Um diálogo sem barreiras tem que ser assumido como tal entre as partes. Se ele parece pertencer ao domínio da liberdade, também se tem que dar às pessoas a liberdade de o aceitar ou não, mas não de o condicionar.
Mas quando o diálogo se faz através dos meios de comunicação pode haver condicionamentos externos aos intervenientes. Estas pessoas submetem-se a um estatuto editorial que, seja mais ou menos permissivo, nem sempre é respeitado. Mas é nos meios do Estado que há mais litígios a este propósito.
Neste diálogo mediado há intervenientes activos e outros que só o são passivamente. Temos pessoas das mais diversas origens e formações. Em tempos os limites ponham-se a nível de conveniências sociais, de susceptibilidades, de melindres, o que tornava o diálogo difícil.
Hoje o problema coloca-se ao nível da preparação das pessoas para se questionarem abertamente sobre valores que possam estar implicitamente contidos no tema em discussão., o que nem sempre acontece.
O diálogo sem barreiras pode parecer, mas não é uma coisa comum, não é tão vulgar como dão a entender os debates na televisão. A realidade é bem diferente. Só que a habituação faz com que, mesmo que os não partilhemos, já não pomos reservas aos valores que lá são transmitidos.
O nosso mundo se parece se expandir porque a televisão chega a todo o lado, mas está cada vez mais restringido por essas câmaras manipuladoras. Nós deixamo-nos persuadir muito mais por quem aparece na televisão, do que por quaisquer outras pessoas que a ela não tenham acesso.
Nós expomo-nos muito mais àquelas pessoas que nos “dão” um bocado do seu tempo, e a quem atribuímos qualidade, do que aos vizinhos e amigos. Os nossos diálogos são cada vez mais através dos “média”. Há pessoas que já não dialogam com mais ninguém.
Temos a obrigação de nos interrogarmos sobre se estamos a ser condicionados na forma e no conteúdo da nossa relação com o mundo. Se estamos a configurar o nosso espírito para a aceitação e rejeição de certos princípios e até para a ignorância de outros.
Se vemos quase toda a sociedade a aderir a este espartilhamento, que nos resta de liberdade individual? Cada vez menos nos apercebemos que estes diálogos estão tão cheios de barreiras que mais parecem monólogos. Os nossos interlocutores estão cheios de certezas absolutas e verdades infalíveis.
Só nos abrimos àquilo que é discutido na televisão e da maneira como lá é apresentado. Simulamos diálogos que nunca existiram e importamos certezas que criam barreiras que não sabemos controlar. Por isso cada vez mais nos fechamos em mundos irreais a que a publicidade dá um particular colorido.
Assimilando desta maneira as nossas certezas, de forma acrítica, passiva, nunca as chegaremos a controlar, justificar, tornar coerentes com o nosso paradigma cultural. Criamos artificiosamente um verniz que cobre o nosso vazio.
Não é por aqui que chegaremos a ter algum “fundo” para discutir seja o que for. Persuadidos que estamos por verdades temporárias mas inquestionáveis, ficamos inibidos de manter diálogos sobre a realidade que não sejam uma versão tosca do que se passa nas pantalhas televisivas.
A simples divulgações pela televisão das principais questões do momento já nós dá (?) a panorâmica suficiente para termos uma visão actualizada do mundo. ¿Para quê insistir que há outras verdades bem mais profundas, que a televisão é um filtro demasiado fino, que se devem ouvir outras pessoas?
Enchem-nos de lugares comuns cheios de apriorismos “incontestáveis”. Para conversar com verdade temos de nos alhear quanto possível dos modelos televisivos. O nosso património espiritual pode ser fraco mas deve ser um edifício coerente, o que esta assimilação não garante.
Estamos cada vez mais vulneráveis àquilo que chamamos demagogia, que mais não é que o uso pelos outros das suas capacidades de persuasão. Aquilo que é mentira e o que é verdade passam mais facilmente sem contestação pelo filtro da nossa consciência
Um homem livre é aquele que não descura o núcleo duro das certezas que ao longo da vida vai elaborando, mas não deixa de as testar quando achar conveniente e de, sem sofreguidão, as alimentar sempre que pode com novos dados e experiências.
Um homem digno pode deixar cair verdades que passou a achar questionáveis, mas não está imune a louvores ou críticas. Ao encontrar razões para as abandonar e aderir a novas, não renega mesmo assim o seu passado, nem quem possa ter um passado idêntico.Há quem ponha em causa as razões da mudança de outros e alimente no seu ego pensamentos persecutórios, mesmo que só de carácter psicológico. Tais pessoas são indignas e em relação a essas, às que querem ser cada vez mais na mesma, devem ser criadas fortes barreiras pessoais e sociais.
Mas quando o diálogo se faz através dos meios de comunicação pode haver condicionamentos externos aos intervenientes. Estas pessoas submetem-se a um estatuto editorial que, seja mais ou menos permissivo, nem sempre é respeitado. Mas é nos meios do Estado que há mais litígios a este propósito.
Neste diálogo mediado há intervenientes activos e outros que só o são passivamente. Temos pessoas das mais diversas origens e formações. Em tempos os limites ponham-se a nível de conveniências sociais, de susceptibilidades, de melindres, o que tornava o diálogo difícil.
Hoje o problema coloca-se ao nível da preparação das pessoas para se questionarem abertamente sobre valores que possam estar implicitamente contidos no tema em discussão., o que nem sempre acontece.
O diálogo sem barreiras pode parecer, mas não é uma coisa comum, não é tão vulgar como dão a entender os debates na televisão. A realidade é bem diferente. Só que a habituação faz com que, mesmo que os não partilhemos, já não pomos reservas aos valores que lá são transmitidos.
O nosso mundo se parece se expandir porque a televisão chega a todo o lado, mas está cada vez mais restringido por essas câmaras manipuladoras. Nós deixamo-nos persuadir muito mais por quem aparece na televisão, do que por quaisquer outras pessoas que a ela não tenham acesso.
Nós expomo-nos muito mais àquelas pessoas que nos “dão” um bocado do seu tempo, e a quem atribuímos qualidade, do que aos vizinhos e amigos. Os nossos diálogos são cada vez mais através dos “média”. Há pessoas que já não dialogam com mais ninguém.
Temos a obrigação de nos interrogarmos sobre se estamos a ser condicionados na forma e no conteúdo da nossa relação com o mundo. Se estamos a configurar o nosso espírito para a aceitação e rejeição de certos princípios e até para a ignorância de outros.
Se vemos quase toda a sociedade a aderir a este espartilhamento, que nos resta de liberdade individual? Cada vez menos nos apercebemos que estes diálogos estão tão cheios de barreiras que mais parecem monólogos. Os nossos interlocutores estão cheios de certezas absolutas e verdades infalíveis.
Só nos abrimos àquilo que é discutido na televisão e da maneira como lá é apresentado. Simulamos diálogos que nunca existiram e importamos certezas que criam barreiras que não sabemos controlar. Por isso cada vez mais nos fechamos em mundos irreais a que a publicidade dá um particular colorido.
Assimilando desta maneira as nossas certezas, de forma acrítica, passiva, nunca as chegaremos a controlar, justificar, tornar coerentes com o nosso paradigma cultural. Criamos artificiosamente um verniz que cobre o nosso vazio.
Não é por aqui que chegaremos a ter algum “fundo” para discutir seja o que for. Persuadidos que estamos por verdades temporárias mas inquestionáveis, ficamos inibidos de manter diálogos sobre a realidade que não sejam uma versão tosca do que se passa nas pantalhas televisivas.
A simples divulgações pela televisão das principais questões do momento já nós dá (?) a panorâmica suficiente para termos uma visão actualizada do mundo. ¿Para quê insistir que há outras verdades bem mais profundas, que a televisão é um filtro demasiado fino, que se devem ouvir outras pessoas?
Enchem-nos de lugares comuns cheios de apriorismos “incontestáveis”. Para conversar com verdade temos de nos alhear quanto possível dos modelos televisivos. O nosso património espiritual pode ser fraco mas deve ser um edifício coerente, o que esta assimilação não garante.
Estamos cada vez mais vulneráveis àquilo que chamamos demagogia, que mais não é que o uso pelos outros das suas capacidades de persuasão. Aquilo que é mentira e o que é verdade passam mais facilmente sem contestação pelo filtro da nossa consciência
Um homem livre é aquele que não descura o núcleo duro das certezas que ao longo da vida vai elaborando, mas não deixa de as testar quando achar conveniente e de, sem sofreguidão, as alimentar sempre que pode com novos dados e experiências.
Um homem digno pode deixar cair verdades que passou a achar questionáveis, mas não está imune a louvores ou críticas. Ao encontrar razões para as abandonar e aderir a novas, não renega mesmo assim o seu passado, nem quem possa ter um passado idêntico.Há quem ponha em causa as razões da mudança de outros e alimente no seu ego pensamentos persecutórios, mesmo que só de carácter psicológico. Tais pessoas são indignas e em relação a essas, às que querem ser cada vez mais na mesma, devem ser criadas fortes barreiras pessoais e sociais.