terça-feira, 23 de maio de 2006

Nem toda a doença é caso de urgência

O actual governo, resultado da vitória eleitoral atribuída democraticamente ao P.S., é o governo de Portugal e, como é exigível a todos, adequa as suas próprias ideias às condições objectivas existentes, procurando com racionalidade utilizar os meios disponíveis para o progresso do país.
Isto já foi percebido pela maioria do país, salvo por alguns puristas impenitentes. Algumas mentes mais iluminadas pensarão que era possível fazer muito melhor do que está a ser feito. Claro que estarão no seu direito. Mas era bom que, para além de afirmações puramente gratuitas, se propusesse soluções para que todas as pessoas as entendam.
Não só o Governo vai tomando atitudes que nos afectam e devemos reagir, como devemos pugnar, porque é imperioso, para que sejamos motivo de uma atenção acrescida, dado o nosso atraso. Os eleitos socialistas, nos quais com gosto me incluo, estarão sempre receptivos a qualquer esclarecimento adicional às posições que nos vários órgãos autárquicos vamos assumindo.
Preocupantemente, parece que na moda estão as entrevistas indirectas. Neste sentido direi que o “burocrático” Serviço de Atendimento Permanente deve permanecer como está enquanto se não alcançar melhor “serviço de urgência” como, aliás, só por ironia o serviço existente pode ser apelidado.
As “valências”do hospital devem ser “recuperadas”, isto é, devem existir em Ponte de Lima as valências para as quais se consigam técnicos e clínicos especializados e, caso contrário, devem existir, sempre que o número de utentes o justifique, consultas externas como extensão das verdadeiras valências existentes nos hospitais de Viana do Castelo, Braga ou Porto.
Os habitantes da Boalhosa ou da Labruja, amanhã, como hoje e como já ontem, vão ter que se deslocar a Viana do Castelo, Braga ou Porto para receber o tratamento diferenciado de que necessitarem e ficarão em Ponte de Lima para os cuidados intermédios que não necessitarem de assistência médica especializada.
Em relação aos Centros Escolares as nossas divergências com a política adoptadas pelo executivo camarário, constando nesta fase de implantação de alguns aspectos práticos e de casos específicos, têm essencialmente por base a falta de diálogo e de esclarecimento. Se alguém tem medo de não conseguir a adesão das populações para este projecto não somos nós.
Não havendo diferenças significativas entre as três principais forças políticas concelhias, pugnamos pela clareza, por soluções equitativas e justas, tomadas em devido tempo, não casuisticamente mas programadamente.
Nós queremos um parque desportivo na zona urbana mas também estruturas desportivas dispersas, bem localizadas e equipadas com meios e pessoal de apoio, de modo a atrair a juventude.
O bem público será o motivo da nossa luta, contínua e sem desfalecimento, mas conforme o nosso entendimento e os novos conhecimentos adquiridos. Como “políticos” cabe-nos lutar pelo esclarecimento, pela participação e para que aos eleitores sejam dadas opções claras, o que se reconhece, não tem sido infelizmente uma prática generalizada.
À imprensa cabe, na nossa perspectiva, colaborar neste desiderato sem propósitos opostos aos que a ética jornalística exige. Porque o trabalho não é pouco e além de muita ruralidade, teremos que retirar de muitas mentes muitíssimas nuvens negras.
Há uma verdade que deve ser realçada: Se a população se pode queixar da falta de esclarecimento, a imprensa não. Tem todos os meios ao seu dispor para obter toda a informação e para, no caso de ela lhe ser sonegada, dar público conhecimento dessa atitude. Quem assim não procede só tem um nome: capcioso.