segunda-feira, 4 de setembro de 2006

A Feira dos Ciganos

Povo nómada, poucos de nós se lembrarão e não muitos deles talvez, do seu passado ainda recente. Com a sua carroça, puxada a uma azémola ou a um burrito fracote, os cães a trás, os filhos em cima e eles ao lado, se o terreno dos caminhos não eram propícios para irem também em cima.
Mas os tempos mudam e eles, os ciganos, foram aderindo ao sedentarismo, assentando arraiais, ora em barracas, ora em bairros sociais, alguns também já em casa própria.
O seu ofício é o mesmo de sempre, é o ganha-pão dos que nós por cá conhecemos: o comércio. Antes vendiam pelas portas bonitas colchas e roupas vistosas. Hoje alguns já têm lojas mas a maioria ainda anda de feira em feira. A Feira de Ponte é uma das suas preferidas.
Têm um espaço e vendem um pouco de tudo, de preferência, claro, roupa. Logo pela manhã a maioria das mulheres que vêm à feira não deixa de visitar, em primeiro lugar, a Feira dos Ciganos, à procura das últimas novidades.
Aqui por pouco dinheiro se compra muita roupa. Roupa interior, roupa para as crianças, mas também muitas “senhoras” cá se vestem. A Feira dos Ciganos é o supermercado mais fornecido e divertido para comprar aquilo que se usa todos os dias e em casa tem de estar mais à mão.
Aqui tudo é a preço fixo, não se regateia. Há roupa para todas as carteiras e para todas as freguesas. É só escolher. È pró menino e prá menina. Para a senhora bem e menos bem.
A qualidade está à prova e ninguém é enganado. Todos podem pegar nas peças de roupa, virar e revirar para comprovar a valia dos tecidos. E todos vão satisfeitos porque para a feira cá voltarão.