A escola pública é uma construção dos dois últimos séculos mas que em Portugal só na última metade do século XX com a escola primária abrangeu o território nacional e que só depois do 25 de Abril teve uma implantação abrangente a nível do secundário. Por isso a sua conotação ideológica e política.
A escola primária pensada para o “Ler, Escrever e Contar” foi em tempos “O Quanto Baste” para que nós nos sentíssemos integrados na civilização. Salazar, o Conde de Autora e outros assim pensaram, e só tarde Portugal acordou. Quanto as professores de então eles eram no geral, independentemente até de serem ou não do regime, de um autoritarismo atroz. No entanto agradecíamos.
As promessas de um bom ensino corresponderam à necessidade de acompanhar a evolução que nesse domínio tem tido os Países Europeus, de habilitar as pessoas com capacidades de se integrarem numa economia em permanente desenvolvimento, com o uso de novas tecnologias, e de alcançarem bons níveis de cultura cívica e integração social.
Porém tarda que Portugal alcance no ensino um patamar de razoabilidade. Todos ralhamos embora as nossas perspectivas sejam medianas e tenhamos encrostada no nosso espírito a velha ideia de que, chegado o momento decisivo, lá nos desenrascaremos e se for necessário pagamos, que haverá sempre quem esteja disposto a vender diplomas.
O facilitismo nacional teve um dos seus expoentes máximos no Guterrismo que pariu o célebre Despacho Regulamentar 11/98 que permitiu que os professores se acomodassem na infeliz avaliação com “Satisfaz”, bem característica da nossa mediocridade ancestral e que muitos se aprazem em manter.
Mas valha-nos que em Ponte de Lima há quem se não queira ficar por este Despacho, talvez porque ouviu dizer que na Madeira, mercê da benevolência do Inimitável João, todos receberão um eloquente “Bom”, atribuído administrativamente à revelia da nova legislação, mas aproveitando-lhe o título.
Então foi o Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de António Feijó dar à luz uma Carta Aberta à Ministra da Educação, aquele “Senhora” é hipocrisia, protocolo, termo imposto pela burocracia, a propor que aquele despacho do “Satisfaz”, em boa hora revogado, digo, fosse repescado e injectado com um factor de diferenciação, prevê-se, suficientemente inócuo para não produzir efeitos.
Grande contribuição intelectual, e principalmente cívica, para quem quer que a elaboração das fichas de avaliação, sem imposição de parâmetros, se faça na sua esfera de competência. Quando se quer abrir a escola à comunidade e que esta tenha uma palavra a dizer, tenha uma participação na avaliação, seja directa seja através dos órgãos eleitos, esta proposta é perfeitamente descabida.
A Escola viveu muitos anos fechada dentro de si, não respondendo a ninguém pelos seus custos e pelo rendimento obtido do seu trabalho. Fosse bom fosse péssimo, tudo era escondido detrás das suas paredes e quem mais sofreu com isso foram os filhos da população mais desfavorecida, a qual não é incentivada a melhorar a sua condição.
Os endinheirados socorrem-se das explicações generosamente pagas a professores que fogem da Escola como o Diabo da Cruz. Aqueles que se empenham em que os filhos tenham aproveitamento lá vão dando voltas ao orçamento para tornar possível a melhoria que fará a diferença. Porque não se saber que diferenças existem entre os professores?
Os alunos são expostos a todos os vexames sociais. A Escola funciona hoje como o maior factor de diferenciação negativa, de segregação social, de exclusão social. Frequentar a Escola é para muitos alunos um suplício, uma sujeição a uma descriminação que impunemente lhes é feita, um ferrete que lhes é aplicado para toda a vida. A Escola não pode ser uma fábrica de despojos.
A escola primária pensada para o “Ler, Escrever e Contar” foi em tempos “O Quanto Baste” para que nós nos sentíssemos integrados na civilização. Salazar, o Conde de Autora e outros assim pensaram, e só tarde Portugal acordou. Quanto as professores de então eles eram no geral, independentemente até de serem ou não do regime, de um autoritarismo atroz. No entanto agradecíamos.
As promessas de um bom ensino corresponderam à necessidade de acompanhar a evolução que nesse domínio tem tido os Países Europeus, de habilitar as pessoas com capacidades de se integrarem numa economia em permanente desenvolvimento, com o uso de novas tecnologias, e de alcançarem bons níveis de cultura cívica e integração social.
Porém tarda que Portugal alcance no ensino um patamar de razoabilidade. Todos ralhamos embora as nossas perspectivas sejam medianas e tenhamos encrostada no nosso espírito a velha ideia de que, chegado o momento decisivo, lá nos desenrascaremos e se for necessário pagamos, que haverá sempre quem esteja disposto a vender diplomas.
O facilitismo nacional teve um dos seus expoentes máximos no Guterrismo que pariu o célebre Despacho Regulamentar 11/98 que permitiu que os professores se acomodassem na infeliz avaliação com “Satisfaz”, bem característica da nossa mediocridade ancestral e que muitos se aprazem em manter.
Mas valha-nos que em Ponte de Lima há quem se não queira ficar por este Despacho, talvez porque ouviu dizer que na Madeira, mercê da benevolência do Inimitável João, todos receberão um eloquente “Bom”, atribuído administrativamente à revelia da nova legislação, mas aproveitando-lhe o título.
Então foi o Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de António Feijó dar à luz uma Carta Aberta à Ministra da Educação, aquele “Senhora” é hipocrisia, protocolo, termo imposto pela burocracia, a propor que aquele despacho do “Satisfaz”, em boa hora revogado, digo, fosse repescado e injectado com um factor de diferenciação, prevê-se, suficientemente inócuo para não produzir efeitos.
Grande contribuição intelectual, e principalmente cívica, para quem quer que a elaboração das fichas de avaliação, sem imposição de parâmetros, se faça na sua esfera de competência. Quando se quer abrir a escola à comunidade e que esta tenha uma palavra a dizer, tenha uma participação na avaliação, seja directa seja através dos órgãos eleitos, esta proposta é perfeitamente descabida.
A Escola viveu muitos anos fechada dentro de si, não respondendo a ninguém pelos seus custos e pelo rendimento obtido do seu trabalho. Fosse bom fosse péssimo, tudo era escondido detrás das suas paredes e quem mais sofreu com isso foram os filhos da população mais desfavorecida, a qual não é incentivada a melhorar a sua condição.
Os endinheirados socorrem-se das explicações generosamente pagas a professores que fogem da Escola como o Diabo da Cruz. Aqueles que se empenham em que os filhos tenham aproveitamento lá vão dando voltas ao orçamento para tornar possível a melhoria que fará a diferença. Porque não se saber que diferenças existem entre os professores?
Os alunos são expostos a todos os vexames sociais. A Escola funciona hoje como o maior factor de diferenciação negativa, de segregação social, de exclusão social. Frequentar a Escola é para muitos alunos um suplício, uma sujeição a uma descriminação que impunemente lhes é feita, um ferrete que lhes é aplicado para toda a vida. A Escola não pode ser uma fábrica de despojos.
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