O tempo é o aspecto da existência que maior número de problemas nos trás, mais contratempos nos acarreta, como tivera que ser aliás. É o tempo que nos afasta mais daquilo que ambicionamos e nos torna indisponíveis. Mesmo para os crentes o tempo pode ser mais fonte de perdição do que propriamente oportunidade para uma reabilitação. O tempo é no geral mal visto.
No entanto há quem veja permanentemente o tempo com bons olhos, são os eternos optimistas. Na realidade o tempo não tem culpa, nós é que o alongamos ou estreitamos conforme o estado em que nos encontramos. Muitas vezes não sabemos que fazer ao tempo, ele sobra-nos sem nos dar qualquer compensação, outras vezes falta-nos, com o tempo que temos não fazemos nada de jeito.
Por isso a vivência ao ritmo do tempo, o domínio do tempo pela sua aceleração ou retardamento, a gestão do tempo, são hoje os aspectos que correspondem à inteligibilidade do tempo e mais contribuem para a nossa felicidade, para termos algum tempo disponível para os outros, para aprendermos o ritmo do tempo social, para nos empenharmos no equilíbrio e na harmonia social.
È necessário distinguir entre o ritmo a que a sociedade evoluiu e alguns ritmos sociais que são mais impostos pelas figuras extravagantes, daquelas que impõem a moda. Figuras há que conseguem atrair a atenção para a velocidade do seu próprio pensamento e criar assim um mundo virtual. O grave é quando o seu autor é uma pessoa particularmente dotada e cria um mundo tão completo e tão convincente que passa para muitos que não o podem suportar como o mundo real.
Um mundo virtual é sempre um mundo alucinante mas que tem a capacidade para se incrustar no pensamento daqueles que por si próprios não iriam para além da mesquinhez do seu ambiente próprio. O problema é que os próprios se não apercebem da desadequação desse pensamento em relação a uma realidade bem mais trivial, comezinha e material do que eles podem imaginar.
Queiramos ou não nós estamos presos à nossa vivência, não é o imenso tempo dos outros que nos dá fartura, vivemos bem sem que o mundo nos dedique tempo que se veja. Uma sábia gestão do tempo tem a ver essencialmente com o nosso ser, pelo que quem aceita em si a vivência de uma virtualidade qualquer pode, além de perder o seu tempo, estar a perder o domínio de si próprio.
Nós para medirmos bem o tempo não nos podemos deixar enlear ou anestesiar, soerguer demasiado ou mergulhar, devemos ter os pés bem assentes, apelar de tempos a tempos ao sobrevoo rasante da realidade ao seu nível mais banal. O que é bem diferente de fincar os pés no chão e garantir a toda a gente que daqui se não sai, o nosso tempo é este, é aqui que queremos viver para sempre.
O pior que nos pode acontecer é sermos apanhados desprevenidos pela aceleração ou desaceleração do tempo social. Isto é, estarmos paralisados ou entretidos a fazer um esforço desmedido para acompanhar um hipotético ritmo e sermos surpreendidos por um ritmo muito mais frenético ou mesmo em sentido contrário. É perigoso não sabermos que a realidade, porque fruto de muitas inter-relações, tem uma elasticidade bem diferente daquela que nós lhe damos.
Uma sociedade será tanto mais harmoniosa quanto mais soubermos fazer o aproveitamento do tempo, tendo a certeza que o nosso tempo é muito limitado se comparado com o tempo social. Não se trata de cada um se dedicar às suas tarefas próprias e virar mais as costas aos outros, mas de gastar menos tempo com tricas e dicas e mais em tarefas que enalteçam as pessoas.
A nossa margem de escolha é, e tem a possibilidade de continuar a ser, larga o suficiente para que não haja competitividade exagerada nem uniformidade monótona. Cada um pode fazer uma selecção criteriosa daquilo com que quer ocupar o seu tempo, definindo claramente o que tem mais ou menos a ver com as suas preocupações sociais.
Hoje é necessário ter a clara noção do tempo que dedicamos aos outros e, querendo enganar os outros, não nos enganarmos a nós próprios. A facilidade com que obtemos muitas das coisas que há uns anos nos levariam um tempo infinito a conseguir leva-nos a ter excessivo tempo disponível, parte do qual se podia aplicar em actividades a favor dos outros. Passa-se uma coisa que há anos seria perfeitamente absurda, sobra-nos tempo, mas falta-nos sabedoria para o usar.
Na realidade nós saberíamos em que aplicar o tempo, se tivéssemos dinheiro para andar em permanente voo ou em coisas do género. Isto é, nós sabemos em como transformar um problema num outro totalmente diverso. E ainda por cima a razão da não solução deste último é transformada em problema social, como se toda a falta de dinheiro fosse do domínio social.
Nós não sabemos como aplicar honestamente o nosso tempo em nosso favor e em favor dos outros, ajudando a resolver problemas e não a criar ambições desabridas. Transformamos muitas vezes aquilo que deveria ser uma genuína preocupação social numa questão esquizofrénica em que pomos toda a gente a viver os nossos problemas e os vemos como o centro de um conflito social que construímos à sua volta.
No entanto há quem veja permanentemente o tempo com bons olhos, são os eternos optimistas. Na realidade o tempo não tem culpa, nós é que o alongamos ou estreitamos conforme o estado em que nos encontramos. Muitas vezes não sabemos que fazer ao tempo, ele sobra-nos sem nos dar qualquer compensação, outras vezes falta-nos, com o tempo que temos não fazemos nada de jeito.
Por isso a vivência ao ritmo do tempo, o domínio do tempo pela sua aceleração ou retardamento, a gestão do tempo, são hoje os aspectos que correspondem à inteligibilidade do tempo e mais contribuem para a nossa felicidade, para termos algum tempo disponível para os outros, para aprendermos o ritmo do tempo social, para nos empenharmos no equilíbrio e na harmonia social.
È necessário distinguir entre o ritmo a que a sociedade evoluiu e alguns ritmos sociais que são mais impostos pelas figuras extravagantes, daquelas que impõem a moda. Figuras há que conseguem atrair a atenção para a velocidade do seu próprio pensamento e criar assim um mundo virtual. O grave é quando o seu autor é uma pessoa particularmente dotada e cria um mundo tão completo e tão convincente que passa para muitos que não o podem suportar como o mundo real.
Um mundo virtual é sempre um mundo alucinante mas que tem a capacidade para se incrustar no pensamento daqueles que por si próprios não iriam para além da mesquinhez do seu ambiente próprio. O problema é que os próprios se não apercebem da desadequação desse pensamento em relação a uma realidade bem mais trivial, comezinha e material do que eles podem imaginar.
Queiramos ou não nós estamos presos à nossa vivência, não é o imenso tempo dos outros que nos dá fartura, vivemos bem sem que o mundo nos dedique tempo que se veja. Uma sábia gestão do tempo tem a ver essencialmente com o nosso ser, pelo que quem aceita em si a vivência de uma virtualidade qualquer pode, além de perder o seu tempo, estar a perder o domínio de si próprio.
Nós para medirmos bem o tempo não nos podemos deixar enlear ou anestesiar, soerguer demasiado ou mergulhar, devemos ter os pés bem assentes, apelar de tempos a tempos ao sobrevoo rasante da realidade ao seu nível mais banal. O que é bem diferente de fincar os pés no chão e garantir a toda a gente que daqui se não sai, o nosso tempo é este, é aqui que queremos viver para sempre.
O pior que nos pode acontecer é sermos apanhados desprevenidos pela aceleração ou desaceleração do tempo social. Isto é, estarmos paralisados ou entretidos a fazer um esforço desmedido para acompanhar um hipotético ritmo e sermos surpreendidos por um ritmo muito mais frenético ou mesmo em sentido contrário. É perigoso não sabermos que a realidade, porque fruto de muitas inter-relações, tem uma elasticidade bem diferente daquela que nós lhe damos.
Uma sociedade será tanto mais harmoniosa quanto mais soubermos fazer o aproveitamento do tempo, tendo a certeza que o nosso tempo é muito limitado se comparado com o tempo social. Não se trata de cada um se dedicar às suas tarefas próprias e virar mais as costas aos outros, mas de gastar menos tempo com tricas e dicas e mais em tarefas que enalteçam as pessoas.
A nossa margem de escolha é, e tem a possibilidade de continuar a ser, larga o suficiente para que não haja competitividade exagerada nem uniformidade monótona. Cada um pode fazer uma selecção criteriosa daquilo com que quer ocupar o seu tempo, definindo claramente o que tem mais ou menos a ver com as suas preocupações sociais.
Hoje é necessário ter a clara noção do tempo que dedicamos aos outros e, querendo enganar os outros, não nos enganarmos a nós próprios. A facilidade com que obtemos muitas das coisas que há uns anos nos levariam um tempo infinito a conseguir leva-nos a ter excessivo tempo disponível, parte do qual se podia aplicar em actividades a favor dos outros. Passa-se uma coisa que há anos seria perfeitamente absurda, sobra-nos tempo, mas falta-nos sabedoria para o usar.
Na realidade nós saberíamos em que aplicar o tempo, se tivéssemos dinheiro para andar em permanente voo ou em coisas do género. Isto é, nós sabemos em como transformar um problema num outro totalmente diverso. E ainda por cima a razão da não solução deste último é transformada em problema social, como se toda a falta de dinheiro fosse do domínio social.
Nós não sabemos como aplicar honestamente o nosso tempo em nosso favor e em favor dos outros, ajudando a resolver problemas e não a criar ambições desabridas. Transformamos muitas vezes aquilo que deveria ser uma genuína preocupação social numa questão esquizofrénica em que pomos toda a gente a viver os nossos problemas e os vemos como o centro de um conflito social que construímos à sua volta.
Qualquer intervenção a nível mais marcadamente social, se a conseguirmos fazer sem pensar em segundas intenções, será tanto mais válida quando maior a nossa disponibilidade, quando mais os nossos próprios problemas estiverem resolvidos, quanto menos os projectarmos no universo social.
1 comentário:
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