Trinta e seis equipas durante quatro meses deram largas à sua imaginação, conjecturaram iniciativas, meteram pés ao caminho, solicitaram a adesão da população, fizeram pedagogia “médica”, demoveram más vontades e conseguiram um honroso resultado, coroado com uma festa conjunta que decorreu com imenso sucesso no dia 1 de Outubro passado no Parque de S. João.
Não se tratou de um peditório, como é normal a Liga Portuguesa Contra o Cancro fazer anualmente, mas sim de um conjunto de eventos de natureza diversificada, que tiveram em comum somente o objectivo último de angariação de fundos para levar a cabo as suas meritórias actividades.
A principal característica desta acção é a existência de uma contrapartida, material ou não, que não seja outra é a participação numa sessão de convívio como um passeio a pé ou de bicicleta.
Cada equipa era livre de escolher, segundo a capacidade dos seus membros e as possibilidades do meio em que está inserida, o tipo de iniciativas que mais se coadunava com essas características.
Umas iniciativas tiveram sucesso outras menos, umas não falharam outras não conseguiram ultrapassar as suas contradições. O resultado final é agradável no seu conjunto mas seria bom que cada equipa fizesse um balanço, não para ser criticada na praça pública, mas para que se analisassem os seus sucessos e fracassos, com vista a aprender para iniciativas futuras e que outros também encontrassem aí ensinamentos para ultrapassar as suas debilidades.
Porque nós não queremos, e está no espírito de quem lançou este programa, que isto acabe por aqui. Não se trata de ir já a seguir, aproveitando o efeito de balanço criado, fazer outra realização do género, mas tão só de estarmos disponíveis para participar, para partilhar, para nos envolvermos em correntes que se venham futuramente a constituir com objectivos tão dignificantes como este.
A luta contra o cancro é uma luta já de décadas e que tem mobilizado imensos recursos do Estado, da sociedade, das empresas, das pessoas. Em Portugal há, dada também a nossa sempre relativa carência de recursos, o hábito de atirar para cima do Estado a responsabilidade por tudo.
Mas se nós somos pobres, o nosso Estado não pode ser rico. Além de mais nas iniciativas com “selo de garantia” como esta sabe-se para onde o dinheiro vai, tem destino certo e o Estado, na afectação de recursos, comporta-se por vezes de modo imprevisível e ineficaz.
Temos de acreditar em nós, em que a sociedade é capaz de gerar em si estruturas mais flexíveis que o Estado e que melhor consigam atingir os altos objectivos que aqui se pretendem, de apoio à cura e aos doentes afectados.
A luta contra o cancro vai ser longa. Prevê-se, como foi salientado pelos responsáveis da Liga, que a incidência do cancro vai continuar a aumentar, embora se acredite que os meios para o combater serão cada vez mais eficazes.
A prevenção e o primeiro diagnóstico têm que ser os métodos mais usados porque a minimização dos danos, o tratamento de um cancro instalado, terão cada vez mais sucesso mas, embora se tente caminhar para lá, um processo canceroso dificilmente será totalmente revertível.
Esta iniciativa contribui, e de que maneira, para colocar mais alerta a população face à realidade e à possível evolução da doença. Contribui para alargar o espaço de solidariedade e até para a satisfação pessoal dos que, de qualquer modo, nela se envolvem.
Se mais de quinhentas pessoas intervieram directamente através das equipas, outras quinhentas, de entre bandas de música, ranchos folclóricos, tunas, coros, grupos de bombos, cavaquinhos ou concertinas, grupos musicais e teatrais, cantores ao desafio, fadistas, terão passado pelo palco para que a festa não esmorecesse nas suas mais de 13 horas de duração.
Todos contribuíram graciosamente, culminando com um magnífico fogo de artifício que, acho eu, até serviu para demonstrar que com menos alarido se faz um bonito espectáculo.
Ademais todos os artistas deram do seu melhor enquanto a corrente humana, a Volta dos Sobreviventes, se manteve ininterruptamente de princípio ao fim, como afirmação do empenho sem desfalecimento de todos nesta luta contra a doença.
Na enorme mesa em redor da qual se dava esta Volta foram colocadas luminárias e pelas 21 h realizou-se uma cerimónia, com o testemunho de um sobrevivente, um poema de Torga, um minuto de silêncio e o hino de “Um Dia pela Vida”, simbólica homenagem aos que partiram.
Quem assistiu, em especial à parte final desta festa, só pode ter ficado com os sentimentos de regozijo por ter participado, de culpa por não ter contribuído, quiçá por ter recusado 1 € por estacionar, como infelizmente aconteceu com muitas pessoas numa iniciativa em Agosto no areal de Ponte de Lima, ou um sentimento de desconforto por até ter usufruído duma festa para a qual o seu contributo foi pouco mais que nenhum.
Com certeza que se tudo começasse agora sairia melhor, que haveria maior participação e empenho. Mas esperemos que o exemplo frutifique e que quem o siga o faça também com a transparência deste, com a sua clareza de objectivos, com a nobreza da sua causa.
“Um Dia pela Vida” foi uma digna manifestação da disponibilidade que há em nós para sermos solidários.
Não se tratou de um peditório, como é normal a Liga Portuguesa Contra o Cancro fazer anualmente, mas sim de um conjunto de eventos de natureza diversificada, que tiveram em comum somente o objectivo último de angariação de fundos para levar a cabo as suas meritórias actividades.
A principal característica desta acção é a existência de uma contrapartida, material ou não, que não seja outra é a participação numa sessão de convívio como um passeio a pé ou de bicicleta.
Cada equipa era livre de escolher, segundo a capacidade dos seus membros e as possibilidades do meio em que está inserida, o tipo de iniciativas que mais se coadunava com essas características.
Umas iniciativas tiveram sucesso outras menos, umas não falharam outras não conseguiram ultrapassar as suas contradições. O resultado final é agradável no seu conjunto mas seria bom que cada equipa fizesse um balanço, não para ser criticada na praça pública, mas para que se analisassem os seus sucessos e fracassos, com vista a aprender para iniciativas futuras e que outros também encontrassem aí ensinamentos para ultrapassar as suas debilidades.
Porque nós não queremos, e está no espírito de quem lançou este programa, que isto acabe por aqui. Não se trata de ir já a seguir, aproveitando o efeito de balanço criado, fazer outra realização do género, mas tão só de estarmos disponíveis para participar, para partilhar, para nos envolvermos em correntes que se venham futuramente a constituir com objectivos tão dignificantes como este.
A luta contra o cancro é uma luta já de décadas e que tem mobilizado imensos recursos do Estado, da sociedade, das empresas, das pessoas. Em Portugal há, dada também a nossa sempre relativa carência de recursos, o hábito de atirar para cima do Estado a responsabilidade por tudo.
Mas se nós somos pobres, o nosso Estado não pode ser rico. Além de mais nas iniciativas com “selo de garantia” como esta sabe-se para onde o dinheiro vai, tem destino certo e o Estado, na afectação de recursos, comporta-se por vezes de modo imprevisível e ineficaz.
Temos de acreditar em nós, em que a sociedade é capaz de gerar em si estruturas mais flexíveis que o Estado e que melhor consigam atingir os altos objectivos que aqui se pretendem, de apoio à cura e aos doentes afectados.
A luta contra o cancro vai ser longa. Prevê-se, como foi salientado pelos responsáveis da Liga, que a incidência do cancro vai continuar a aumentar, embora se acredite que os meios para o combater serão cada vez mais eficazes.
A prevenção e o primeiro diagnóstico têm que ser os métodos mais usados porque a minimização dos danos, o tratamento de um cancro instalado, terão cada vez mais sucesso mas, embora se tente caminhar para lá, um processo canceroso dificilmente será totalmente revertível.
Esta iniciativa contribui, e de que maneira, para colocar mais alerta a população face à realidade e à possível evolução da doença. Contribui para alargar o espaço de solidariedade e até para a satisfação pessoal dos que, de qualquer modo, nela se envolvem.
Se mais de quinhentas pessoas intervieram directamente através das equipas, outras quinhentas, de entre bandas de música, ranchos folclóricos, tunas, coros, grupos de bombos, cavaquinhos ou concertinas, grupos musicais e teatrais, cantores ao desafio, fadistas, terão passado pelo palco para que a festa não esmorecesse nas suas mais de 13 horas de duração.
Todos contribuíram graciosamente, culminando com um magnífico fogo de artifício que, acho eu, até serviu para demonstrar que com menos alarido se faz um bonito espectáculo.
Ademais todos os artistas deram do seu melhor enquanto a corrente humana, a Volta dos Sobreviventes, se manteve ininterruptamente de princípio ao fim, como afirmação do empenho sem desfalecimento de todos nesta luta contra a doença.
Na enorme mesa em redor da qual se dava esta Volta foram colocadas luminárias e pelas 21 h realizou-se uma cerimónia, com o testemunho de um sobrevivente, um poema de Torga, um minuto de silêncio e o hino de “Um Dia pela Vida”, simbólica homenagem aos que partiram.
Quem assistiu, em especial à parte final desta festa, só pode ter ficado com os sentimentos de regozijo por ter participado, de culpa por não ter contribuído, quiçá por ter recusado 1 € por estacionar, como infelizmente aconteceu com muitas pessoas numa iniciativa em Agosto no areal de Ponte de Lima, ou um sentimento de desconforto por até ter usufruído duma festa para a qual o seu contributo foi pouco mais que nenhum.
Com certeza que se tudo começasse agora sairia melhor, que haveria maior participação e empenho. Mas esperemos que o exemplo frutifique e que quem o siga o faça também com a transparência deste, com a sua clareza de objectivos, com a nobreza da sua causa.
“Um Dia pela Vida” foi uma digna manifestação da disponibilidade que há em nós para sermos solidários.