quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Não estará a TV interessada no debate Defensor-Solheiro?

Enfim, as coisas começam a clarificar-se, se não com debate entre os protagonistas, pelo menos com o monólogo que Defensor Moura vem mantendo connosco, com todos os alto minhotos, afinal todos interessados nesta questão, que a todos diz respeito. Até achamos importante que estes segredos se saibam pela boca de Moura, que pela dos outros seria já apelidada de lavar de roupa suja.
Defensor Moura fala do seu curriculum com o objectivo declarado de depreciar o do seu antagonista. E este aspecto pessoal é só por si revelador da razão que o move nesta guerra. Parte do seu ódio resulta de ter sido derrotado por quem, segundo ele, é intelectualmente inferior. Velhas questões desta sociedade medieval em que a doutorice tem destas pretensões. Ao falar de subserviência Moura deve saber do que fala, não há sector em que ela se não faça mais sentir do que na medicina.
Sobre esta questão apraz-me dizer que Moura terá sido controlador de tráfego aéreo em Luanda e lá começou o curso de Medicina quando lá foi instalado o início este curso, tendo-o acabado no Continente nos turbulentos anos após o 25 de Abril. No entanto tal percurso não é suficiente para se atribuir qualquer mais valia sobre um ex-bancário que se quisesse tirar um curso superior lhe não faltaria capacidade. Nesta questão entendo que Campelo, com quem Moura se identifica tanto, não desceria tão baixo.
Na política está por arranjar um Órgão que certifique a capacidade e preparação de cada um para desempenhar os cargos a que se candidatam. Naturalmente que nos traria muitas surpresas, dado os lapsos que os nossos políticos vão tendo quando querem ser pau para toda a obra. E não restará a dúvida que Moura teria mais altos objectivos e culpa Solheiro de ser a barreira que o terá tramado e por isso esta vingança servida a frio.
Tal Órgão deveria avaliar as capacidades técnicas, nas quais a maioria destes políticos de trazer por casa ficaria a perder, porque o normal é irem para a prática aprender sem qualquer conhecimento de base. Moura sabia de químicos, Campelo de pastagens, Solheiro de livranças. Não sei porque carga de água as seringas e bisturis deram uma preparação política especial a Moura. Mas o principal era que o tal Órgão deveria passar a pente fino o carácter dos candidatos.
Há quem diga que os políticos devem ser aguerridos, persistentes, teimosos, vingativos, impiedosos. Há quem diga que devem ter a qualidade de saber governar bem a sua casa, sem o qual não saberão governar a sua autarquia. Há quem diga que se um político é bom para gerir uma freguesia será bom para gerir um país inteiro. Há quem diga tudo isto, mas tudo isto é falso.
Para já temos que nos conformar a acreditar na vontade popular. Ainda bem que assim é, porque o tal órgão seria tão só uma ajuda. Um dos problemas com que nos deparamos é que cargos diferentes têm diferentes exigências. Mas normalmente somos guiados por aspectos que tem mais a ver com os valores morais e com a mensagem humana que nos é transmitida. A imagem pode ser falsa, podemos ser enganados, mas ao menos raramente duas vezes.
Este caso extravasa a fronteira de Viana. A posição do Governo sem ser explícita é clara. A posição do PS nacional é o “não ser”. Parece que ninguém quer dar achas para a vitimização de Moura. Mas nós, os que em Viana votam e aqueles que no Alto Minho sofrerão as consequências do desfecho desta questão, exigimos que tudo seja esclarecido quanto antes.
Não restarão dúvidas que a questão tem de começar por ser resolvida no nível mais baixo da política partidária. Por isso um debate Moura-Solheiro não seria despropositado e podia ter interesse nacional. Não haverá um canal de TV interessado, mesmo que da TV Cabo?

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