A pirâmide social é um facto, um dado sociológico, uma inevitabilidade que toma a forma de lei que se aplica a todos os organismos hierarquizados. Uma pirâmide pode ser mais chata ou mais aguçada, mas nos dois casos, quando o é exageradamente, é porque a realidade que ela representa enferma de alguma deficiência. Pois quando toma a forma de lei, de modelo a seguir, a pirâmide é a forma ideal para cada grupo particular de casos.
Uma pirâmide demasiado chata representa um organismo pouco funcional em que há demasiados iguais a cada nível e uma concentração exagerada de poder de decisão em grupos inorgânicos. Uma pirâmide demasiado aguçada representa um organismo em que o poder de decisão está demasiado disperso por vários níveis, tornando morosa a chegada de uma decisão a quem tem que a executar e tornando difícil a identificação de quem tomou a decisão ou falhou na sua transmissão quando se trata de assumir responsabilidades.
Uma pirâmide funcional será aquela em que o número de elementos dum nível inferior seja o adequado ao trabalho de coordenação do elemento do nível imediatamente superior e este se encontra acessível em tempo útil a cada elemento de nível inferior. As organizações sociais e as laborais, as informais e as formais, apresentam diferentes solicitações, diferentes gruas de exigência, são-lhe inerentes diferentes graus de responsabilidades, dando origem a uma variabilidade na sua eficiência prática. Dentro dum número limitado de opções, impõem-se o encontro do tipo de pirâmide mais adequado a cada caso.
Numa sociedade em que as pessoas individualmente se desconhecem, a estrutura das pirâmides e a posição em que cada um participa já é um indicativo das suas características, muitas vezes é o único de que dispomos. Como o indivíduo participa simultaneamente em várias organizações, desenvolvem-se contradições entre essas suas participações, sempre reforçadas pelos inimigos e disfarçadas pelos amigos. Um desenvolvimento homogéneo de cada um pressuporia que não houvesse equívocos e as várias participações remetessem todas para uma única e unívoca posição na pirâmide social mais abrangente.
Um indivíduo pode estar numa pirâmide a um nível bastante inferior e pode estar noutras a um nível mais relevante. Porém à medida que as posições sociais deixaram de ser herdadas, mesmo que essa herança continue a desempenhar um papel importante, já teve que prestar outras provas, passar por outros crivos para garantir idêntica posição àquela que noutros tempos receberia por herança. Individualmente há agora uma mobilidade social maior, mas essa mobilidade continua a ser bastante condicionada por muitos outros factores que o poder consegue controlar.
A estratégia pessoal para a ascensão de posição na pirâmide social pode passar por diferentes formas de investimento que se repercutem em diferentes pirâmides de valor social. Sendo umas mais valiosas que outras a média ponderada resultante poderá representar a característica básica do indivíduo por constituir a sua inserção no panorama social. Este entendimento leva o indivíduo a investir o máximo nas organizações ao seu alcance de forma equilibrada. No entanto há quem pense que assim nunca sairá de uma mediania confrangedora e faça por investir tudo numa das organizações com maior visibilidade social e funcione assim como alavanca para outras.
Só que uma boa participação numa organização pode não alterar significativamente a média das nossas intervenções, incluindo aquelas que ocorrem independentemente da nossa vontade. Quando se trata de criar imagens com segundas intenções utiliza-se essa boa participação para criar um simulacro de muitas outras participações que não correspondem à realidade. A nossa sociedade está cheia destes métodos para criar ídolos com pés de barro. Uma boa contribuição num domínio especifico mão é sinal doutras contribuições igualmente meritórias. Os casos comprometedores são mais do que evidentes.
A modéstia recomendaria que não desistíssemos de vermos reconhecidos os nossos méritos, mas reconhecêssemos também os nossos fracassos. Essencialmente que mantivéssemos uma posição de equilíbrio no desequilíbrio social. Cada vez é mais difícil a uma pessoa dominar um grande panorama do saber já disponível. Mesmo assim poderemos e deveremos ter uma visão de conjunto, suficientemente versátil para assimilar aquilo que se vai adquirindo e suficientemente segura para nos dar estabilidade.
Cada vez mais as pessoas se integram em mais organizações em cada uma das quais desempenham um papel diferente doutro. Cada vez mais cresce o número de pessoas inconformadas com a sua posição na pirâmide social. Mesmo a sua subida raramente lhes trás estabilidade. Cada vez mais a pirâmide de rendimento é a única referência para todas as comparações. Cada vez mais se quer vender o mérito como resultado do valor económico da pessoa em detrimento de procurar que seja dado o respectivo valor económico a quem demonstrou mérito dentro de uma organização.
Não nos podemos furtar a pertencer a organizações, não nos podemos subtrair a integrar a pirâmide social. Cada vez mais difícil será livrar-nos da insatisfação e do desencanto por não podermos usufruir em plena das suas possibilidades. Cada vez há uma maior preocupação com o que nos falta do que há usufruto do que se tem. Sentimo-nos aprisionados num edifício a que falta o nosso empenho. Sem uma filosofia de vida, sem um olhar abrangente, sem uma postura em que a modéstia não conflitue com a afirmação, estamos a construir um edifício oco e sem sentido.
Uma pirâmide demasiado chata representa um organismo pouco funcional em que há demasiados iguais a cada nível e uma concentração exagerada de poder de decisão em grupos inorgânicos. Uma pirâmide demasiado aguçada representa um organismo em que o poder de decisão está demasiado disperso por vários níveis, tornando morosa a chegada de uma decisão a quem tem que a executar e tornando difícil a identificação de quem tomou a decisão ou falhou na sua transmissão quando se trata de assumir responsabilidades.
Uma pirâmide funcional será aquela em que o número de elementos dum nível inferior seja o adequado ao trabalho de coordenação do elemento do nível imediatamente superior e este se encontra acessível em tempo útil a cada elemento de nível inferior. As organizações sociais e as laborais, as informais e as formais, apresentam diferentes solicitações, diferentes gruas de exigência, são-lhe inerentes diferentes graus de responsabilidades, dando origem a uma variabilidade na sua eficiência prática. Dentro dum número limitado de opções, impõem-se o encontro do tipo de pirâmide mais adequado a cada caso.
Numa sociedade em que as pessoas individualmente se desconhecem, a estrutura das pirâmides e a posição em que cada um participa já é um indicativo das suas características, muitas vezes é o único de que dispomos. Como o indivíduo participa simultaneamente em várias organizações, desenvolvem-se contradições entre essas suas participações, sempre reforçadas pelos inimigos e disfarçadas pelos amigos. Um desenvolvimento homogéneo de cada um pressuporia que não houvesse equívocos e as várias participações remetessem todas para uma única e unívoca posição na pirâmide social mais abrangente.
Um indivíduo pode estar numa pirâmide a um nível bastante inferior e pode estar noutras a um nível mais relevante. Porém à medida que as posições sociais deixaram de ser herdadas, mesmo que essa herança continue a desempenhar um papel importante, já teve que prestar outras provas, passar por outros crivos para garantir idêntica posição àquela que noutros tempos receberia por herança. Individualmente há agora uma mobilidade social maior, mas essa mobilidade continua a ser bastante condicionada por muitos outros factores que o poder consegue controlar.
A estratégia pessoal para a ascensão de posição na pirâmide social pode passar por diferentes formas de investimento que se repercutem em diferentes pirâmides de valor social. Sendo umas mais valiosas que outras a média ponderada resultante poderá representar a característica básica do indivíduo por constituir a sua inserção no panorama social. Este entendimento leva o indivíduo a investir o máximo nas organizações ao seu alcance de forma equilibrada. No entanto há quem pense que assim nunca sairá de uma mediania confrangedora e faça por investir tudo numa das organizações com maior visibilidade social e funcione assim como alavanca para outras.
Só que uma boa participação numa organização pode não alterar significativamente a média das nossas intervenções, incluindo aquelas que ocorrem independentemente da nossa vontade. Quando se trata de criar imagens com segundas intenções utiliza-se essa boa participação para criar um simulacro de muitas outras participações que não correspondem à realidade. A nossa sociedade está cheia destes métodos para criar ídolos com pés de barro. Uma boa contribuição num domínio especifico mão é sinal doutras contribuições igualmente meritórias. Os casos comprometedores são mais do que evidentes.
A modéstia recomendaria que não desistíssemos de vermos reconhecidos os nossos méritos, mas reconhecêssemos também os nossos fracassos. Essencialmente que mantivéssemos uma posição de equilíbrio no desequilíbrio social. Cada vez é mais difícil a uma pessoa dominar um grande panorama do saber já disponível. Mesmo assim poderemos e deveremos ter uma visão de conjunto, suficientemente versátil para assimilar aquilo que se vai adquirindo e suficientemente segura para nos dar estabilidade.
Cada vez mais as pessoas se integram em mais organizações em cada uma das quais desempenham um papel diferente doutro. Cada vez mais cresce o número de pessoas inconformadas com a sua posição na pirâmide social. Mesmo a sua subida raramente lhes trás estabilidade. Cada vez mais a pirâmide de rendimento é a única referência para todas as comparações. Cada vez mais se quer vender o mérito como resultado do valor económico da pessoa em detrimento de procurar que seja dado o respectivo valor económico a quem demonstrou mérito dentro de uma organização.
Não nos podemos furtar a pertencer a organizações, não nos podemos subtrair a integrar a pirâmide social. Cada vez mais difícil será livrar-nos da insatisfação e do desencanto por não podermos usufruir em plena das suas possibilidades. Cada vez há uma maior preocupação com o que nos falta do que há usufruto do que se tem. Sentimo-nos aprisionados num edifício a que falta o nosso empenho. Sem uma filosofia de vida, sem um olhar abrangente, sem uma postura em que a modéstia não conflitue com a afirmação, estamos a construir um edifício oco e sem sentido.
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