A paciência é uma qualidade do ramo das virtudes ou um defeito do ramo das maldades. È, conforme o ponto de vista, um aspecto positivo ou negativo que caracteriza o comportamento humano.
A constatação de que existe paciência também revela que a impaciência não está longe. Paciência ilimitada é uma virtude rara e muitas vezes suicidária. A paciência esgota-se mais ou menos depressa. A pessoa ou chega à conclusão de que a sua existência se não justificava ou reage impacientando-se.
A paciência é sempre um sinal revelador do nosso estado de espírito. A maneira pela qual se manifesta, se transforma, se esvai ou se satura, dando origem à impaciência, nem sempre é igual mas caracteriza, para um dado estado de espírito, o comportamento individual.
Constantemente chegamos à conclusão que o que nos impacienta nem sempre sensibiliza os outros e o que olhamos com paciência é motivo de revolta e impaciência no espírito alheio. Esta simples contradição dá origem a permanentes litígios, constantes aversões, ódios e ofensas.
Todos temos um nível de tolerância à contradição da nossa razoável impaciência com a exagerada paciência dos outros e da nossa, pensamos sempre, sensata paciência com a sua excessiva impaciência. Se não houver motivos particulares está definido o nosso grau de sociabilidade.
A importância que, relativizando-o, nós dermos ao assunto que é motivo da nossa paciência ou impaciência pode ajudar-nos a controlar as nossas reacções. O que é diferente de pensarmos que a paciência ou impaciência são sempre de louvar ou pelo contrário merecedoras do nosso desdém.
Uma atitude inicial acertada é sempre mais importante do que qualquer distanciamento que criemos mais tarde. Porque, se nós estamos sempre predispostos a aprender e a reformular reacções que, por força do hábito, tornamos quase mecânicas, a sociedade privilegia comportamentos rígidos, quando não agressivos.
A agressividade, traduzida em insultos e outras ofensas graves, está tão arreigada no comportamento de muita gente que é incorporada na sua própria imagem. Por isso ela se transfere doutras formas de conflitualidade social em que se poderá justificar (¿), para esta situação de simples divergência entre uns que são pacientes e outros pelo contrário.
É muitas vezes assumido como valor civilizacional aceite que a paciência tem limites. Que, passados estes, será natural cairmos num estado de impaciência. Objectivamente não cedemos perante a não satisfação de um dado objectivo que tínhamos em vista. Como a impaciência também tem limites só temos duas saídas: caminhar para a agressividade ou regredir para um estado de paciência.
Controlamos cada vez melhor a impaciência, sendo impacientes cada vez mais. Adquirimos mais sabedoria para atingir os mesmos objectivos, contornando os obstáculos perante os quais a nossa paciência tinha limites. Mas, se o tempo e a experiência são por si mesmos importantes, as excepções continuam a surgir e a revelar afinal alguma forma de exclusão social.
Por outro lado as contradições continuarão a existir e, tendo em vista os nossos objectivos, não nos podemos cingir somente à forma, antes prosseguiremos na tentativa de explorar em nosso proveito as nossas diferentes atitudes, nem que isso passe por nos “deixarmos” vitimizar ou pelo contrário usar outras formas de persuasão ou constrangimento para conseguir esses objectivos.
Baseados na forma podemos atribuir méritos ou deméritos às atitudes, mas são os objectivos que permitem não confundir paciência com cobardia ou impaciência com bravura. Por outro lado os objectivos não justificam tudo, embora, quando prosseguimos objectivos colectivos, tenha que haver sempre quem ceda em relação àqueles que lhe são mais próprios.
Uma das formas pela qual é vulgar surgir a impaciência é, usando a indefinição dos outros, tentar levá-los dessa maneira a tomar decisões rápidas. Além de vencidas possíveis hesitações, consegue-se assim subtrair a questão a alguma observação e ponderação mais atentas. Querendo andar para a frente, sem mais, até se apelida a paciência dos outros de demissão.
A paciência em excesso também pode ser contraproducente. Empregando o necessário calculismo, muitas vezes somos pacientes com o objectivo de levar os outros a aceitarem também serem resignados, como nós somos ou parecemos. Como não queremos que se avance, acusamos os outros de aventureirismo e, não revelando os verdadeiros motivos, coagimo-los a abandonar uma impaciência salutar.
A nossa paciência, ou a ausência dela, é função não só do nosso passado, da satisfação ou não dos nossos objectivos crescentes, mas também do caminho que queremos seguir e das forças que julgamos possuir para garantir um sucesso, que pode ser uma acção futura vitoriosa ou simplesmente a fuga a uma qualquer humilhação.
A constatação de que existe paciência também revela que a impaciência não está longe. Paciência ilimitada é uma virtude rara e muitas vezes suicidária. A paciência esgota-se mais ou menos depressa. A pessoa ou chega à conclusão de que a sua existência se não justificava ou reage impacientando-se.
A paciência é sempre um sinal revelador do nosso estado de espírito. A maneira pela qual se manifesta, se transforma, se esvai ou se satura, dando origem à impaciência, nem sempre é igual mas caracteriza, para um dado estado de espírito, o comportamento individual.
Constantemente chegamos à conclusão que o que nos impacienta nem sempre sensibiliza os outros e o que olhamos com paciência é motivo de revolta e impaciência no espírito alheio. Esta simples contradição dá origem a permanentes litígios, constantes aversões, ódios e ofensas.
Todos temos um nível de tolerância à contradição da nossa razoável impaciência com a exagerada paciência dos outros e da nossa, pensamos sempre, sensata paciência com a sua excessiva impaciência. Se não houver motivos particulares está definido o nosso grau de sociabilidade.
A importância que, relativizando-o, nós dermos ao assunto que é motivo da nossa paciência ou impaciência pode ajudar-nos a controlar as nossas reacções. O que é diferente de pensarmos que a paciência ou impaciência são sempre de louvar ou pelo contrário merecedoras do nosso desdém.
Uma atitude inicial acertada é sempre mais importante do que qualquer distanciamento que criemos mais tarde. Porque, se nós estamos sempre predispostos a aprender e a reformular reacções que, por força do hábito, tornamos quase mecânicas, a sociedade privilegia comportamentos rígidos, quando não agressivos.
A agressividade, traduzida em insultos e outras ofensas graves, está tão arreigada no comportamento de muita gente que é incorporada na sua própria imagem. Por isso ela se transfere doutras formas de conflitualidade social em que se poderá justificar (¿), para esta situação de simples divergência entre uns que são pacientes e outros pelo contrário.
É muitas vezes assumido como valor civilizacional aceite que a paciência tem limites. Que, passados estes, será natural cairmos num estado de impaciência. Objectivamente não cedemos perante a não satisfação de um dado objectivo que tínhamos em vista. Como a impaciência também tem limites só temos duas saídas: caminhar para a agressividade ou regredir para um estado de paciência.
Controlamos cada vez melhor a impaciência, sendo impacientes cada vez mais. Adquirimos mais sabedoria para atingir os mesmos objectivos, contornando os obstáculos perante os quais a nossa paciência tinha limites. Mas, se o tempo e a experiência são por si mesmos importantes, as excepções continuam a surgir e a revelar afinal alguma forma de exclusão social.
Por outro lado as contradições continuarão a existir e, tendo em vista os nossos objectivos, não nos podemos cingir somente à forma, antes prosseguiremos na tentativa de explorar em nosso proveito as nossas diferentes atitudes, nem que isso passe por nos “deixarmos” vitimizar ou pelo contrário usar outras formas de persuasão ou constrangimento para conseguir esses objectivos.
Baseados na forma podemos atribuir méritos ou deméritos às atitudes, mas são os objectivos que permitem não confundir paciência com cobardia ou impaciência com bravura. Por outro lado os objectivos não justificam tudo, embora, quando prosseguimos objectivos colectivos, tenha que haver sempre quem ceda em relação àqueles que lhe são mais próprios.
Uma das formas pela qual é vulgar surgir a impaciência é, usando a indefinição dos outros, tentar levá-los dessa maneira a tomar decisões rápidas. Além de vencidas possíveis hesitações, consegue-se assim subtrair a questão a alguma observação e ponderação mais atentas. Querendo andar para a frente, sem mais, até se apelida a paciência dos outros de demissão.
A paciência em excesso também pode ser contraproducente. Empregando o necessário calculismo, muitas vezes somos pacientes com o objectivo de levar os outros a aceitarem também serem resignados, como nós somos ou parecemos. Como não queremos que se avance, acusamos os outros de aventureirismo e, não revelando os verdadeiros motivos, coagimo-los a abandonar uma impaciência salutar.
A nossa paciência, ou a ausência dela, é função não só do nosso passado, da satisfação ou não dos nossos objectivos crescentes, mas também do caminho que queremos seguir e das forças que julgamos possuir para garantir um sucesso, que pode ser uma acção futura vitoriosa ou simplesmente a fuga a uma qualquer humilhação.
Mas na sociedade há uma impaciência crescente que mais se nota, muitas vezes sem objectivos definidos, outras vezes perante a não satisfação de objectivos demasiado concretos, mas irrealistas. Somos excessivamente volúveis para conseguir um equilíbrio saudável