Há factos que nos entristecem e fazemos por esquecer. Surgem repentinamente, às vezes puxados por outros, mas logo caem no esquecimento. No entanto estamos numa fase de nítida introspecção e quando assim é não se pode seleccionar aquilo que é trazido à memória. E, se não controlamos este processo a nível individual, muito menos o controlamos colectivamente. Os casos de pedofilia começaram há uns anos atrás a ser motivo de preocupação pública e tem-se sucedido a sua imparável revelação a todos os níveis sociais.
Há factos de certa natureza que, sendo aparentemente irrelevantes para o porvir da humanidade e que em seu tempo não adquiriram dimensão bastante para se tornarem casos de análise profunda e redentora, mas que em certa fase civilizacional adquirem a força de um dilúvio de água, a impetuosidade dum turbilhão, a agressividade de um tsunami. Deixou de ser possível relativizar a importância social da pedofilia, subestimar este monstro escondido na sociedade. Deixou de ser possível obter razão para o seu ocultamento.
Cada caso de pedofilia praticado por um ser humano é uma afronta ao seu carácter. Cada caso de pedofilia praticado por um membro da classe eclesiástica é a negação absoluta da sua razão de ser. Em qualquer caso tem que se exigir que se assumam culpas, que se não dispensem responsabilidades individuais, que se apliquem castigos exemplares, que se não fique pelo perdão pela fraqueza da carne, pela desculpa da impetuosidade do músculo sexual, pela concupiscência involuntária que possa invadir a mente de alguém.
Um jovem violado para satisfazer o apetite inflamado de um qualquer energúmeno é uma imagem deplorável, iníqua, que deve estar arredada do pensamento de qualquer indivíduo normal, em especial daqueles que querem que nos preparemos para um Reino Novo que há-de vir. Se a pedofilia entrou no clero por via do celibato obrigatório, acabe-se com ele. Se a privação da sexualidade no clero leva à misoginia, acabe-se com o celibato. Se o auto controlo que deriva da preparação intelectual das pessoas não é suficiente, acabe-se com o celibato. O clero não é o mal, mas este prolifera quando o ambiente lhe é propício
A verdade é que a suspeita não pode recair sobre todas as pessoas e nem todos terão tendências para esse tipo de actos. Mas também não se pode discriminar a mulher em abstracto por ser a ”fonte potencial do mal” e inocentar os homens concretos e determinados em que o tal mal só despoletaria em contacto com a fonte. Tem havido aqui uma clara confusão e é necessário que a igreja repense onde está a origem de todo o mal. Este só está na anormalidade.
Durante séculos reconduziu-se o mal ao sexo devido à dificuldade de o controlar para efeito de ordenamento social, para evitar a promiscuidade. Hoje claramente o sexo não é o problema é tão só uma fonte de problemas em alguns casos, como o são outras questões. O sexo tem que existir na realidade e na mente humana, não como refúgio ou referência absoluta, muito menos como aversão, sim como elemento de pensamento e acção que nos devemos esforçar por controlar e realizar. Quando o sexo se reprime pode haver manifestações catastróficas.
A Teoria da Compensação a que muitos recorrem para ilibar o homem da prática sexual não tem cabimento porque não há actos de natureza diferente que se possam compensar. A Teoria da Sublimação a que também se recorre poderá ter outra viabilidade só que nenhuma Igreja é capaz de preparar pessoas para que, quando entrem no exercício de funções sacerdotais, estejam em condições de prescindir de modo absoluto de ter relações sexuais.
Na realidade a assumpção consciente deste propósito de continência absoluta não será facilmente assumido pela generalidade das pessoas. As mulheres convivem com o sexo de diversas maneiras e o homem também. As mulheres historicamente estariam menos preparadas para uma relação que nelas se estabelece tal como a dos homens. Mas houve uma clara evolução para a qual a situação da sua muito menor dependência económica contribuiu sobremodo. As mulheres já hoje têm um controlo emocional que não passa só pela indiferença, mas que até podem manifestar uma muito maior disponibilidade, pois ela é muito mais condicionada pela vontade própria.
O conhecimento que a mulher de hoje tem da sua relação com o sexo já deixou de fazer dela aquele mal errático que se atribuía ao imprevisível. Isso vai levar a que o homem possessivo que antes se relacionava com as mulheres de uma posição de poder tenha os dias contados. A mulher galinha que se submetia aos caprichos alheios, que ainda persiste em certas condições, também está em extermínio. Mas para que a verdade seja mais plena terá que se olhar para a vertente do sexo usado como modo de vida. A prostituição é uma realidade que os fariseus se recusam a ver e a dar dignidade.
O mal persiste pelo desconhecimento e pela ignorância. Não tem a exclusividade do homem ou da mulher. Não está na criança inocente e desprotegida. O mal só pode estar latente em espíritos mais elaborados. Ele reside na procura de relacionamentos desiguais que proporcionam o aproveitamento de relações de poder para atingir objectivos maldosos que possam residir no pensamento humano. O mal, as tais nódoas no nosso pensamento e na nossa acção, estão, no que ao sexo se refere, nos predadores sexuais, usem que vestes usarem. Mas há vestes que reforçam essas nódoas.
Há factos de certa natureza que, sendo aparentemente irrelevantes para o porvir da humanidade e que em seu tempo não adquiriram dimensão bastante para se tornarem casos de análise profunda e redentora, mas que em certa fase civilizacional adquirem a força de um dilúvio de água, a impetuosidade dum turbilhão, a agressividade de um tsunami. Deixou de ser possível relativizar a importância social da pedofilia, subestimar este monstro escondido na sociedade. Deixou de ser possível obter razão para o seu ocultamento.
Cada caso de pedofilia praticado por um ser humano é uma afronta ao seu carácter. Cada caso de pedofilia praticado por um membro da classe eclesiástica é a negação absoluta da sua razão de ser. Em qualquer caso tem que se exigir que se assumam culpas, que se não dispensem responsabilidades individuais, que se apliquem castigos exemplares, que se não fique pelo perdão pela fraqueza da carne, pela desculpa da impetuosidade do músculo sexual, pela concupiscência involuntária que possa invadir a mente de alguém.
Um jovem violado para satisfazer o apetite inflamado de um qualquer energúmeno é uma imagem deplorável, iníqua, que deve estar arredada do pensamento de qualquer indivíduo normal, em especial daqueles que querem que nos preparemos para um Reino Novo que há-de vir. Se a pedofilia entrou no clero por via do celibato obrigatório, acabe-se com ele. Se a privação da sexualidade no clero leva à misoginia, acabe-se com o celibato. Se o auto controlo que deriva da preparação intelectual das pessoas não é suficiente, acabe-se com o celibato. O clero não é o mal, mas este prolifera quando o ambiente lhe é propício
A verdade é que a suspeita não pode recair sobre todas as pessoas e nem todos terão tendências para esse tipo de actos. Mas também não se pode discriminar a mulher em abstracto por ser a ”fonte potencial do mal” e inocentar os homens concretos e determinados em que o tal mal só despoletaria em contacto com a fonte. Tem havido aqui uma clara confusão e é necessário que a igreja repense onde está a origem de todo o mal. Este só está na anormalidade.
Durante séculos reconduziu-se o mal ao sexo devido à dificuldade de o controlar para efeito de ordenamento social, para evitar a promiscuidade. Hoje claramente o sexo não é o problema é tão só uma fonte de problemas em alguns casos, como o são outras questões. O sexo tem que existir na realidade e na mente humana, não como refúgio ou referência absoluta, muito menos como aversão, sim como elemento de pensamento e acção que nos devemos esforçar por controlar e realizar. Quando o sexo se reprime pode haver manifestações catastróficas.
A Teoria da Compensação a que muitos recorrem para ilibar o homem da prática sexual não tem cabimento porque não há actos de natureza diferente que se possam compensar. A Teoria da Sublimação a que também se recorre poderá ter outra viabilidade só que nenhuma Igreja é capaz de preparar pessoas para que, quando entrem no exercício de funções sacerdotais, estejam em condições de prescindir de modo absoluto de ter relações sexuais.
Na realidade a assumpção consciente deste propósito de continência absoluta não será facilmente assumido pela generalidade das pessoas. As mulheres convivem com o sexo de diversas maneiras e o homem também. As mulheres historicamente estariam menos preparadas para uma relação que nelas se estabelece tal como a dos homens. Mas houve uma clara evolução para a qual a situação da sua muito menor dependência económica contribuiu sobremodo. As mulheres já hoje têm um controlo emocional que não passa só pela indiferença, mas que até podem manifestar uma muito maior disponibilidade, pois ela é muito mais condicionada pela vontade própria.
O conhecimento que a mulher de hoje tem da sua relação com o sexo já deixou de fazer dela aquele mal errático que se atribuía ao imprevisível. Isso vai levar a que o homem possessivo que antes se relacionava com as mulheres de uma posição de poder tenha os dias contados. A mulher galinha que se submetia aos caprichos alheios, que ainda persiste em certas condições, também está em extermínio. Mas para que a verdade seja mais plena terá que se olhar para a vertente do sexo usado como modo de vida. A prostituição é uma realidade que os fariseus se recusam a ver e a dar dignidade.
O mal persiste pelo desconhecimento e pela ignorância. Não tem a exclusividade do homem ou da mulher. Não está na criança inocente e desprotegida. O mal só pode estar latente em espíritos mais elaborados. Ele reside na procura de relacionamentos desiguais que proporcionam o aproveitamento de relações de poder para atingir objectivos maldosos que possam residir no pensamento humano. O mal, as tais nódoas no nosso pensamento e na nossa acção, estão, no que ao sexo se refere, nos predadores sexuais, usem que vestes usarem. Mas há vestes que reforçam essas nódoas.
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