Normalmente as pequenas empresas nascem por uma questão de oportunidade, para satisfazerem determinadas necessidades bem definidas de um mercado delimitado. Os produtos ou serviços que fornecem mantêm uma certa estabilidade, estando defendidos da concorrência por factores como custos de transporte ou deslocação, tecnologia pouco evolutiva ou que é possível acompanhar, qualidade própria e fidelização do cliente.
Durante séculos foi determinante a tradição familiar e regional, a posse restrita do know-how, o regime legal de licenciamento. Com a libertação do saber, com o fim do condicionamento legal surgiu um período de grande expansão da actividade empresarial que criou uma certa ilusão de que todos podíamos ser patrões, que todos devíamos ambicionar ser empreendedores, que algures haveria sempre uma oportunidade à espera da nossa iniciativa.
No entanto muitos factores se conjugaram para reverter esta situação, para a diminuição dos trabalhadores por conta própria e para o aumento da dimensão média das empresas e do número global de empregados. Um dos factores tem a ver com o aumento do nível de conhecimentos exigido e do capital necessário para a instalação e arranque da produção.
É mais fácil a integração numa empresa já em funcionamento do que adquirir conhecimento global do negócio, juntar as pessoas certas, correr riscos, fidelizar clientes, manter o ritmo de produção adequado ao mercado. No entanto quando se tem experiência no ramo, também se pode tornar recomendável constituir novas empresas para corresponder ao aumento de produção, para executar tarefas que se podem desligar da actividade principal ou para lançar inovações que desaconselham uma reconversão da velha empresa.
Mas o facto de haver sempre a possibilidade de criação de novas empresas não é suficiente para contrabalançar o número daquelas que morrem por exaustão, por asfixia. Factores como a estandardização e a globalização também concorrem para a produção em massa, em grandes unidades industriais, para a possibilidade de ganhos de escala, para a diminuição dos custos de produção e comercialização e para a baixa dos preços de venda que podem acabar por arruinar as pequenas.
No entanto o facto mais determinante para a diminuição do número de empresários é a forma como gerem o dinheiro da sua empresa, a acumulação de capital em geral. Muitas empresas que teriam capacidade de auto financiamento para ganhar dimensão e apostar na inovação contínua, mercê das facilidades vigentes, transferem os rendimentos para uso pessoal, seja no consumo, seja no investimento fora do negócio original e que não é do seu domínio. Descapitalizam o seu negócio com muita facilidade.
Por seu lado a acumulação exagerada de capital que se verifica na economia em geral determinou o elevado custo do dinheiro pela procura de aplicações mais rentáveis do que o financiamento directo da actividade produtiva. Só quando tais aplicações bloquearam, por sobrecarregarem ou não terem mesmo base segura de apoio, é que o dinheiro se tornou de novo barato, mas então já a sua procura tinha diminuído porque a actividade produtiva havia decrescido.
Às dificuldades de financiamento juntam-se também as exigências legais de instalação, a cada vez mais avançada tecnologia aplicada, os custos fixos de funcionamento normal de uma empresa, as necessidades de um elevado fundo de maneio e o grande período de carência até se verem lucros efectivos. Não se tratando de um nicho de mercado bem seguro, as margens de lucro são cada vez mais apertadas e dificultam o pagamento dos encargos financeiros.
As grandes empresas estão mais preparadas para responder a estas dificuldades, pelo menos as que se preocupam efectivamente com a sustentabilidade do seu negócio e não com a obtenção de lucros imediatos, com incursões noutros negócios para que não estão preparados. No mesmo ramo de actividade as grandes empresas têm tendência a vencer as pequenas e os empresários pequenos e médios muitas vezes ainda vão a tempo de serem quadros intermédios nas grandes empresas ou seus accionistas. O problema das grandes empresas é que concorrem com outras igualmente grandes.
Os factores mais influentes na evolução da actividade empresarial encaminham as pessoas para serem mais empregados e menos empreendedores isolados ou de pequena dimensão. Por isso os jovens têm que estar mais preparados para a empregabilidade do que para o empreendorismo, embora esta vertente da formação deva estar sempre presente. Em especial porque quando se perde o emprego numa grande empresa dificilmente se transita directamente para outra que fica longe, a solução é muitas vezes apostar em algo de iniciativa própria.
A livre iniciativa tem que ser defendida mesmo que só como possibilidade teórica para muitos, sem que a prática a possa garantir para todos. Só uma minoria, e cada vez menor, vai conseguir exercer uma actividade independente. A maioria de nós tem que aceitar ser empregado toda a vida, quando muito com a possibilidade de lutar por um lugar favorável na organização em que nos integrarmos e na medida em que ela nos aceite pertencer-lhe.
Durante muitos anos a ambição de muita gente foi ser funcionário público porque havia muitas razões para pensar que era uma forma diferente de emprego, entre o patrão e o empregado. O objectivo de muitos governos tem sido colocar o emprego de Estado ao nível do outro, mas é evidente que está longe de o ser, ora para o bem ora para o mal. Depois se analisará isso, mas consideremos para já que é um dos tipos de empregado que estamos condenados a ser.
A política liberal conduz às grandes empresas. Porém os liberais, tendo uma base de apoio político no pequeno empresariado, gostam de dizer que o defendem. Os socialistas resignam-se mais aos movimentos históricos que, suportados em múltiplos factores, se têm revelado irresistíveis para varrer da economia ou dar uma valor residual à iniciativa individual. Os esquerdistas exultam com a actual situação dum pretenso comunismo vindo por via capitalista.
Durante séculos foi determinante a tradição familiar e regional, a posse restrita do know-how, o regime legal de licenciamento. Com a libertação do saber, com o fim do condicionamento legal surgiu um período de grande expansão da actividade empresarial que criou uma certa ilusão de que todos podíamos ser patrões, que todos devíamos ambicionar ser empreendedores, que algures haveria sempre uma oportunidade à espera da nossa iniciativa.
No entanto muitos factores se conjugaram para reverter esta situação, para a diminuição dos trabalhadores por conta própria e para o aumento da dimensão média das empresas e do número global de empregados. Um dos factores tem a ver com o aumento do nível de conhecimentos exigido e do capital necessário para a instalação e arranque da produção.
É mais fácil a integração numa empresa já em funcionamento do que adquirir conhecimento global do negócio, juntar as pessoas certas, correr riscos, fidelizar clientes, manter o ritmo de produção adequado ao mercado. No entanto quando se tem experiência no ramo, também se pode tornar recomendável constituir novas empresas para corresponder ao aumento de produção, para executar tarefas que se podem desligar da actividade principal ou para lançar inovações que desaconselham uma reconversão da velha empresa.
Mas o facto de haver sempre a possibilidade de criação de novas empresas não é suficiente para contrabalançar o número daquelas que morrem por exaustão, por asfixia. Factores como a estandardização e a globalização também concorrem para a produção em massa, em grandes unidades industriais, para a possibilidade de ganhos de escala, para a diminuição dos custos de produção e comercialização e para a baixa dos preços de venda que podem acabar por arruinar as pequenas.
No entanto o facto mais determinante para a diminuição do número de empresários é a forma como gerem o dinheiro da sua empresa, a acumulação de capital em geral. Muitas empresas que teriam capacidade de auto financiamento para ganhar dimensão e apostar na inovação contínua, mercê das facilidades vigentes, transferem os rendimentos para uso pessoal, seja no consumo, seja no investimento fora do negócio original e que não é do seu domínio. Descapitalizam o seu negócio com muita facilidade.
Por seu lado a acumulação exagerada de capital que se verifica na economia em geral determinou o elevado custo do dinheiro pela procura de aplicações mais rentáveis do que o financiamento directo da actividade produtiva. Só quando tais aplicações bloquearam, por sobrecarregarem ou não terem mesmo base segura de apoio, é que o dinheiro se tornou de novo barato, mas então já a sua procura tinha diminuído porque a actividade produtiva havia decrescido.
Às dificuldades de financiamento juntam-se também as exigências legais de instalação, a cada vez mais avançada tecnologia aplicada, os custos fixos de funcionamento normal de uma empresa, as necessidades de um elevado fundo de maneio e o grande período de carência até se verem lucros efectivos. Não se tratando de um nicho de mercado bem seguro, as margens de lucro são cada vez mais apertadas e dificultam o pagamento dos encargos financeiros.
As grandes empresas estão mais preparadas para responder a estas dificuldades, pelo menos as que se preocupam efectivamente com a sustentabilidade do seu negócio e não com a obtenção de lucros imediatos, com incursões noutros negócios para que não estão preparados. No mesmo ramo de actividade as grandes empresas têm tendência a vencer as pequenas e os empresários pequenos e médios muitas vezes ainda vão a tempo de serem quadros intermédios nas grandes empresas ou seus accionistas. O problema das grandes empresas é que concorrem com outras igualmente grandes.
Os factores mais influentes na evolução da actividade empresarial encaminham as pessoas para serem mais empregados e menos empreendedores isolados ou de pequena dimensão. Por isso os jovens têm que estar mais preparados para a empregabilidade do que para o empreendorismo, embora esta vertente da formação deva estar sempre presente. Em especial porque quando se perde o emprego numa grande empresa dificilmente se transita directamente para outra que fica longe, a solução é muitas vezes apostar em algo de iniciativa própria.
A livre iniciativa tem que ser defendida mesmo que só como possibilidade teórica para muitos, sem que a prática a possa garantir para todos. Só uma minoria, e cada vez menor, vai conseguir exercer uma actividade independente. A maioria de nós tem que aceitar ser empregado toda a vida, quando muito com a possibilidade de lutar por um lugar favorável na organização em que nos integrarmos e na medida em que ela nos aceite pertencer-lhe.
Durante muitos anos a ambição de muita gente foi ser funcionário público porque havia muitas razões para pensar que era uma forma diferente de emprego, entre o patrão e o empregado. O objectivo de muitos governos tem sido colocar o emprego de Estado ao nível do outro, mas é evidente que está longe de o ser, ora para o bem ora para o mal. Depois se analisará isso, mas consideremos para já que é um dos tipos de empregado que estamos condenados a ser.
A política liberal conduz às grandes empresas. Porém os liberais, tendo uma base de apoio político no pequeno empresariado, gostam de dizer que o defendem. Os socialistas resignam-se mais aos movimentos históricos que, suportados em múltiplos factores, se têm revelado irresistíveis para varrer da economia ou dar uma valor residual à iniciativa individual. Os esquerdistas exultam com a actual situação dum pretenso comunismo vindo por via capitalista.
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