A busca de reconhecimento social assume diferentes importâncias para as distintas pessoas e nos diferentes ambientes que constituem o todo social. Também cada pessoa em si lhe atribui diferente valor nas várias etapas da sua vida. E acima de tudo em cada momento cada um vê o seu reconhecimento, e o reconhecimento que faz dos outros, por prismas diferenciados.
Normalmente a plausibilidade do reconhecimento depende do respeito por aquilo que em cada momento é considerado mais válido pelo senso comum. Pelo que não é de esperar grande reconhecimento quando os nossos valores conflituam com os prevalecentes na sociedade.
Mesmo assim, e ainda bem, podemos ver serem tolerados ou aceites valores contraditórios no domínio pessoal e social. Porém esta situação nem sempre satisfaz os objectivos das pessoas. Em alternativa não raro recorremos à falsidade baseada na discrepância total entre aquilo que é importante para cada um e aquilo que cada qual faz transparecer como tal para os outros.
Muitas vezes ocorre a situação de se instalar no nosso espírito a dúvida entre cada uma de duas atitudes das mais próximas no espectro das reacções que podemos esperar da parte do grupo social ou da sociedade no âmbito do qual “queremos” actuar. Entre a rejeição, a tolerância, a aceitação e a plena integração social há um vasto leque de hipóteses a considerar.
Nunca pode ser aferida com precisão e a cada momento aquilo que é mais consensual na sociedade. Nem mesmo podemos ter certezas sobre muitos dos valores que se dizem patrocinados pelo Estado ou por outras organizações transmissoras de valores que interferem na vida social. Não raro os seus diferentes componentes estão em desacordo quanto a aspectos fulcrais.
Este tipo de dúvida surge muito mais facilmente no espírito das pessoas esclarecidas e sinceras do que entre os ignorantes e os falsos. Estes últimos não têm tempo para estas lucubrações. Agarram-se às certezas que consideram suficientes para os ajudar a obter o que ambicionam ter e preocupam-se só em ter um grupo social com que se identifiquem e que lhes possa servir de apoio. Os mais capazes destes obtêm mesmo apoios fora dele.
Mas o facto de termos dúvidas não nos pode inibir de tentar influenciar os valores sociais que achamos que devem ter uma solidez bastante no domínio da sociedade. Pode ser mesmo uma questão de sobrevivência porque mesmo as pessoas que estão de paz com a sua consciência, por julgarem estar a corresponder àquilo que é socialmente mais valioso, não raro são vítimas indefesas da perversidade, dos volte faces sociais.
O conflito permanente entre valores pessoais e sociais torna-nos vulneráveis pelo que devemos ser cautelosos, sem ser calculistas, nesta questão crucial para a nossa vida que é termos de percorrer com maior ou menos regularidade o percurso entre a confrontação, a condescendência, a convivência e a vivência irmanada.
A procura de uma estabilidade dinâmica, que não prescinda da procura de avanços para os valores que mais prezamos, é pois a melhor postura que podemos assumir perante a vida e a sociedade. Mesmo que saibamos que esta não valorize sobremaneira este modo de agir e no seu “egoísmo” nos queira agrilhoar a uma postura estática e de preferência subserviente.
Nós temos direito de mudar, de nos adaptarmos, de intervirmos e, se nos é imposto um limite, ele deve ser o princípio da lealdade para com aqueles com quem convivemos regularmente. Este princípio é porém caracterizado por só ser válido se for reciprocamente aceite.
Aos valores sociais não se pode exigir qualquer lealdade quando nós os não partilhamos ou não reconhecemos aos outros a sua representação. Este princípio é pessoal, embora possa ser alargado às pessoas que o partilham.
Porém a natureza das diferentes relações sociais que estabelecemos, suspendemos e reatamos levam-nos a não podermos partilhar com a maioria dos outros qualquer convergência, se não casuística, em relação a princípios.
O facto de ser para certas pessoas quase um constrangimento estar a pensar e abordar estas questões não se podem inibir de o fazer. O embaraço de muitos que estão mais sujeitos à exposição pública é porém compreensível. É mesmo legítimo não gostar de que se ponham em causa princípios basilares da sua vida mais pessoal, mas não o é proibir que os outros o façam.
Existem aqui princípios que, mais para além do que a lealdade, devem ser aceites por todos: ser humano, humilde e condescendente. Há elementos de falsidade contidos em muitas vidas que lá estão contra a vontade consciente dos que as viveram. Mas por isso não podem ser branqueados, como não devem ser usados para humilhar ninguém. Quem tem direito a atirar a primeira pedra?
Normalmente nós, se gostamos de uma pessoa e a adoptamos até como exemplo a seguir, condescendemos com ela do mesmo modo como faríamos em relação a nós próprios. Porém se não gostamos dela somos intolerantes e exigimos a ela aquilo que estamos longe de exigir a nós mesmos.
O único aspecto que podemos lamentar é não gastarmos, para pensar os outros, o mesmo tempo que gastamos para os endeusar e adorar ou para os denegrir e aviltar. Nem mesmo nos chega dizer que queremos para os outros exactamente o mesmo que queremos para nós próprios. Ninguém acredita nisso.
Normalmente a plausibilidade do reconhecimento depende do respeito por aquilo que em cada momento é considerado mais válido pelo senso comum. Pelo que não é de esperar grande reconhecimento quando os nossos valores conflituam com os prevalecentes na sociedade.
Mesmo assim, e ainda bem, podemos ver serem tolerados ou aceites valores contraditórios no domínio pessoal e social. Porém esta situação nem sempre satisfaz os objectivos das pessoas. Em alternativa não raro recorremos à falsidade baseada na discrepância total entre aquilo que é importante para cada um e aquilo que cada qual faz transparecer como tal para os outros.
Muitas vezes ocorre a situação de se instalar no nosso espírito a dúvida entre cada uma de duas atitudes das mais próximas no espectro das reacções que podemos esperar da parte do grupo social ou da sociedade no âmbito do qual “queremos” actuar. Entre a rejeição, a tolerância, a aceitação e a plena integração social há um vasto leque de hipóteses a considerar.
Nunca pode ser aferida com precisão e a cada momento aquilo que é mais consensual na sociedade. Nem mesmo podemos ter certezas sobre muitos dos valores que se dizem patrocinados pelo Estado ou por outras organizações transmissoras de valores que interferem na vida social. Não raro os seus diferentes componentes estão em desacordo quanto a aspectos fulcrais.
Este tipo de dúvida surge muito mais facilmente no espírito das pessoas esclarecidas e sinceras do que entre os ignorantes e os falsos. Estes últimos não têm tempo para estas lucubrações. Agarram-se às certezas que consideram suficientes para os ajudar a obter o que ambicionam ter e preocupam-se só em ter um grupo social com que se identifiquem e que lhes possa servir de apoio. Os mais capazes destes obtêm mesmo apoios fora dele.
Mas o facto de termos dúvidas não nos pode inibir de tentar influenciar os valores sociais que achamos que devem ter uma solidez bastante no domínio da sociedade. Pode ser mesmo uma questão de sobrevivência porque mesmo as pessoas que estão de paz com a sua consciência, por julgarem estar a corresponder àquilo que é socialmente mais valioso, não raro são vítimas indefesas da perversidade, dos volte faces sociais.
O conflito permanente entre valores pessoais e sociais torna-nos vulneráveis pelo que devemos ser cautelosos, sem ser calculistas, nesta questão crucial para a nossa vida que é termos de percorrer com maior ou menos regularidade o percurso entre a confrontação, a condescendência, a convivência e a vivência irmanada.
A procura de uma estabilidade dinâmica, que não prescinda da procura de avanços para os valores que mais prezamos, é pois a melhor postura que podemos assumir perante a vida e a sociedade. Mesmo que saibamos que esta não valorize sobremaneira este modo de agir e no seu “egoísmo” nos queira agrilhoar a uma postura estática e de preferência subserviente.
Nós temos direito de mudar, de nos adaptarmos, de intervirmos e, se nos é imposto um limite, ele deve ser o princípio da lealdade para com aqueles com quem convivemos regularmente. Este princípio é porém caracterizado por só ser válido se for reciprocamente aceite.
Aos valores sociais não se pode exigir qualquer lealdade quando nós os não partilhamos ou não reconhecemos aos outros a sua representação. Este princípio é pessoal, embora possa ser alargado às pessoas que o partilham.
Porém a natureza das diferentes relações sociais que estabelecemos, suspendemos e reatamos levam-nos a não podermos partilhar com a maioria dos outros qualquer convergência, se não casuística, em relação a princípios.
O facto de ser para certas pessoas quase um constrangimento estar a pensar e abordar estas questões não se podem inibir de o fazer. O embaraço de muitos que estão mais sujeitos à exposição pública é porém compreensível. É mesmo legítimo não gostar de que se ponham em causa princípios basilares da sua vida mais pessoal, mas não o é proibir que os outros o façam.
Existem aqui princípios que, mais para além do que a lealdade, devem ser aceites por todos: ser humano, humilde e condescendente. Há elementos de falsidade contidos em muitas vidas que lá estão contra a vontade consciente dos que as viveram. Mas por isso não podem ser branqueados, como não devem ser usados para humilhar ninguém. Quem tem direito a atirar a primeira pedra?
Normalmente nós, se gostamos de uma pessoa e a adoptamos até como exemplo a seguir, condescendemos com ela do mesmo modo como faríamos em relação a nós próprios. Porém se não gostamos dela somos intolerantes e exigimos a ela aquilo que estamos longe de exigir a nós mesmos.
O único aspecto que podemos lamentar é não gastarmos, para pensar os outros, o mesmo tempo que gastamos para os endeusar e adorar ou para os denegrir e aviltar. Nem mesmo nos chega dizer que queremos para os outros exactamente o mesmo que queremos para nós próprios. Ninguém acredita nisso.