vez mais impotentes e inoperantes.
As aldeias estiolam perante a decadência do mundo rural, mantido artificialmente há muitos anos, mas que agora está no estertor final. À medida que os velhos morrem ou se debilitam, os novos procuram trabalhos economicamente viáveis.
A própria paisagem sofre a adulteração de se verem as vinhas transformadas em silvados, os campos em tojeiras, as boiças em amontoados de lenha queimada. As casas velhas não são recuperadas porque já não correspondem aos requisitos de hoje. Os processos burocráticos dificultam cada vez mais qualquer reabilitação.
Entidades várias assentam a sua mão sobre o território, criando espartilhos de que os fracos se não livram. Os poderosos torneiam a lei, aproveitam a informação privilegiada, as alterações feitas à medida das conveniências, todas as fontes de corrupção, clientelismo e suborno.
De algum modo acreditamos no declínio dos processos chantagiosos, no fortalecimento da opinião pública e no poder da crítica. Acreditamos que se venha a ter satisfação em ser honesto, em ser humilde e em adquirir sabedoria.
Acreditamos que os espíritos se iluminem com a mesma luz clara e resplandecente e que, ao iluminar os outros, com a sua força se suavizem as suas fúrias e se amenize o seu viver.Acreditamos que a miséria regredirá e que o belo e o sublime serão cada vez mais visíveis e ao alcance de mais pessoas. A desgraça deixará cada vez mais o seu lugar na evidência dos nossos espíritos ao estado de graça. A verdade emergirá brilhante do seu esconderijo de restolho e lama.