O partidarismo tem vantagens e desvantagens que são notadas por todos, mas de que os que aceitam as suas regras têm obrigação de estarem mais conscientes. Entre as desvantagens destaquemos o facto de nós não “podermos” mostrar agrado por uma medida que achamos consistente mas não foi tomada pelo partido do nosso coração, nem desagrado por atitudes não fundamentadas que este possa tomar.
Uns aceitarão fácil e alegremente este coarctar da sua própria liberdade. De entre estes podemos destacar aqueles que o fazem pelo seu próprio interesse, mas também aqueles que, não tendo, nem esperando vantagens, o fazem pela fidelidade assumida à posição política abraçada, cujo âmbito é pessoal.
Outros acharão que isso é constrangedor e dispõem-se a formular o seu desacordo em relação às posições que teoricamente lhe estariam mais próximas. De entre estes destacaremos os que prezam sobremodo a sua liberdade e acham que a sua fidelidade não justifica que se apague a sua discordância, mas também aqueles que acham que são os outros que não estão a ser fiéis aos seus compromissos.
Esta desvantagem do partidarismo é tão incómoda que só conhecendo muito particularmente uma pessoa chegaremos alguma vez a saber se está a ser hipócrita ou convicta ao dizer bem das medidas dos correligionários e mal das medidas dos adversários, visando com isso agradar aos primeiros e chatear os segundos.
Em relação àqueles que não partilham esta aceitação das regras do partidarismo, mas também não formulam juízos de valor acerca dos seus intervenientes, a nossa curiosidade não vai a esse ponto de dúvida. Resta-nos acreditar na coerência e honestidade do seu comportamento pessoal.
As fidelidades partidárias impõem-nos que não sejamos tão claros na aceitação de um julgamento tão linear. A realidade tem que ser mais aprofundada, tem que haver mais rigor para que o julgamento seja mais adequado à dificuldade que se apresenta àqueles que querem intervir politicamente utilizando os aparelhos partidários e aceitando a sua lógica.
Em verdade nós transportamos para dentro dos partidos a idiossincrasia de cada um e, nuns mais que noutros, mas sempre, a índole de um povo. E que muitos vêm aí a origem de todos os erros e de todas incoerências. No entanto, na verdade, é necessário analisarmos a natureza que as decisões assumidas pelos partidos, através dos órgãos por si dirigidos, podem assumir.
Há em Portugal uma falta de rigor em todos os aspectos e em particular na maneira de ver a política. Em primeiro lugar porque associamos o rigor ao totalitarismo e ao autoritarismo dos agentes políticos do passado e ainda baloiçamos entre a falta de rigor que tanto nos agrada e o rigor que até achamos que é legítimo que nos seja imposto.
Mas o rigor, sem ser a nossa melhor característica, é fundamental na análise da aplicação das medidas políticas concretas. Estas podem ser consideradas avulsas ou devidamente planeadas, mas há um princípio que pode ser fundamental para aferir se esta classificação é correcta: A oportunidade. Também esta tem que ser vista com rigor.
Por vezes é preciso tomar atitudes e aceita-se que se tomem, sem que elas estejam programadas, quando se torna imperioso que assim seja. Não podem ser rejeitadas só por esse facto, quando muito pode ser exigível que tenham continuidade a partir daí, passe a haver uma programação adequada.
Mas também é por via duma análise não rigorosa que atribuímos um carácter avulso a todas as medidas em vez de nos preocuparmos em desmontar a globalidade da política em que elas possam estar inseridas, nem apresentamos uma outra visão global, que permitiria provar se determinada medida poderia e deveria ser tomada, suavizada, minimizada, simplesmente abandonada e porque não agravada.
O partidarismo tem como grande vantagem a promoção de um maior rigor analítico. Ele permite a elaboração de visões integradas, coerentes, suficientemente apoiadas e difundidas para que se lhes atribua a plausibilidade de uma implementação eficaz e vantajosa, que nisso não tenhamos dúvidas nem receios, será sempre mais para uns do que para outros.
Não é o posicionamento dos partidos no espaço ideológico da direita à esquerda que determina a razoabilidade das medidas que se tomam ou propõem. Assim como não são as falsas referências a uma hipotética hipocrisia pessoal que podem dar ou retirar credibilidade àqueles que se empenham em assumir projectos colectivos.
Uns aceitarão fácil e alegremente este coarctar da sua própria liberdade. De entre estes podemos destacar aqueles que o fazem pelo seu próprio interesse, mas também aqueles que, não tendo, nem esperando vantagens, o fazem pela fidelidade assumida à posição política abraçada, cujo âmbito é pessoal.
Outros acharão que isso é constrangedor e dispõem-se a formular o seu desacordo em relação às posições que teoricamente lhe estariam mais próximas. De entre estes destacaremos os que prezam sobremodo a sua liberdade e acham que a sua fidelidade não justifica que se apague a sua discordância, mas também aqueles que acham que são os outros que não estão a ser fiéis aos seus compromissos.
Esta desvantagem do partidarismo é tão incómoda que só conhecendo muito particularmente uma pessoa chegaremos alguma vez a saber se está a ser hipócrita ou convicta ao dizer bem das medidas dos correligionários e mal das medidas dos adversários, visando com isso agradar aos primeiros e chatear os segundos.
Em relação àqueles que não partilham esta aceitação das regras do partidarismo, mas também não formulam juízos de valor acerca dos seus intervenientes, a nossa curiosidade não vai a esse ponto de dúvida. Resta-nos acreditar na coerência e honestidade do seu comportamento pessoal.
As fidelidades partidárias impõem-nos que não sejamos tão claros na aceitação de um julgamento tão linear. A realidade tem que ser mais aprofundada, tem que haver mais rigor para que o julgamento seja mais adequado à dificuldade que se apresenta àqueles que querem intervir politicamente utilizando os aparelhos partidários e aceitando a sua lógica.
Em verdade nós transportamos para dentro dos partidos a idiossincrasia de cada um e, nuns mais que noutros, mas sempre, a índole de um povo. E que muitos vêm aí a origem de todos os erros e de todas incoerências. No entanto, na verdade, é necessário analisarmos a natureza que as decisões assumidas pelos partidos, através dos órgãos por si dirigidos, podem assumir.
Há em Portugal uma falta de rigor em todos os aspectos e em particular na maneira de ver a política. Em primeiro lugar porque associamos o rigor ao totalitarismo e ao autoritarismo dos agentes políticos do passado e ainda baloiçamos entre a falta de rigor que tanto nos agrada e o rigor que até achamos que é legítimo que nos seja imposto.
Mas o rigor, sem ser a nossa melhor característica, é fundamental na análise da aplicação das medidas políticas concretas. Estas podem ser consideradas avulsas ou devidamente planeadas, mas há um princípio que pode ser fundamental para aferir se esta classificação é correcta: A oportunidade. Também esta tem que ser vista com rigor.
Por vezes é preciso tomar atitudes e aceita-se que se tomem, sem que elas estejam programadas, quando se torna imperioso que assim seja. Não podem ser rejeitadas só por esse facto, quando muito pode ser exigível que tenham continuidade a partir daí, passe a haver uma programação adequada.
Mas também é por via duma análise não rigorosa que atribuímos um carácter avulso a todas as medidas em vez de nos preocuparmos em desmontar a globalidade da política em que elas possam estar inseridas, nem apresentamos uma outra visão global, que permitiria provar se determinada medida poderia e deveria ser tomada, suavizada, minimizada, simplesmente abandonada e porque não agravada.
O partidarismo tem como grande vantagem a promoção de um maior rigor analítico. Ele permite a elaboração de visões integradas, coerentes, suficientemente apoiadas e difundidas para que se lhes atribua a plausibilidade de uma implementação eficaz e vantajosa, que nisso não tenhamos dúvidas nem receios, será sempre mais para uns do que para outros.
Não é o posicionamento dos partidos no espaço ideológico da direita à esquerda que determina a razoabilidade das medidas que se tomam ou propõem. Assim como não são as falsas referências a uma hipotética hipocrisia pessoal que podem dar ou retirar credibilidade àqueles que se empenham em assumir projectos colectivos.