A evolução da humanidade não tem sido linear, seja qual for o prisma por que se veja. Há mais de dois mil anos que nós já vimos civilizações deslumbrantes protagonizadas por quem se tinha libertado da dependência da terra. Isto é, conseguiu-se que a terra produzisse o suficiente para o sustento dos que a trabalhavam e uma parte já substancial da sua produção sobejasse para que um grupo vasto não precisasse de lutar na terra para sobreviver.
Tais civilizações produziram saberes práticos e especulativos que nem sempre se preservaram. Por mais Impérios que se tenham construído à volta desses focos civilizacionais, eles não resistiram às hordas ditas selvagens, grupos em expansão em busca de espaço vital para os seus membros ou em consolidação dos seus próprios domínios.
Os grupos que adquiriram o controle desses vastos espaços quase sempre fizeram tábua rasa de tudo o que havia sido construído pelos que os antecederam nessas terras. Muitas vezes a vaga destruidora era tal que, para além da ignorância dos valores espirituais, sejam literários, musicais, religiosos ou outros, era o próprio património físico, arquitectónico que era ignorado.
Alguns, quando se aperceberam do valor do que tinham subestimado, já o fizeram tarde demais. Entretanto tinham desenvolvido a sua própria urbanidade, a sua própria cultura, o seu próprio estilo, a sua própria civilização. Beneficiando embora de alguma experiência acumulada que tinha sobrevivido, nem sempre conseguiram ultrapassar o patamar em que a anterior já se encontrava colocada.
A nós, tenhamos ou não avançado mais do que quaisquer outra civilização, interessa-nos saber tudo o que se passou no passado para não repetir os mesmos erros, seguir os mesmos caminhos sem saída, chegar aos mesmos bloqueios e estagnações.
Mais do que um fio condutor na história encontramos um fio de contas que empenhadamente vamos juntando, mas que nem sempre conseguimos segurar, que por vezes perdemos, que penosamente reconquistamos e recolocamos. E quando nos reposicionamos na história sofremos ao detectar falhas e descontinuidades que a imaginação não corrige.
Houve um retrocesso sempre que uma civilização agrária se sobrepôs, reestruturou os mecanismos sociais tendo por base os seus pressupostos e limitações. Demorou por vezes séculos a que novas forças, similares àquelas que tinham sido submetidas, conseguissem emergir de modo a poder estruturar uma sociedade independente e suficientemente forte para se não deixar regredir ciclicamente.
Podemos dizer que hoje há um patamar que a custo foi atingido, mas que está longe de estar livre de perigos, dado que a aparente estabilidade geopolítica assenta em critérios de força que nem todos aceitam.
Evidentemente que esta relativa estabilidades só existe porque os blocos mais fortes possuem ou compartilham o suficiente espaço vital para as suas necessidades. Há uma evolução global convergente que garante que, sem quebra de reciprocidade, se caminhe em direcção a um futuro mais solidário, sem conflitos dilacerantes.
Num mundo tão diverso, em que o homem se desenvolveu beneficiando ou sujeitando-se a uma tão grande diferenciação, as condições agora criadas, sem serem ideais, deixam-nos uma réstia de esperança de que esse futuro é possível.
Ao fazermos com que a evolução científica e técnica incida eficazmente no mundo rural, ao libertarmos daí forças para outros fins, ao chegarmos a que cada Estado dependa apenas dum restrito espaço agrícola para alimentar os seus membros, ao este negociar e permutar outros espaços vitais, estamos a caminhar no sentido da paz.
Se cada Estado vai ficando cada vez mais seguro do que lhe não vão subtrair a sua parte do espaço global já não podemos estar assim tão certos que a natureza o não faça. Por isso, antes que a natureza nos obrigue a invadir o território dos nossos vizinhos, negociemos com ela um futuro previsível para a humanidade.
Tais civilizações produziram saberes práticos e especulativos que nem sempre se preservaram. Por mais Impérios que se tenham construído à volta desses focos civilizacionais, eles não resistiram às hordas ditas selvagens, grupos em expansão em busca de espaço vital para os seus membros ou em consolidação dos seus próprios domínios.
Os grupos que adquiriram o controle desses vastos espaços quase sempre fizeram tábua rasa de tudo o que havia sido construído pelos que os antecederam nessas terras. Muitas vezes a vaga destruidora era tal que, para além da ignorância dos valores espirituais, sejam literários, musicais, religiosos ou outros, era o próprio património físico, arquitectónico que era ignorado.
Alguns, quando se aperceberam do valor do que tinham subestimado, já o fizeram tarde demais. Entretanto tinham desenvolvido a sua própria urbanidade, a sua própria cultura, o seu próprio estilo, a sua própria civilização. Beneficiando embora de alguma experiência acumulada que tinha sobrevivido, nem sempre conseguiram ultrapassar o patamar em que a anterior já se encontrava colocada.
A nós, tenhamos ou não avançado mais do que quaisquer outra civilização, interessa-nos saber tudo o que se passou no passado para não repetir os mesmos erros, seguir os mesmos caminhos sem saída, chegar aos mesmos bloqueios e estagnações.
Mais do que um fio condutor na história encontramos um fio de contas que empenhadamente vamos juntando, mas que nem sempre conseguimos segurar, que por vezes perdemos, que penosamente reconquistamos e recolocamos. E quando nos reposicionamos na história sofremos ao detectar falhas e descontinuidades que a imaginação não corrige.
Houve um retrocesso sempre que uma civilização agrária se sobrepôs, reestruturou os mecanismos sociais tendo por base os seus pressupostos e limitações. Demorou por vezes séculos a que novas forças, similares àquelas que tinham sido submetidas, conseguissem emergir de modo a poder estruturar uma sociedade independente e suficientemente forte para se não deixar regredir ciclicamente.
Podemos dizer que hoje há um patamar que a custo foi atingido, mas que está longe de estar livre de perigos, dado que a aparente estabilidade geopolítica assenta em critérios de força que nem todos aceitam.
Evidentemente que esta relativa estabilidades só existe porque os blocos mais fortes possuem ou compartilham o suficiente espaço vital para as suas necessidades. Há uma evolução global convergente que garante que, sem quebra de reciprocidade, se caminhe em direcção a um futuro mais solidário, sem conflitos dilacerantes.
Num mundo tão diverso, em que o homem se desenvolveu beneficiando ou sujeitando-se a uma tão grande diferenciação, as condições agora criadas, sem serem ideais, deixam-nos uma réstia de esperança de que esse futuro é possível.
Ao fazermos com que a evolução científica e técnica incida eficazmente no mundo rural, ao libertarmos daí forças para outros fins, ao chegarmos a que cada Estado dependa apenas dum restrito espaço agrícola para alimentar os seus membros, ao este negociar e permutar outros espaços vitais, estamos a caminhar no sentido da paz.
Se cada Estado vai ficando cada vez mais seguro do que lhe não vão subtrair a sua parte do espaço global já não podemos estar assim tão certos que a natureza o não faça. Por isso, antes que a natureza nos obrigue a invadir o território dos nossos vizinhos, negociemos com ela um futuro previsível para a humanidade.
A consciência dos perigos globais a que a vida na Terra está sujeita não nos pode passar despercebida e a atribuição do Nobel da Paz a quem se preocupa com este problema é sinal revelador da urgência com que ele tem que ser pensado. A ecologia entrou definitivamente nas questões que é necessário integrar e que sejam pensadas em conjunto e a nível global.