Os Experts das Finanças, os Magos dos Negócios espatifaram regras elementares da matemática, imaginaram progressões infinitas sem percalços de regressões inevitáveis, iludiram a população crente na infinidade do crescimento, na bem-aventurança do Liberalismo, na magnanimidade dos Banqueiros. Aliás no seguimento de todas as ideias de progresso contínuo, com mais ou menos sobressaltos, que se defendem desde a revolução industrial.
Muito Ilustre Economista agiu e transmitiu a ideia de que o mercado, por se ter globalizado, se tinha tornado infinitamente elástico e sempre se encontraria um lugar onde vender tudo o que fosse imaginável e em particular os produtos virtuais que a Banca criou para dar crédito à sua função de financiamento. Criou a ilusão de que todas as modalidades de financiamento eram convertíveis.
As maiores Estrelas da Gestão, por se ter entrado num mundo de convertibilidade quase absoluta das moedas dos principais países, passaram a ideia da imensa plasticidade da moeda, do seu carácter virtuoso na resolução de todos os processos financeiros, da sua maneabilidade pela sua artificiosa engenharia, por mais rebuscada que fosse.
À maioria da população restou olhar deslumbrada para um Firmamento tão brilhante. Se o dinheiro era tudo, os homens do dinheiro, aqueles que o sabem manusear, seriam os supremos detentores das chaves do futuro. De tal maneira focou ofuscada por tanto esplendor que ainda hoje, já vividos uns bons dias desta crise crescente, ainda argumenta essencialmente com base nos mesmos princípios que levaram a esta falência em escada mas que será global do sistema.
Normalmente os dirigentes que trouxeram a situação até aqui só são acusados de terem sucumbido à ganância pessoal, não atendendo as pessoas ao facto de essa ganância já ser sistémica e de nós próprios já estarmos dela possuídos, mesmo que só através de formas subtis. Muita da nossa inveja deriva de não podermos usufruir dos mesmos artifícios financeiros que permitem a outros mais poderosos que nós que obtenham lucros exagerados.
Mas os mais acusados são sempre os políticos, afinal aqueles que dão a cara, que muitos financeiros e especuladores poucos os conhecerão. No geral, mesmo quando os políticos servem com mais evidência os interesses dessa gente, são por ela mesma acusados de não serem suficientemente permissivos para que eles possam fazer o que lhes aprouver, que será em benefício da população. Têm-se visto! Qualquer regulamentação é para eles um aperto.
O normal para o comum das pessoas é meter tudo no mesmo molho, que eles são gente que se entende, e há uma má vontade da parte do capital e dos dirigentes políticos mundiais quanto à satisfação das solicitações de consumo da parte da população. Essas pessoas pensam que só não há mais casas porque não querem que haja, só não há mais carros porque os poderosos querem ser os exclusivos usufruidores das grandes máquinas que se produzem.
Na realidade há uma perda evidente da noção do que é razoável e daquilo que é perfeitamente supérfluo. Na verdade as casas sobram e os carros são mais que muitos. O sistema revela-se tal como está estruturado perfeitamente ineficiente porque produz bens cuja rentabilidade é absolutamente negativa. Se a crise só existe quando afecta as necessidades básicas de uma larga fatia da população, a verdade é que muita contestação se faz na ausência de satisfação do supérfluo.
A existência de massa monetária cria a ilusão de que todas as necessidades podiam ser satisfeitas, só o custo do dinheiro impede que isso aconteça. Se o dinheiro fosse posto à disposição de toda a gente a um preço razoável, todos poderiam usufruir de imediato de todos os bens de que necessitam. Seríamos todos colocados a trabalhar ou a procurar de qualquer outra forma obter recursos para pagar os empréstimos obtidos.
O problema é que é para estes, para aqueles que já comprometerem anos e anos do seu futuro, que as necessidades estão sempre a crescer, que o aperto se torna cada vez maior, já que não investiram em bens que possam gerar lucro mas aplicaram em bens de puro consumo. E em simultâneo há cada vez maior acumulação do capital em poucas mãos, cada vez há maior usura, cada vez há menos investimento directo e mais especulativo.
A previsibilidade da economia está cada vez mais posta em causa. Isso tem que levar os cientistas da economia a rever as formas de financiamento a longo prazo face à banalidade em que se tornou uma convertibilidade quase imediata entre o crédito a curto, médio e longo prazo. A nossa ambição é antecipar o futuro, na ânsia de também lucrar à sua custa.
Em primeiro lugar o que se pretende é que sejam os outros a correr os riscos e não nós. Mas, e ainda bem, nós estamos num sistema fechado e aquilo que de mau pode acontecer aos outros pode vir a cair-nos em cima. Que seria de nós se o mundo fosse gerido por um imenso fundo de pensões que pretensamente nos garantiria o futuro mas que quando lá chegássemos estivesse sugada pela voracidade do sistema financeiro que o teriam transformado em títulos sem valor?
O essencial da reconversão a fazer é transformar o sistema financeiro num conjunto de organismos capazes de assegurar os meios de intermediação nos negócios e os meios de financiamento da produção e de forma limitada do consumo. O sistema financeiro não pode estar focado no saque da economia, na alta remuneração dos seus homens e no imediatismo dos seus processos. A política tem que reassumir a credibilidade que esta gente delapidou.
Muito Ilustre Economista agiu e transmitiu a ideia de que o mercado, por se ter globalizado, se tinha tornado infinitamente elástico e sempre se encontraria um lugar onde vender tudo o que fosse imaginável e em particular os produtos virtuais que a Banca criou para dar crédito à sua função de financiamento. Criou a ilusão de que todas as modalidades de financiamento eram convertíveis.
As maiores Estrelas da Gestão, por se ter entrado num mundo de convertibilidade quase absoluta das moedas dos principais países, passaram a ideia da imensa plasticidade da moeda, do seu carácter virtuoso na resolução de todos os processos financeiros, da sua maneabilidade pela sua artificiosa engenharia, por mais rebuscada que fosse.
À maioria da população restou olhar deslumbrada para um Firmamento tão brilhante. Se o dinheiro era tudo, os homens do dinheiro, aqueles que o sabem manusear, seriam os supremos detentores das chaves do futuro. De tal maneira focou ofuscada por tanto esplendor que ainda hoje, já vividos uns bons dias desta crise crescente, ainda argumenta essencialmente com base nos mesmos princípios que levaram a esta falência em escada mas que será global do sistema.
Normalmente os dirigentes que trouxeram a situação até aqui só são acusados de terem sucumbido à ganância pessoal, não atendendo as pessoas ao facto de essa ganância já ser sistémica e de nós próprios já estarmos dela possuídos, mesmo que só através de formas subtis. Muita da nossa inveja deriva de não podermos usufruir dos mesmos artifícios financeiros que permitem a outros mais poderosos que nós que obtenham lucros exagerados.
Mas os mais acusados são sempre os políticos, afinal aqueles que dão a cara, que muitos financeiros e especuladores poucos os conhecerão. No geral, mesmo quando os políticos servem com mais evidência os interesses dessa gente, são por ela mesma acusados de não serem suficientemente permissivos para que eles possam fazer o que lhes aprouver, que será em benefício da população. Têm-se visto! Qualquer regulamentação é para eles um aperto.
O normal para o comum das pessoas é meter tudo no mesmo molho, que eles são gente que se entende, e há uma má vontade da parte do capital e dos dirigentes políticos mundiais quanto à satisfação das solicitações de consumo da parte da população. Essas pessoas pensam que só não há mais casas porque não querem que haja, só não há mais carros porque os poderosos querem ser os exclusivos usufruidores das grandes máquinas que se produzem.
Na realidade há uma perda evidente da noção do que é razoável e daquilo que é perfeitamente supérfluo. Na verdade as casas sobram e os carros são mais que muitos. O sistema revela-se tal como está estruturado perfeitamente ineficiente porque produz bens cuja rentabilidade é absolutamente negativa. Se a crise só existe quando afecta as necessidades básicas de uma larga fatia da população, a verdade é que muita contestação se faz na ausência de satisfação do supérfluo.
A existência de massa monetária cria a ilusão de que todas as necessidades podiam ser satisfeitas, só o custo do dinheiro impede que isso aconteça. Se o dinheiro fosse posto à disposição de toda a gente a um preço razoável, todos poderiam usufruir de imediato de todos os bens de que necessitam. Seríamos todos colocados a trabalhar ou a procurar de qualquer outra forma obter recursos para pagar os empréstimos obtidos.
O problema é que é para estes, para aqueles que já comprometerem anos e anos do seu futuro, que as necessidades estão sempre a crescer, que o aperto se torna cada vez maior, já que não investiram em bens que possam gerar lucro mas aplicaram em bens de puro consumo. E em simultâneo há cada vez maior acumulação do capital em poucas mãos, cada vez há maior usura, cada vez há menos investimento directo e mais especulativo.
A previsibilidade da economia está cada vez mais posta em causa. Isso tem que levar os cientistas da economia a rever as formas de financiamento a longo prazo face à banalidade em que se tornou uma convertibilidade quase imediata entre o crédito a curto, médio e longo prazo. A nossa ambição é antecipar o futuro, na ânsia de também lucrar à sua custa.
Em primeiro lugar o que se pretende é que sejam os outros a correr os riscos e não nós. Mas, e ainda bem, nós estamos num sistema fechado e aquilo que de mau pode acontecer aos outros pode vir a cair-nos em cima. Que seria de nós se o mundo fosse gerido por um imenso fundo de pensões que pretensamente nos garantiria o futuro mas que quando lá chegássemos estivesse sugada pela voracidade do sistema financeiro que o teriam transformado em títulos sem valor?
O essencial da reconversão a fazer é transformar o sistema financeiro num conjunto de organismos capazes de assegurar os meios de intermediação nos negócios e os meios de financiamento da produção e de forma limitada do consumo. O sistema financeiro não pode estar focado no saque da economia, na alta remuneração dos seus homens e no imediatismo dos seus processos. A política tem que reassumir a credibilidade que esta gente delapidou.