A nossa intervenção cívica pode ter um carácter individual ou associativo. Com este último nós cingimo-nos ao âmbito da intervenção que os estatutos da associação em que nos inserimos expressamente determinam.
Numa associação podemos dar tudo por poucos objectivos mas sermos mais eficazes. Individualmente nós podemos fazer uma intervenção mais ampla nos objectivos, menos dirigida, porém possivelmente mais dispersa, menos eficaz.
As associações, se nos podem ajudar a ter uma intervenção mais consistente, impõem-nos várias limitações. Primeiro temos que conciliar a nossa intervenção com a dos outros associados e agir colectivamente o que nem sempre é fácil. Depois dificilmente o seu âmbito e o seu estatuto são coincidentes com aqueles em que e com que gostaríamos de actuar.
Mas há associações de naturezas diversas, exigências diferentes. Umas, com responsabilidades mais viradas para os próprios membros, satisfazem interesses mais particulares e de grupo, outras, mais viradas para a sociedade em geral, satisfazem interesses mais colectivos e gerais.
Eventualmente nós podemos pertencer a mais do que uma associações que se complementam. Em qualquer uma devemos contribuir para que elas não existam só no papel, para que elas exerçam os deveres estatutários que tenham assumido e para que os seus membros participem activamente nas suas decisões e na sua concretização.
Mas todas as associações têm a sua direcção que, com maior ou menor elasticidade, define as tarefas que está na disposição de levar a cabo, dentro dos condicionalismos existentes. E a maioria delas não se abre à participação dos seus associados, fora dos actos eleitorais.
Quando por natureza são associações defensoras dos interesses dos seus membros, às suas direcções é atribuída uma maior responsabilidade porque se as outras fazem o que podem e a mais não são obrigadas, como sói dizer-se, estas são responsáveis por acção e omissão e as tarefas que podem executar são muitas vezes imprescindíveis para os associados.
São associações que muitas vezes constituem a única forma de os seus membros se fazerem ouvir. Portanto deve ser-lhes dada a possibilidade de ter uma intervenção mais directa na formulação das propostas que as direcções devem ter em consideração na sua actividade futura. Assim se deve passar em sindicatos e grémios patronais.
Mas a vontade da generalidade das direcções é que os seus associados se limitem a dar cumprimento às suas orientações sem cuidarem da sua justeza, nem sequer da sua legitimidade. Escudando-se na legitimidade do voto e relegando para futuras eleições a avaliação da sua actuação, só solicitam a participação dos associados para a execução do que a direcção determina.
Mas, se aqui estão em jogo, ou podem estar, interesses próprios cuja cautela é o próprio motivo pelo qual os associados se agrupam, em qualquer altura a intervenção destes é legítima. Se não impuserem a si mesmos uma assídua atenção aos actos directivos, estão a ser ingénuos e a demitir-se da sua função fiscalizadora.
Infelizmente quando as direcções não fomentam, nem são receptivas a um tipo de intervenção mais imediata, esta vai emagrecendo e diluindo e vai mesmo definhando a capacidade de ela mesma se fazer. Os estatutos rapidamente se esquecem, o costume prevalece.
Nas associações mais viradas para interesses colectivos e gerais a participação ainda é menor, por desinteresse de direcções e associados. Quanto menos interesseira ela for, mais protagonismo as direcções alcançam e menos intervenção têm os simples membros.
Com a demissão geral, em todas as associações podemos chegar ao ponto de só termos razões morais do nosso lado para brandirmos contra as direcções que se esquivam de qualquer modo a executar o que achamos deverem ser as suas obrigações. Mas também é com facilidade que concluímos que a direcção é a única culpada de não agir correctamente.
Mas se não nos ficarmos só por aqui, pelas razões morais, ainda poderemos concluir que as pessoas que constituem a direcção de uma associação se desviaram nitidamente de um rumo conforme às suas obrigações estatutárias e então caem no domínio do logro, do embuste. Mas coisa diferente é pormos em causa a honestidade das outras pessoas.
No entanto as associações são, pela sua natureza de organizações de difícil controlo, uma tentação para pessoas de baixo carácter. Não só baixo carácter dos que lá estão mas de muitos dos que entram depois a porem de rastos aqueles que os antecederam. E aqui baixo carácter e ganância não tem só a ver com dinheiro.A fase de mudança de direcção é sempre a mais problemática porque aí vem tudo ao de cima, com a intenção de tornar ilegítimo o que foi legítimo, errado o que foi certo, confuso o que foi linear, nebuloso o que foi claro. È muito difícil reconhecer o bem, quando este existe e às vezes são os maus que passam por heróis.
Numa associação podemos dar tudo por poucos objectivos mas sermos mais eficazes. Individualmente nós podemos fazer uma intervenção mais ampla nos objectivos, menos dirigida, porém possivelmente mais dispersa, menos eficaz.
As associações, se nos podem ajudar a ter uma intervenção mais consistente, impõem-nos várias limitações. Primeiro temos que conciliar a nossa intervenção com a dos outros associados e agir colectivamente o que nem sempre é fácil. Depois dificilmente o seu âmbito e o seu estatuto são coincidentes com aqueles em que e com que gostaríamos de actuar.
Mas há associações de naturezas diversas, exigências diferentes. Umas, com responsabilidades mais viradas para os próprios membros, satisfazem interesses mais particulares e de grupo, outras, mais viradas para a sociedade em geral, satisfazem interesses mais colectivos e gerais.
Eventualmente nós podemos pertencer a mais do que uma associações que se complementam. Em qualquer uma devemos contribuir para que elas não existam só no papel, para que elas exerçam os deveres estatutários que tenham assumido e para que os seus membros participem activamente nas suas decisões e na sua concretização.
Mas todas as associações têm a sua direcção que, com maior ou menor elasticidade, define as tarefas que está na disposição de levar a cabo, dentro dos condicionalismos existentes. E a maioria delas não se abre à participação dos seus associados, fora dos actos eleitorais.
Quando por natureza são associações defensoras dos interesses dos seus membros, às suas direcções é atribuída uma maior responsabilidade porque se as outras fazem o que podem e a mais não são obrigadas, como sói dizer-se, estas são responsáveis por acção e omissão e as tarefas que podem executar são muitas vezes imprescindíveis para os associados.
São associações que muitas vezes constituem a única forma de os seus membros se fazerem ouvir. Portanto deve ser-lhes dada a possibilidade de ter uma intervenção mais directa na formulação das propostas que as direcções devem ter em consideração na sua actividade futura. Assim se deve passar em sindicatos e grémios patronais.
Mas a vontade da generalidade das direcções é que os seus associados se limitem a dar cumprimento às suas orientações sem cuidarem da sua justeza, nem sequer da sua legitimidade. Escudando-se na legitimidade do voto e relegando para futuras eleições a avaliação da sua actuação, só solicitam a participação dos associados para a execução do que a direcção determina.
Mas, se aqui estão em jogo, ou podem estar, interesses próprios cuja cautela é o próprio motivo pelo qual os associados se agrupam, em qualquer altura a intervenção destes é legítima. Se não impuserem a si mesmos uma assídua atenção aos actos directivos, estão a ser ingénuos e a demitir-se da sua função fiscalizadora.
Infelizmente quando as direcções não fomentam, nem são receptivas a um tipo de intervenção mais imediata, esta vai emagrecendo e diluindo e vai mesmo definhando a capacidade de ela mesma se fazer. Os estatutos rapidamente se esquecem, o costume prevalece.
Nas associações mais viradas para interesses colectivos e gerais a participação ainda é menor, por desinteresse de direcções e associados. Quanto menos interesseira ela for, mais protagonismo as direcções alcançam e menos intervenção têm os simples membros.
Com a demissão geral, em todas as associações podemos chegar ao ponto de só termos razões morais do nosso lado para brandirmos contra as direcções que se esquivam de qualquer modo a executar o que achamos deverem ser as suas obrigações. Mas também é com facilidade que concluímos que a direcção é a única culpada de não agir correctamente.
Mas se não nos ficarmos só por aqui, pelas razões morais, ainda poderemos concluir que as pessoas que constituem a direcção de uma associação se desviaram nitidamente de um rumo conforme às suas obrigações estatutárias e então caem no domínio do logro, do embuste. Mas coisa diferente é pormos em causa a honestidade das outras pessoas.
No entanto as associações são, pela sua natureza de organizações de difícil controlo, uma tentação para pessoas de baixo carácter. Não só baixo carácter dos que lá estão mas de muitos dos que entram depois a porem de rastos aqueles que os antecederam. E aqui baixo carácter e ganância não tem só a ver com dinheiro.A fase de mudança de direcção é sempre a mais problemática porque aí vem tudo ao de cima, com a intenção de tornar ilegítimo o que foi legítimo, errado o que foi certo, confuso o que foi linear, nebuloso o que foi claro. È muito difícil reconhecer o bem, quando este existe e às vezes são os maus que passam por heróis.