O número é uma evidência que se nos impõe na tradução da realidade. A palavra é uma construção muito mais livre que nos permite descrever com mais ou menos subjectividade essa realidade. O número e a palavra derivam pois de um acto de criação de diferente natureza. O número tem a sua utilização mais básica na distinção entre quantidades, mas todos os fenómenos se podem traduzir em números. O número em si não é uma criação humana, porém essa tradução da realidade em números é um trabalho humano. Podemos dizer que o número é anterior à palavra, porém o seu uso levantou problemas que só a palavra permitiria colocar e resolver.
Sobre o número criaram-se palavras numa dupla linguagem simbólica com uma só tradução fonética. As sequências 1, 2, 3, … e Um, Dois, Três, … são símbolos diferentes mas que têm a mesma tradução. Números mais complicados podem porém levantar problemas. A notação constituída pelos algarismos e outros símbolos matemáticos é a mais expressiva para os estudiosos mas é perfeitamente inelegível para muitas pessoas. As palavras que remetem para números podem ser dispensáveis para os estudiosos, mas são indispensáveis para os outros.
A palavra e o número ajudam-nos a interpretar a realidade e a chegar ao que nela é mais verdadeiro. O número e a palavra completam-se nesse trabalho. No entanto há um domínio que só o número consegue traduzir no qual a palavra é perfeitamente acessória. Tal porém não retira a magia que a palavra adquiriu no imaginário das pessoas, algumas das quais reservam boa parte da magia da palavra para o domínio da revelação. Só que a complexidade adquirida pelo número com grande rapidez remete a sua magia para domínios mais dificilmente acessíveis.
Como todas as linguagens a dos números também tem as suas regras sem as quais seria impossível transcrever a realidade. Porém a linguagem das palavras permite a sua utilização com regras básicas simples e que as pessoas assumem empiricamente até um nível razoável para a vida prática. A linguagem do número é desde o início de uma grande complexidade. Só chegamos de um dado número a outro através de complexas operações que permitem simplificar a realidade e só são possíveis de executar por iniciados.
Em primeiro lugar há necessidade de escolher um sistema de numeração porque seria impossível obter um carácter, dito algarismo, para um volume de números que é por natureza infinito. O sistema mais simples é o binário em que só são utilizados dois caracteres, o 0 (Zero) e o 1 (Um). Neste sistema o número significativo começa sempre por um 1 (Um) e este numa dada posição tem sempre o valor duplo do que o mesmo 1 (Um) tem na posição à sua direita. O sistema binário adquiriu uma grande projecção com a informática que inverteu a relação entre números e palavras ao atribuir um número a cada letra.
O sistema mais conhecido é o decimal que usa os caracteres de 0 a 9. Neste sistema cada carácter numa dada posição tem sempre o valor dez vezes superior ao que o mesmo carácter tem na posição imediatamente à sua direita. São possíveis sistemas com mais de dez caracteres usando-se neles letras a quem se atribui um valor. Assumem assim o papel de novos algarismos numéricos. Quanto mais algarismos usar um sistema de numeração mais curto será o número de algarismos que ele precisa para designar uma dada quantidade. No sistema binário o número 1000 corresponde no sistema decimal ao número 8.
O sistema decimal é o que tem uma transcrição imediata para a linguagem das palavras. Em qualquer sistema o número designa uma quantidade, porém necessitamos de uma conversão para o sistema decimal para que a nossa mente tenha um entendimento apropriado, em especial se a quantidade for demasiado grande ou demasiado pequena. No entanto uma quantidade é uma quantidade precisa e neste caso a palavra assume todo o seu rigor ao designarmos essa quantidade.
O número tem como principal característica a precisão. Se existe aleatoriedade ou imprecisão na realidade também esses factos podem ser traduzíveis em números. Com o número o homem pretende quantificar todos os possíveis domínios em que a realidade se pode distinguir. É essa quantificação que lhe permite actuar sobre a realidade. As grandes vantagens do uso do número são a relação entre fenómenos simultâneos ou sucessivos e a comparação entre acontecimentos da mesma natureza que ocorrem em tempos diferentes.
O virtuosismo do número fascina a mente humana, de tal modo que esta acredita poder construir com o número um mundo perfeito. Na verdade o número é capaz de traduzir tudo o que a realidade comporta e não faz a distinção entre o que será eventualmente maléfico ou benéfico para o homem. A palavra permite definir outras categorias não facilmente quantificadas com influência na nossa vida. O número é perfeito, a palavra está contaminada por alguma imperfeição humana.
Sobre o número criaram-se palavras numa dupla linguagem simbólica com uma só tradução fonética. As sequências 1, 2, 3, … e Um, Dois, Três, … são símbolos diferentes mas que têm a mesma tradução. Números mais complicados podem porém levantar problemas. A notação constituída pelos algarismos e outros símbolos matemáticos é a mais expressiva para os estudiosos mas é perfeitamente inelegível para muitas pessoas. As palavras que remetem para números podem ser dispensáveis para os estudiosos, mas são indispensáveis para os outros.
A palavra e o número ajudam-nos a interpretar a realidade e a chegar ao que nela é mais verdadeiro. O número e a palavra completam-se nesse trabalho. No entanto há um domínio que só o número consegue traduzir no qual a palavra é perfeitamente acessória. Tal porém não retira a magia que a palavra adquiriu no imaginário das pessoas, algumas das quais reservam boa parte da magia da palavra para o domínio da revelação. Só que a complexidade adquirida pelo número com grande rapidez remete a sua magia para domínios mais dificilmente acessíveis.
Como todas as linguagens a dos números também tem as suas regras sem as quais seria impossível transcrever a realidade. Porém a linguagem das palavras permite a sua utilização com regras básicas simples e que as pessoas assumem empiricamente até um nível razoável para a vida prática. A linguagem do número é desde o início de uma grande complexidade. Só chegamos de um dado número a outro através de complexas operações que permitem simplificar a realidade e só são possíveis de executar por iniciados.
Em primeiro lugar há necessidade de escolher um sistema de numeração porque seria impossível obter um carácter, dito algarismo, para um volume de números que é por natureza infinito. O sistema mais simples é o binário em que só são utilizados dois caracteres, o 0 (Zero) e o 1 (Um). Neste sistema o número significativo começa sempre por um 1 (Um) e este numa dada posição tem sempre o valor duplo do que o mesmo 1 (Um) tem na posição à sua direita. O sistema binário adquiriu uma grande projecção com a informática que inverteu a relação entre números e palavras ao atribuir um número a cada letra.
O sistema mais conhecido é o decimal que usa os caracteres de 0 a 9. Neste sistema cada carácter numa dada posição tem sempre o valor dez vezes superior ao que o mesmo carácter tem na posição imediatamente à sua direita. São possíveis sistemas com mais de dez caracteres usando-se neles letras a quem se atribui um valor. Assumem assim o papel de novos algarismos numéricos. Quanto mais algarismos usar um sistema de numeração mais curto será o número de algarismos que ele precisa para designar uma dada quantidade. No sistema binário o número 1000 corresponde no sistema decimal ao número 8.
O sistema decimal é o que tem uma transcrição imediata para a linguagem das palavras. Em qualquer sistema o número designa uma quantidade, porém necessitamos de uma conversão para o sistema decimal para que a nossa mente tenha um entendimento apropriado, em especial se a quantidade for demasiado grande ou demasiado pequena. No entanto uma quantidade é uma quantidade precisa e neste caso a palavra assume todo o seu rigor ao designarmos essa quantidade.
O número tem como principal característica a precisão. Se existe aleatoriedade ou imprecisão na realidade também esses factos podem ser traduzíveis em números. Com o número o homem pretende quantificar todos os possíveis domínios em que a realidade se pode distinguir. É essa quantificação que lhe permite actuar sobre a realidade. As grandes vantagens do uso do número são a relação entre fenómenos simultâneos ou sucessivos e a comparação entre acontecimentos da mesma natureza que ocorrem em tempos diferentes.
O virtuosismo do número fascina a mente humana, de tal modo que esta acredita poder construir com o número um mundo perfeito. Na verdade o número é capaz de traduzir tudo o que a realidade comporta e não faz a distinção entre o que será eventualmente maléfico ou benéfico para o homem. A palavra permite definir outras categorias não facilmente quantificadas com influência na nossa vida. O número é perfeito, a palavra está contaminada por alguma imperfeição humana.
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